Quem vê Fernanda Lira à frente da Crypta não faz ideia de qual foi o álbum que a fez se apaixonar pelo rock. No entanto, quem já observou sua postura no palco vai identificar uma certa influência, de um veterano vocalista e baixista que também é lembrado pela forma que se comporta enquanto divide as funções.
Em especial do Dia do Rock no Estadão Recomenda, Lira foi convidada a revelar qual foi o disco que a fez se apaixonar pelo som pesado. De início, a própria revelou ter sido introduzida a esse tipo de música por seu pai, headbanger, que já era o “rei das playlists” em uma época em que mal havia internet acessível, quanto mais serviços de streaming.
Ela contou:
“Meu pai era metaleiro, então desde criança (6-7 anos) eu estava acostumada a ouvir rock’n’roll e metal. Ele sempre fazia uma coletânea, em fita cassete, com diferentes músicas que eu gostava.”
Apesar das coletâneas do pai, a então futura musicista se apaixonou mesmo pelo gênero a partir de um álbum completo. Curiosamente, não era nada pesado, mas sim um disco acústico: “Kiss Unplugged” (1996).
A frontwoman da Crypta disse:
“É um disco com várias músicas deles, até lado B, mas bem acessível, pois apesar de Kiss e rock, era acústico. Ele me fez apaixonar, com músicas mais alegres e fáceis de decorar. Definia muito bem o que é rock’n’roll e foi um convite para me aproximar.”
Gene Simmons e outras influências
Em outras ocasiões, Fernanda Lira refletiu sobre como Gene Simmons, vocalista e baixista do Kiss, se consolidou como uma influência em seus anos de formação. Durante conversa de 2020 com a revista Freak, logo após formar a Crypta, a musicista comentou sua relação com o instrumento e com a função dos vocais.
Ela afirmou:
“Inicialmente era só o baixo porque meu pai tinha um violão com as cordas soltas para simular um baixo e eu com 7 anos pirava em Kiss e no Gene Simmons, aí ficava lá tirando as músicas. Cresci, comprei um baixo e descobri que gostava de cantar também. Na minha banda antes da Nervosa fazia os backing vocals e quando pintou a Nervosa elas estavam procurando uma baixista vocal e eu resolvi adaptar. O meu problema é que eu gosto muito de me mexer no palco e isso eu me contenho para poder cantar. Eu poderia tocar muito mais do que eu toco, mas cantar e tocar não da para florear muito! Me divido em três no palco, baixo, performance e voz. Tenho que planejar tudo em cima do palco.”
De qualquer forma, o linguarudo do Kiss não é a única influência, nem a mais importante. Fernanda diz que Gene a inspira na estética e performance, mas não exatamente na sonoridade.
Segundo a artista:
“O Gene Simmons acho que é mais visualmente mesmo, de som eu gosto do Steve Harris, o Geddy Lee pela criatividade, Geezer Butler pela pegada, e mais para o pesado o Alex Webster do Cannibal Corpse, com aquele timbre estralado que é a minha característica, aliás em estúdio não sossego enquanto não chegar a esse timbre, e o Steve DiGiorgio, que hoje está no Testament mas eu curtia muito no Sadus.”
Fernanda Lira e a Crypta encerraram no último dia 1º de julho uma turnê europeia, ainda divulgando o álbum mais recente, “Shades of Sorrow” (2023). Os próximos passos do quarteto completo pela baterista Luana Dametto e as guitarristas Tainá Bergamaschi e Jéssica di Falchi devem ser anunciados em breve.
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