Os três integrantes do Black Sabbath envolvidos em “13”, último álbum de estúdio da banda, já falaram abertamente sobre o descontentamento com o trabalho junto a Rick Rubin. A reprovação não apenas foi unânime como se manifestou em diferentes aspectos da metodologia do conceituado produtor – que também já despertou reações extremadas de outros artistas, como Corey Taylor (Slipknot), Josh Klinghoffer (ex-Red Hot Chili Peppers) e Velvet Revolver.
Durante recente entrevista promovendo o perfume “Deified” e a música de mesmo nome, o guitarrista Tony Iommi foi questionado sobre como se sentia em relação à competição consigo mesmo do passado. Deixando claro que “não é competição, é continuação”, o único membro de todas as formações do grupo citou o estafante trabalho no derradeiro disco como parâmetro.
Ele disse, conforme transcrição do Ultimate Guitar:
“A ideia de Rick Rubin em ‘13’ era nos levar de volta aos tempos do primeiro álbum, resgatar aquele som. Não dá para fazer isso. Não somos mais aquelas pessoas. Não soamos mais como naqueles tempos. Tocamos de modo diferente. As coisas mudam e as pessoas seguem em frente com a vida. Faço o que faço como sou hoje.”
O mestre dos riffs ainda deixou claro não estar preocupado com o que o público possa pensar em relação a comparações ou expectativas.
“O lado bom da posição em que me encontro agora é que posso escrever o que bem entender. Não precisa ser exatamente como todo mundo espera que seja. Esta música nova, ‘Deified’, é um exemplo. Não é o que as pessoas esperariam de mim.”
Geezer Butler detona Rick Rubin
Curiosamente, a declaração de Iommi é muito similar a uma proferida pelo baixista Geezer Butler em 2022. Disse o músico ao Trunk Nation, conforme transcrição do Blabbermouth:
“Trabalhar com Rick Rubin foi uma experiência estranha, especialmente quando ele disse para esquecer que éramos uma banda de heavy metal. Tocou nosso primeiro álbum para nós e falou: ‘lembrem-se de quando não havia heavy metal ou qualquer coisa assim, finjam que é o álbum seguinte a este’, o que é uma coisa ridícula de se pensar.”
O músico ainda deixou claro não saber qual foi a real contribuição do produtor às sessões.
“A verdade é que ainda não sei o que ele fez no disco. Houve um dia que Ozzy enlouqueceu porque ele fez, tipo, 10 vocais diferentes, e Rick continuou dizendo: ‘sim, isso é ótimo, mas faça outro’. E Ozzy disse: ‘se é ótimo, por que estou fazendo outro?’ Ele simplesmente pirou.”
A chateação se estendeu à forma como Rubin quis gravar as guitarras de Tony Iommi.
“Ele estava fazendo Tony pegar amplificadores de 1968 – como se isso fosse fazer com que soasse como em 1968. Foi uma loucura. Mas parecia bom para a publicidade e para a gravadora. ‘Se você tem Rick Rubin envolvido, então deve ser bom’, esse tipo de coisa.”
Black Sabbath e “13”
Lançado em 10 de junho de 2013, “13” foi o primeiro álbum do Black Sabbath só de músicas inéditas a contar com Ozzy Osbourne nos vocais em três décadas e meia. Brad Wilk (Rage Against the Machine, Audioslave) gravou a bateria como convidado, após desacertos com Bill Ward. Tommy Clufetos fez a turnê.
O trabalho chegou ao número 1 em nove paradas nacionais, incluído as dos Estados Unidos e Reino Unido. Ganhou disco de platina no Brasil. Primeiro single, “God Is Dead?” faturou o Grammy Awards no ano seguinte, na categoria Melhor Peformance de Metal.
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