O álbum do Black Sabbath que faz Ozzy Osbourne sentir vergonha

Disco chegou a ser trabalhado com outro vocalista após saída temporária do Madman

Apesar de contar com seus admiradores atualmente, o álbum “Technical Ecstasy” (1976) representou o ponto mais baixo da fase original do Black Sabbath. O disco não agradou os fãs pela sonoridade um tanto quanto experimental para os padrões do grupo, que rendeu até mesmo acusações de que o quarteto estaria tentando capturar o estilo do então ascendente Queen.

Para piorar, as relações internas entre os membros também estavam deterioradas. Sendo assim, Ozzy Osbourne acabou saindo. Os instrumentistas chamaram Dave Walker, ex-Savoy Brown e Fleetwood Mac. Ele chegou a fazer uma aparição como frontman do conjunto na BBC, cantando “War Pigs” e a então inédita “Junior’s Eyes”, em uma das mais procuradas lost medias da história – exceção ao áudio da segunda, que pode ser conferido aqui.

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Pouco antes de a banda retornar ao estúdio, o Madman decidiu voltar. As músicas para o que seria “Never Say Die!” (1978) já estavam escritas, mas ele se recusou a cantar o material criado junto de seu substituto. Algumas letras acabaram sendo refeitas. Duas não tiveram tempo para modificações. Assim, “Swinging the Chain” teve o baterista Bill Ward assumindo a função, enquanto “Breakout” permaneceu instrumental.

Apesar de a faixa-título ter feito moderado sucesso, a ponto de levar o Sabbath de volta ao programa “Top of the Pops” após mais de meia década, Ozzy não guarda as melhores lembranças. Em declaração resgatada pelo Far Out Magazine, ele disse:

“Os últimos álbuns do Black Sabbath foram muito deprimentes para mim. Eu estava fazendo apenas pensando no que poderíamos tirar da gravadora, engordar com cerveja e lançar um disco. ‘Never Say Die!’ é o pior trabalho com o qual já estive envolvido. Tenho vergonha dele, o considero nojento.”

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Capa de "Never Say Die!", álbum lançado pelo Black Sabbath em 1978
Capa de “Never Say Die!”, álbum lançado pelo Black Sabbath em 1978

Geezer Butler concorda

Curiosamente, Ozzy não é o único a pensar dessa forma. À revista Metal Edge, em repercussão do American Songwriter, o baixista Geezer Butler concordou com o colega.

“Nós perdemos completamente o rumo, eu acho. Paramos com o que fez o Sabbath ser o que era e começamos a buscar coisas mais melódicas, o que foi um erro olhando para trás. ‘Never Say Die!’ é facilmente o pior álbum que fizemos.”

O músico ainda deixa claro que assumir o controle geral dos caminhos, incluindo o que cabia aos empresários, prejudicou decisivamente o coletivo.

“Tentamos administrar a carreira e produzir o disco por conta própria. No fim das contas, nenhum de nós tinha a mínima ideia do que fazer. A essa altura, estávamos passando mais tempo com advogados e no tribunal do que no estúdio escrevendo. Era muita pressão para nós e a música sofreu.”

Geezer Butler, baixista do Black Sabbath, em foto de 2017
Geezer Butler, baixista do Black Sabbath, em imagem de 2017 (foto: s_bukley / Depositphotos)

Black Sabbath e “Never Say Die!”

Oitavo álbum do Black Sabbath, “Never Say Die!” foi o último trabalho totalmente de material inédito gravado pela formação original. A capa original foi trocada e reaproveitada pelo Rainbow no álbum “Difficult To Cure”, três anos depois.

Sua melhor colocação em uma parada foi o 12º lugar na do Reino Unido. Ganhou disco de ouro nos Estados Unidos apenas quase duas décadas após o lançamento.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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