...

As lembranças de Andreas Kisser sobre show do Sepultura em Cuba

Banda brasileira se apresentou em Havana no ano de 2008, em evento que marcou sua história

O show dos Rolling Stones em Havana, Cuba, se tornou uma referência de apresentações estrangeiras no país, após anos de embargo. Porém, o evento foi realizado apenas em 2016. O Audioslave passou pela capital local em 2005. Três anos mais tarde, foi a vez do Sepultura.

Em recente participação no podcast Thunder Music Vision, conduzido pelo VJ e apresentador Luiz Thunderbird, o guitarrista Andreas Kisser compartilhou algumas memórias sobre o concerto.

- Advertisement -

Ele disse, conforme transcrevemos:

“Foi maravilhoso. Tocamos para 80 mil pessoas no Malecón. Na frente da tribuna anti-imperialista. Sensacional! Foi surreal, cara. Foi o primeiro show de heavy metal de uma banda estrangeira. O Audioslave tinha tocado lá, fez até um DVD. Mas o Sepultura foi uma banda de metal.”

De acordo com Andreas – e de forma até esperada –, o grupo precisou driblar algumas adversidades pelo caminho. Porém, ele entende que foi necessário, tendo em vista o significado além da música.

“A gente não pôde ter bandas de abertura porque não tinha condições técnicas. Não tinha mesa de som. Nós levamos inclusive amplificadores, caixa, que a gente deixou lá. Devolveu algumas coisas de backline. Fomos sem cachê também. Foi uma grande ação simbólica que ajudou a pagar alguns custos. Mas a gente queria muito ir para lá. Conhecer e tudo. E, cara, deu 80 mil pessoas.”

Sepultura em Cuba

Apesar de ter consciência do fator histórico, Kisser reconhece que não imaginava a repercussão que o show alcançaria. A ponto de o principal conglomerado noticioso americano ter registrado o evento.

“A cidade inteira foi assistir o negócio. A CNN Internacional estava lá fazendo uma reportagem e tudo. Nós fomos para Santa Clara, onde tem o monumento ao Che, onde tem umas partes do corpo dele. Onde começou, passou aquela coisa da revolução, aquela coisa histórica.”

E apesar da impossibilidade de dividir o palco, o grupo fez questão de interagir com a cena local.

“As bandas, como eu estava dizendo, não puderam tocar. Mas dois dias antes do show, eles fizeram uma apresentação só para a gente. Colocaram quatro cadeiras na frente do palco e subiram cinco ou seis bandas de metal de Cuba. Cada uma tocou duas músicas. Foi muito emocionante. O respeito e a vontade de mostrar. E sabe como é Cuba? São músicos excepcionais. Todo mundo tocando para caralho. Os estudantes de músicas todos aprendem piano. É louco isso. É muito louco isso. E foi uma experiência maravilhosa.”

À época, além de Andreas, o Sepultura contava com o vocalista Derrick Green e o baixista Paulo Xisto Jr, presentes até hoje. A bateria era tocada por Jean Dolabella. Ele sairia em 2011, cedendo lugar a Eloy Casagrande – atual Slipknot e recentemente substituído por Greyson Nekrutman.

Uma matéria do CLP TV, canal de notícias de língua portuguesa sediado na França, pode ser conferida abaixo.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesAs lembranças de Andreas Kisser sobre show do Sepultura em Cuba
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades

As lembranças de Andreas Kisser sobre show do Sepultura em Cuba

Banda brasileira se apresentou em Havana no ano de 2008, em evento que marcou sua história

O show dos Rolling Stones em Havana, Cuba, se tornou uma referência de apresentações estrangeiras no país, após anos de embargo. Porém, o evento foi realizado apenas em 2016. O Audioslave passou pela capital local em 2005. Três anos mais tarde, foi a vez do Sepultura.

Em recente participação no podcast Thunder Music Vision, conduzido pelo VJ e apresentador Luiz Thunderbird, o guitarrista Andreas Kisser compartilhou algumas memórias sobre o concerto.

- Advertisement -

Ele disse, conforme transcrevemos:

“Foi maravilhoso. Tocamos para 80 mil pessoas no Malecón. Na frente da tribuna anti-imperialista. Sensacional! Foi surreal, cara. Foi o primeiro show de heavy metal de uma banda estrangeira. O Audioslave tinha tocado lá, fez até um DVD. Mas o Sepultura foi uma banda de metal.”

De acordo com Andreas – e de forma até esperada –, o grupo precisou driblar algumas adversidades pelo caminho. Porém, ele entende que foi necessário, tendo em vista o significado além da música.

“A gente não pôde ter bandas de abertura porque não tinha condições técnicas. Não tinha mesa de som. Nós levamos inclusive amplificadores, caixa, que a gente deixou lá. Devolveu algumas coisas de backline. Fomos sem cachê também. Foi uma grande ação simbólica que ajudou a pagar alguns custos. Mas a gente queria muito ir para lá. Conhecer e tudo. E, cara, deu 80 mil pessoas.”

Sepultura em Cuba

Apesar de ter consciência do fator histórico, Kisser reconhece que não imaginava a repercussão que o show alcançaria. A ponto de o principal conglomerado noticioso americano ter registrado o evento.

“A cidade inteira foi assistir o negócio. A CNN Internacional estava lá fazendo uma reportagem e tudo. Nós fomos para Santa Clara, onde tem o monumento ao Che, onde tem umas partes do corpo dele. Onde começou, passou aquela coisa da revolução, aquela coisa histórica.”

E apesar da impossibilidade de dividir o palco, o grupo fez questão de interagir com a cena local.

“As bandas, como eu estava dizendo, não puderam tocar. Mas dois dias antes do show, eles fizeram uma apresentação só para a gente. Colocaram quatro cadeiras na frente do palco e subiram cinco ou seis bandas de metal de Cuba. Cada uma tocou duas músicas. Foi muito emocionante. O respeito e a vontade de mostrar. E sabe como é Cuba? São músicos excepcionais. Todo mundo tocando para caralho. Os estudantes de músicas todos aprendem piano. É louco isso. É muito louco isso. E foi uma experiência maravilhosa.”

À época, além de Andreas, o Sepultura contava com o vocalista Derrick Green e o baixista Paulo Xisto Jr, presentes até hoje. A bateria era tocada por Jean Dolabella. Ele sairia em 2011, cedendo lugar a Eloy Casagrande – atual Slipknot e recentemente substituído por Greyson Nekrutman.

Uma matéria do CLP TV, canal de notícias de língua portuguesa sediado na França, pode ser conferida abaixo.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesAs lembranças de Andreas Kisser sobre show do Sepultura em Cuba
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades