Com o Sepultura em pleno processo de encerramento das atividades, uma lacuna se abre no heavy metal especialmente brasileiro. Isso é inegável.
É difícil pensar em um “sucessor” de uma banda que tem uma sonoridade tão particular. Mesmo assim, Andreas Kisser tem alguns candidatos. O guitarrista citou esses grupos respondendo à pergunta de um fã, que saiu na edição de agosto (#389) da revista Metal Hammer.
O fã, identificado como Kuttan_13, perguntou no Instagram qual é a banda que o Sepultura considera como sua verdadeira sucessora. Kisser destacou algumas bandas brasileiras que sempre colocam os veteranos como influência, mas não quis cravar nenhuma delas.
O guitarrista respondeu:
“O Claustrofobia misturou as coisas de percussão e também tem essa influência brasileira. A Crypta e a Nervosa sempre mencionam o Sepultura no lado mais pesado da música. Nós temos tantos álbuns diferentes que inspiraram tantas bandas de formas diferentes, e isso é sempre legal de ouvir.”
Derrick Green, por sua vez, refletiu a respeito da longevidade da banda e como artistas podem ser inspirados de diferentes formas. No fim das contas, o vocalista exaltou a variedade musical do grupo.
Derrick disse:
“Faz tanto tempo, 40 anos, então tem várias gerações diferentes que cresceram ouvindo Sepultura, então a perspectiva deles em relação à banda pode ser muito diferente.”
Sepultura e Claustrofobia
O primeiro nome citado por Andreas Kisser não veio por acaso. O guitarrista do Sepultura já havia falado bem do Claustrofobia — grupo que tem feito a abertura de partes da turnê de despedida “Celebrating Life Through Death” — em entrevista para a Noize em abril deste ano. Na ocasião, afirmou:
“É uma banda que está na estrada há algum tempo. Eles moram fora do Brasil, mas estão fazendo shows, turnês. Uma galera que faz um thrash muito competente, não tem medo de misturar, de trazer outras influências, e eu acho que eles estão num momento muito forte. Espero que esse ano seja o momento do Claustrofobia despontar por aí.”
O Claustrofobia iniciou as atividades em 1994 e é composto pelos irmãos Marcus (voz e guitarra) e Caio D’Angelo (bateria), além de Rafael Yamada (baixo). Eles abriram para o Sepultura em diversas outras oportunidades, incluindo no show de lançamento do álbum “Machine Messiah” (2017), além de terem colaborado com Andreas Kisser na música “Curva”, de 2016.
Em 2019, o Claustrofobia fez um show bastante lembrado na edição do Rock in Rio daquele ano, depois de uma longa temporada longe do país. A banda também foi convidada pelo Slayer para abrir seu único show em São Paulo, no mesmo ano, durante a turnê de despedida — apesar do recente anúncio da volta aos palcos por parte dos americanos.
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