Steve Vai e John Petrucci se conheceram no Berklee College of Music, no final da década de 1970. Os dois estudiosos músicos desenvolveram uma amizade instantânea, mesmo tendo seguidos caminhos relativamente diferentes – e o segundo levou muito mais tempo para se tornar uma figura conhecida.
O virtuoso mestre das seis cordas fez uma homenagem ao membro do Dream Theater no ano de 2021, em artigo para a revista Prog. Nela, exaltou não apenas o artista, mas principalmente o ser humano e sua natureza amigável com todos.
Ele disse:
“Um amigo me apresentou ao prog dos anos 70. Às vezes era um pouco inebriante e sinuoso para mim, eu gostava mais de rock. Quando eu estava na Berklee, me envolvi muito mais com o prog fusion. Não muito depois disso conheci John, quando o Dream Theater era novo. Comecei a segui-lo e ele nunca deixou de me surpreender. Assisti-o progredindo ao longo dos anos e tocamos juntos [no projeto da turnê G3 de Joe Satriani]. Ele é apenas um semideus do prog completo e autêntico.”
A turnê do G3 com os dois acompanhando Satriani foi registrada no álbum e vídeo “Live in Tokyo”, ambos lançados em 2005.
As sete cordas de John Petrucci
Vai exaltou ainda a capacidade de Petrucci ao se atualizar, mantendo o trabalho com um frescor contemporâneo.
“Todos os elementos estão no lugar. Ele tem uma técnica feroz, feroz, e eu sei o que é preciso para dominar ou conter essa capacidade. Disciplina sozinha não faz isso – você precisa de paixão, realmente querer e ter um interesse profundo. Ele continuou a desenvolver as raízes do prog do Dream Theater para os tempos contemporâneos.”
Um exemplo se deu quando a guitarra ganhou uma corda extra e John abraçou a proposta.
“Quando a guitarra de sete cordas apareceu e as pessoas começaram a afinar mais baixo, toda essa subcultura surgiu – djent, como você quiser chamar. John realmente tirou o máximo proveito disso. O prog tem estimulação cerebral. Quando ele começa a se soltar na guitarra é fascinante. Sua pegada e a escolha de notas continuam a crescer, uma entonação impressionante, o que é uma grande coisa para mim.”
Houve espaço para Steve elogiar discos feitos à parte do Dream Theater – embora também com as presenças de colegas de banda.
“John também é um cara muito prolífico, organizado e profissional. Seu último disco solo [Terminal Velocity, 2020] tem algumas coisas loucas e impressionantes. Um dos meus favoritos dele é ‘An Evening With John Petrucci And Jordan Rudess’ [2000]. Acho que John tinha uma guitarra elétrica com um captador, então soava como um acústico. Ele realmente conseguia arrasar, com Jordan tocando piano. Foi uma gravação ao vivo — um ótimo disco.”
Um cara legal… e peludo
Obviamente, nada disso teria valor se por trás do talento houvesse uma pessoa da pior espécie. Vai deixa claro não ser o caso. E ainda faz uma provocação:
“Qualquer um que não se dê bem com John Petrucci deve ser um grande c*zão. Ele é um dos caras mais legais que já conheci nesse ramo. Ótimo para fazer turnês, engraçado e muito solidário com seus colegas guitarristas, incluindo iniciantes. Nunca o ouvi dizer uma palavra ruim sobre ninguém. Não entenda mal — ele é um cara durão, mas é uma alma gentil, um cavalheiro. Com um rosto grande e peludo…!”
Nascido em Kings Park, estado americano de Nova York, John Peter Petrucci se formou no conceituado Berklee College Of Music. Lá, conheceu o baterista Mike Portnoy. Junto de dois amigos de infância, o baixista John Myung e o tecladista Kevin Moore, deram início ao Majesty.
A banda mudou o nome para Dream Theater e se tornou a mais bem-sucedida do segmento conhecido como prog metal, com mais de 14 milhões de discos vendidos em todo o mundo. Petrucci e Myung estiveram em todos os lançamentos até hoje. Recentemente, Portnoy retornou ao convívio do grupo, que ainda conta com o vocalista James LaBrie e o tecladista Jordan Rudess.
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