A percepção que temos pelos nossos pais durante a infância é algo que não condiz com a realidade, na maioria das vezes. Compreensível, já que vivemos em um mundo idealizado por nossa fantasia juvenil, ainda ingênua o suficiente para os colocarmos quase em uma posição de super-heróis. Yohan Kisser, filho de Andreas Kisser, é um exemplo.
Em artigo especial do Tenho Mais Discos Que Amigos, publicado para comemorar o dia dos pais, o multi-instrumentista revelou que não tinha noção de que seu pai era guitarrista do Sepultura, a mais bem-sucedida banda da história da música brasileira. Para ele, o trabalho era outro.
Ele disse, fazendo alusão ao fato de o genitor estar sempre com a camisa do time do coração:
“Eu sempre achei, quando pequeno, que meu pai era guitarrista do São Paulo Futebol Clube. Ele estava sempre de uniforme.”
A construção de Yohan Kisser como artista
O tempo passou, o próprio Yohan se tornou músico e a relação pai-filho ganhou o acréscimo da parceria profissional. Os dois apresentam juntos, há 12 anos, o programa “Pegadas” na Rádio Rock 89,1 FM. Também tocam no Kisser Clan, banda que executa clássicos do rock e do metal.
Também realizam apresentações especiais, como o show comemorativo de 100 anos da Semana da Arte Moderna. O evento foi realizado em 2022, no Teatro Municipal de São Paulo. A dupla executou um repertório de Heitor Villa-Lobos com arranjos para violão, guitarra, piano, percussão e quarteto de cordas, em parceria com o Quarteto da Cidade.
Toda essa bagagem foi importante na construção do artista Yohan, como o próprio reconhece.
“Foi onde comecei e aprendi tudo que sei sobre o palco e a estrada e passei por palcos como o Rock in Rio.”
Andreas Kisser e a música na família
Andreas também compartilhou memórias, especialmente a de um evento em particular, que sacramentou um rito de passagem.
“Ver o processo do Yohan, desde o início, o primeiro show na escola com a bandinha dele e depois a gente montar o Kisser Clan, que é uma banda que eu tenho com ele pra tocar covers, enfim… Mas o momento especial pra mim e acho que pra ele, obviamente, foi na formatura do violão que ele fez na Fundação São Caetano. Se formou em violão popular e ele me chamou pra tocar junto com ele na apresentação final de diploma e tudo. E achei muito especial ter essa conexão de uma fase da carreira, de aprendizado básico da música e passar por esse processo. Foi lindo e bom ter participado disso. Foi um momento inesquecível.”
Porém, ele também deixa claro que nada aconteceu de forma forçada. Não apenas com Yohan, mas em toda a família.
“Trabalhar em família acho que é muito bom, principalmente quando um membro da família se interessa, se dedica, estuda e faz a coisa com naturalidade, não só por uma ‘forçação’. Eu nunca forcei meus filhos a seguirem os meus passos, mas a música sempre foi uma coisa muito natural em casa e em mim.”
No momento, Andreas segue em turnê com o Sepultura, que se despede dos palcos na “Celebrating Life Through Death”. Além dos projetos solo, Yohan faz parte da banda Sioux 66.
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