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Baixista do Exodus diz ser vendedor de camisetas, não músico

Jack Gibson confessa não saber o que dizer quando jovens o pedem conselhos sobre como prosperar na indústria

A indústria musical está em constante mudança desde sua criação. No entanto, a quase extinção do material físico pode ser vista como a mais impactante “virada de jogo”. A ponto de alguns artistas não terem conseguido se recuperar e adaptar à realidade atual até hoje.

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Ao ser questionado sobre que conselho daria a jovens músicos, Jack Gibson foi sincero. Em entrevista ao canal de Danielle Bloom no YouTube, o baixista do Exodus reconhece não ter se acostumado com a maneira como os negócios acontecem.

Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Não sei o que dizer aos jovens músicos hoje porque estou velho. Além disso, não existe mais o business musical. Quando eu era jovem, havia um caminho, passos a serem dados. Você montava sua banda, criava sua música, começava a procurar shows. Se conseguisse atrair pessoas, o próximo passo era que as pessoas da gravadora se interessassem. Então você tinha que montar seu pacote promocional para dar às gravadoras que estavam interessadas. Aí tentava assinar, gravar e vender discos E esses passos não existem mais.”

A seguir, o artista tentou desenhar um trajeto que imagina ser o habitual no momento, embora tenha reconhecido apenas estar imaginando.

“Agora o passo é montar uma banda — ou nem mesmo montar uma banda — e viralizar. Eu não sei fazer isso. Não me pergunte como fazer isso. Estou na casa dos cinquenta. Não sei como agir. É um total mistério para mim. Não sei como as coisas se tornam populares hoje além de pura sorte.”

Por conta do desconhecimento, Jack confessa não saber o que dizer quando é abordado por jovens aspirantes ao sucesso.

“Aqui em Nashville, onde eu moro, músicos jovens me perguntam isso o tempo todo. Meio que me sinto um babaca quando estou respondendo, porque apenas digo ‘Gente, eu não sei.’ E realmente não sei o que faz as coisas funcionarem. Não entendo o que as bandas realmente populares de atualmente fizeram para alcançar esse status. Não estou dizendo que elas não são boas, apenas não sei o que as destaca das outras. Tudo meio que soa igual para mim. Provavelmente é porque sou velho. Mas não sei que conselho dar a ninguém.”

Jack Gibson, baixista e… vendedor de camisetas

Quando a entrevistadora mencionou que vivemos em tempos diferentes, Gibson ressaltou que sua principal fonte de renda atual está no “anexo” à arte que faz.

“Depois que começaram a dar música de graça, o mercado acabou. Não vendemos nada de discos. Se não excursionarmos e vendermos camisetas, não ganhamos dinheiro. Hoje sou um vendedor de camisetas, não um músico. Sou literalmente um vendedor de bugigangas ambulante. É isso que fazemos. Tocamos música para tentar levar as pessoas à barraca de merchandising e vender a elas nossas coisas impressas. Esse é o negócio.”

O avanço da tecnologia também se tornou um temor para o músico.

“E a qualquer momento todos nós vamos perder nossos empregos para esses robôs de m*rda. Quando a I.A. descobrir como realmente fazer música que as pessoas gostem, não vão nos pagar para fazer mais nada.”

A opinião foi parcialmente reconsiderada após a dona do canal contra-argumentar que sempre haverá o interesse das pessoas na música ao vivo.

“Bem, isso é verdade. Mas neste momento, a maior parte do negócio da música não é isso. É o licenciamento, jingles comerciais, edição e gravação. Tudo isso vai simplesmente desaparecer. Haverá 50 pessoas por aí que fazem música que interessa às pessoas e que não pode ser reproduzida. E então o resto… Tipo, quem vai pagar alguém para escrever música para um filme? Ou pagar uma orquestra, pagar 60 pessoas para tocar quando um cara pode simplesmente digitar alguns comandos em um computador e pronto? Nem vamos saber a diferença ao escutar. As coisas estão mudando tão rápido que eu realmente não sei o que dizer.”

Exodus atualmente

No momento, o Exodus segue excursionando na temporada de festivais de verão do hemisfério norte. Paralelamente, a banda segue trabalhando em material para o próximo disco, que sucederá “Persona Non Grata”, disponibilizado em 2021.

Entre setembro e outubro, o guitarrista Gary Holt se ausentará das atividades para se reunir brevemente com o Slayer. Após meia década, o grupo realizará três shows na América do Norte.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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