Tom Morello explica como desenvolveu seu estilo único de tocar guitarra

Músico ressaltou o orgulho de ter sido influenciado pelos virtuosos do metal oitentista em sua busca por uma sonoridade própria

O estilo de Tom Morello ao tocar guitarra encontra resistência entre ouvintes mais conservadores. Seja com o Rage Against the Machine, Audioslave ou projeto solo, o músico desenvolveu características muito pessoas na hora de criar algo nas seis cordas. Mas mesmo quem não gosta não pode deixar de reconhecer a originalidade.

Durante recente entrevista à versão alemã da revista Rolling Stone, o artista tentou se aprofundar na explicação de como desenvolveu essa abordagem tão própria, fundindo elementos de vertentes do rock, punk, heavy metal e hip-hop.

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Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Por muitos anos, quando eu praticava minhas oito horas por dia, eu tentava tocar como Randy Rhoads, Eddie Van Halen e todos esses caras. Para mim, o avanço foi o botão de alternar captadores na guitarra. Na época em que eu estava aprendendo, a guitarra legal era a de Eddie Van Halen que tinha apenas um knob (botão) de volume. A minha era uma Gibson Explorer sobrecarregada de knobs e switches, muito fora de moda. Um dia tive a ideia de trabalhar o botão de alternar captadores com o pedal wah. De repente, a guitarra soou um pouco como um teclado. E eu não pensei, tipo: ‘oh, eureka, agora vou inventar uma nova forma de tocar’. Parecia estranho para mim e diferente. Então eu meio que guardei a ideia.”

O show do Rage Against the Machine que mudou tudo

Tom recordou o que havia desenvolvido por acidente quando sua banda principal já estava em plena atividade.

“Houve um momento singular no início da história do Rage Against the Machine. Estávamos fazendo um show com duas bandas cover, e cada uma dessas bandas tinha um guitarrista shredder, realmente proficiente tecnicamente. E eu pensei comigo mesmo: ‘se estamos tocando em algum show ruim no Vale de San Fernando com dois outros caras que estão fazendo a mesma coisa que estou tentando fazer, vou sair dessa roda de hamster’.”

A situação fez Morello voltar a praticar incessantemente. Porém, não mais aspectos virtuosos que remetiam a seus ídolos.

“Antes eu treinava escalas oito horas por dia. Depois disso, praticava oito horas por dia ruídos de animais, sons de robôs, ruídos de furacões e outras coisas. E eu realmente senti que estava encontrando minha própria voz no instrumento. Levou anos acumulando alguma técnica para finalmente ter a revelação de que meu próprio som valia a pena perseguir.”

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O rock dos anos 1990, as letras e os solos

Tom foi questionado se achava que faltava algo em termos de conteúdo no estilo dos guitarristas malabarísticos que apreciava. Ele preferiu citar outro aspecto, pelo qual sua obra também se caracteriza.

“Bem, para mim o que eu achava que faltava no rock vinha mais do conteúdo lírico e filosófico do que da execução da guitarra. Eu amo esses guitarristas, os admirava muito e tentava o meu melhor para tocar seus solos. Mas também era fã de Gang of Four, Andy Gill, Allan Holdsworth e pessoas cuja música soava muito fora do estereótipo do ‘fritador’. Procurava fazer uma espécie de amálgama, ter a capacidade de usar a técnica, mas não ser dependente dela. Ainda assim, uma das razões pelas quais acho que a música em que estive envolvido é diferente de outras é que eu ainda tenho aquela mentalidade de fritação em mim.”

No entanto, os anos 1990 não foram realmente pródigos em solistas dentro do rock. Morello reconhece e aponta outro colega de função que se manteve nessa linha.

“Nos anos 90, acho que havia apenas duas pessoas tocando solos de guitarra, eu e Mike McCready, do Pearl Jam. Éramos os únicos. Eu amava Judas Priest, Iron Maiden, Randy Rhoads e todos aqueles caras, mas ao mesmo tempo queria que a guitarra encontrasse novos campos para explorar.”

Tom Morello atualmente

Recentemente, Tom Morello se reuniu com Bruce Springsteen, a quem acompanhou como músico de apoio anos atrás. O reencontro aconteceu durante show do The Boss no Kia Forum em Inglewood, Califórnia, Estados Unidos, no último dia 7 de abril. O momento pode ser conferido clicando aqui.

O Rage Against the Machine segue com o futuro em aberto. Após o baterista Brad Wilk ter anunciado que as atividades voltariam a ficar em suspenso, alguns rumores de bastidores tentaram contemporizar e dizer que “não era bem assim”. De qualquer modo, não há atividades previstas para a banda.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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