O que é preciso para o System of a Down gravar um novo álbum, segundo Serj Tankian

Vocalista entende que a banda precisaria adotar uma postura mais inclusiva caso deseje criar material inédito

Em 2025, os dois últimos álbuns do System of a Down completarão 20 anos de seus lançamentos. Desde então, a banda disponibilizou apenas um par de músicas inéditas e segue fazendo shows esporádicos. Embora uma parte dos fãs mantenham a esperança de uma reversão, nem mesmo dentro do grupo as expectativas parecem grandes.

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Durante entrevista ao canal do YouTube The Jesea Lee Show, o vocalista Serj Tankian foi confrontado com o tema. Na ocasião, o músico foi questionado sobre o que seria necessário para que o quarteto quebrasse o hiato e voltasse ao estúdio para registrar um trabalho completo.

Ele respondeu, conforme transcrição do Blabbermouth:

“Abordagem igualitária para tudo dentro da banda. Em outras palavras, mais igualdade em termos de origem da música, em termos de dividir tudo, incluindo publicação, em termos de ideias, em termos de compartilhar a visão — esse tipo de coisa.”

O frontman destacou que chegou a oferecer composições inéditas aos colegas anos atrás, mas a ideia não avançou.

“Tinha algumas músicas novas que eu achava que seriam incríveis para o grupo, então as toquei para os caras. Disse: ‘Gente, eu tenho uma ideia, uma visão, um caminho diferente que seria muito benéfico para a banda’. Chamei esse momento de manifesto na biografia, meio brincando. Mas eu estava tentando incutir o mesmo tipo de princípios igualitários que eu amo como ativista em tudo que faço. E naquela época, não funcionou, mas talvez funcione um dia. Vamos ver.”

Serj Tankian e Daron Malakian

Em outra entrevista recente, à rádio WSOU 89.5 FM, Serj relembrou ter passado a perceber que as coisas dariam erradas na banda desde o século passado. Ele contou, também conforme transcrição do Blabbermouth:

“John (Dolmayan), nosso baterista que também é meu cunhado, tem uma memória incrível. A minha não é tão boa, mas ele basicamente disse: ‘desde 1999 você estava olhando e dizendo que a banda não poderia continuar como estava’. Acho que teve muito a ver com a discrepância entre nossa atitude e a de Daron (Malakian, guitarrista) em relação à banda e a tudo o que estava acontecendo, com ele evoluindo e se tornando suficiente.”

A situação do guitarrista, a quem Tankian já havia apontado como ponto divergente, se difere do restante do grupo.

“No caso de John, por exemplo, embora ele toque bateria desde os oito anos de idade, ele fez muitas, muitas coisas na vida. Ele teve uma empresa de histórias em quadrinhos. Shavo (Odadjian, baixista) fez outras coisas também, embora a música tenha sido uma grande parte de sua vida. Mas para Daron, era a única atividade. Eu também fiz muitas coisas na vida. Trabalhei em diferentes indústrias, me formei na faculdade e entrei para a música quase tarde, mais tarde do que todos os outros caras, definitivamente.”

System of a Down, presente e futuro

Apesar de ainda existir de forma oficial, o System of a Down não é mais uma banda em tempo integral. Recentemente, o quarteto se reuniu para um show no festival Sick New World, em Las Vegas. O momento foi um reencontro esporádico para uma carreira que não tem previsão de ser retomada.

Ao canal do YouTube Live Signing, novamente conforme repercussão do Blabbermouth, Serj explicou:

“Adoro me apresentar, mas quanto a turnês longas… Acho que quando você faz uma turnê longa, não é apenas fisicamente exaustivo, mas é artisticamente redundante depois de um tempo, repetindo a mesma coisa. Prefiro eventos especiais, ocasiões especiais. Não podemos fazê-los em todos os lugares. Também tive alguns problemas nas costas, passei por cirurgias e tratamentos que estavam me impedindo de performar. Estou muito melhor agora, me exercito, então muita coisa já foi resolvida. Quanto a fazer uma turnê, estou aberto a analisar, mas não muito entusiasmado. Prefiro me concentrar em algumas datas específicas.”

“Mezmerize” e “Hypnotize”, dois trabalhos de estúdio mais recentes do grupo, saíram em 2005. Após a turnê de divulgação, o grupo entrou em um hiato rompido seis anos depois. Desde então, o quarteto vem realizando apenas excursões esporádicas.

Em novembro de 2020 a banda lançou as músicas “Protect the Land” e “Genocidal Humanoidz”. As faixas foram motivadas pelo conflito entre Artsakh e Azerbaijão, com todos os rendimentos sendo revertidos aos esforços humanitários na Armênia, terra natal dos ancestrais dos músicos. Junto com outras doações de fãs em suas páginas nas redes sociais, eles arrecadaram mais de US$ 600 mil.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Só temos a visão do Serj por aqui?
    Esse artigo é requentado com alguma coisinha ali e aqui, mas nada que realmente seja diferente do que foi abordado em versões anteriores dessa redação.

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