Bruce Dickinson já deixou claro que o Iron Maiden não usa backing tracks em suas performances ao vivo. Segundo o vocalista, a banda é “meio old school nesse aspecto” e “tudo é analógico e real”. Recentemente, Steve Harris também reforçou o ponto com uma explicação poética.
Ao canal Jaimunji, o baixista afirmou que tanto a Donzela de Ferro quanto o seu outro projeto British Lion nunca usaram faixas de apoio. Conforme transcrição do site Ultimate Guitar, o músico justificou a escolha devido à fluidez e às características flexíveis das canções.
Ele disse:
“Nunca usamos backing tracks com nenhuma das bandas. As músicas gostam de se mover. Elas sobem e descem, vão um pouco para lá e para cá e têm diferentes partes e tons. Elas não são rígidas, como seriam com backing tracks. Nunca usamos isso.”
Para exemplificar a questão, o próprio citou uma apresentação do Maiden em Leeds, na Inglaterra, em junho do ano passado, com a “The Future Past Tour”. Na ocasião, o integrante escorregou e levou um tombo durante a execução de “Stranger in a Strange Land”. Como não havia backing tracks, ele precisou levantar rápido e continuar tocando, para o que o público não fosse “prejudicado”.
Ele relembrou:
“É por isso que eu ri quando eu caí no palco em Leeds durante ‘Stranger in a Strange Land’. Como eu estava tocando um Mi aberto, ainda consegui continuar. E as pessoas pensaram: ‘ah, ele não parou, ele deve estar tocando com as backing tracks’. Bem, eu nunca toquei com uma backing track, mas consegui me levantar rápido de qualquer maneira. Não foi realmente um problema, mas provavelmente soou um pouco mais complicado. Eles provavelmente nunca perceberam que não houve corte.”
A explicação de Bruce Dickinson
Como mencionado, Bruce Dickinson também abordou o tema. Conversando com a rádio australiana Triple M em outubro último, o vocalista destacou que o sexteto não se vale de nenhum “truque” em suas apresentações — nem mesmo abaixando os tons, prática comum em bandas veteranas do estilo.
“Todas as músicas aparecem no tom original. Não baixamos, não usamos downtune e coisas assim. Ainda tocamos tudo muito rápido, porque estamos sempre entusiasmados. Sem faixas de clique, time code e todos esses recursos atuais. Vejo muitas bandas agora e digo ‘Espere um minuto. Ei, você cantou isso sem mover os lábios.’ Então há todos esses backing vocals voando para a esquerda, para a direita, para o centro e tudo mais. Mas não fazemos nada disso. Tudo é analógico e real. Somos meio old school nesse aspecto. Mas acho que compensa, porque o público entende que a realidade é cada vez mais rara.”
Iron Maiden no Brasil
Nos próximos dias 6 e 7 de dezembro, o Iron Maiden volta ao Brasil para dois shows, ambos em São Paulo. As apresentações ainda fazem parte da tour “The Future Past”, cujo repertório foca nos álbuns “Senjutsu” (2021) e “Somewhere in Time” (1986). Os dinamarqueses do Volbeat serão a atração de abertura.
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