Max Cavalera diz que ideia de regravar álbuns do Sepultura foi de Gloria

Esposa e empresária do vocalista e guitarrista fez sugestão após opinar que o som dos primeiros discos da banda "é uma porcaria"

Desde o ano passado, Max Cavalera e Iggor Cavalera vêm lançando regravações de trabalhos antigos do Sepultura. Por meio do projeto Cavalera, os irmãos lançaram releituras do EP “Bestial Devastation” (1985) e do álbum “Morbid Vision” (1986) no ano passado. Agora, preparam uma versão de “Schizophrenia” (1987) para o dia 21 de junho.

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Curiosamente, a ideia de dar uma nova roupagem para os materiais não veio de nenhum dos músicos. Na verdade, segundo Max, quem pensou na possibilidade foi Gloria – sua esposa e também empresária.

Em entrevista ao site All Music, o vocalista e guitarrista explicou:  

“A ideia, na verdade, não foi minha, não posso levar os créditos. A ideia veio da minha esposa, Gloria. E foi realmente do nada. Ela disse para a gente: ‘Não seria legal se vocês regravassem seus primeiros trabalhos? Porque o som é uma porcaria’. [risos]. E eu disse ‘você pode ser sincera, é tudo uma porcaria’.”

Apesar de admitir que a qualidade sonora e técnica dos trabalhos não seja das melhores, o cantor acredita que as faixas são “incríveis”. Em seguida, também confessou que adoraria ver bandas como Slayer, Metallica e Exodus adotando a mesma iniciativa.  

“São canções incríveis, que compusemos quando éramos adolescentes. Eu estava começando a compor música e ainda entendendo como fazer isso. Eu nem sabia nada de afinação […]. Eu amo esses discos, mas sempre houve uma parte de mim que pensava: ‘eu gostaria que eles soassem tão bem quanto soam ao vivo’. E não estou falando apenas do meu trabalho, mas de muitas outras bandas. Eu adoraria ouvir ‘Show No Mercy’ do Slayer com uma nova gravação de som alucinante. Ou ‘Bonded by Blood’ do Exodus ou ‘Kill ‘Em All’ do Metallica.”

Decisão fácil para Max Cavalera

Por isso, diante de tal contexto, ele e o irmão decidiram que valia a pena o esforço de regravar os projetos. Desde o início, a intenção era manter o aspecto cru e agressivo dos discos originais, mudando apenas a sonoridade das gravações. 

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“Acho que para nós, foi uma decisão meio fácil. Tipo, ‘é uma ideia maluca, mas seria legal lançar novas versões com um som real e verdadeiro, mantendo a agressividade do original’. Acho que esse é o elemento-chave das nossas regravações, as mantivemos ainda muito sujas e cruas. Nós não as limpamos e as tornamos meio pop. Mantivemos brutais, como os trabalhos originais.”

A regravação de “Schizophrenia”, do Sepultura

Como mencionado, o Cavalera, projeto que une os irmãos Max (voz e guitarra) e Iggor Cavalera (bateria), anunciou para 21 de junho uma regravação de “Schizophrenia” (1987), segundo álbum full-length do Sepultura. O material chega a público, via gravadora Nuclear Blast, com as novas versões das nove faixas originais, além de uma canção inédita, “Nightmares of Delirium”.

Travis Stone (Pig Destroyer) ficou a cargo das guitarras na gravação, enquanto Igor Amadeus Cavalera, filho de Max, assumiu o baixo. As sessões em estúdio aconteceram entre 15 de abril e 5 de junho de 2023, no Focusrite Room em Mesa, Arizona. A mixagem e a masterização foram feitas por Arthur Rizk (Soulfly, Go Ahead and Die, Turnstile). A arte da capa original foi restaurada em aquarela e pintada à mão pelo artista alemão Eliran Kantor.

Em nota, Max Cavalera afirma:

“A Trilogia do Terceiro Mundo está finalmente completa com Schizophrenia, Bestial Devastation e Morbid Visions, as três joias do underground brasileiro! Para mim, Schizophrenia é a experiência definitiva de death/thrash! Fui inspirado a enfrentar o mundo e esta gravação mostra que meu compromisso é implacável! Esta é para todas as gerações desfrutarem! Toque no volume máximo!”

Iggor Cavalera complementa:

“1987 foi um ano muito progressivo para o metal, com lançamentos como ‘Into The Pandemonium’ do Celtic Frost, ‘Killing Technology’ do Voivod e ‘Under The Sign Of The Black Mark’ do Bathory, então não foi surpresa a forma como abordamos ‘Schizophrenia’, forçando nossos limites de um som black/death metal para uma estética mais thrash metal. Ainda tínhamos algumas ideias de ‘Morbid Visions’ e algumas músicas novas. Estou muito orgulhoso da composição e ainda mais orgulhoso de nossas regravações.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

2 COMENTÁRIOS

  1. É uma pena que o ego, a falta de humildade e, principalmente, a falta de unidade tenha acabado com uma banda que tinha tudo pra ser uma das maiores da história do Rock’n’Roll.
    Acho que tanto o Max, com seus trabalhos, quanto o Sepultura, nas suas várias formações, fizeram ótimos trabalhos que são extremamente importantes , mas se os caras tivessem conseguido superar as diferenças e ficado juntos, não tenho dúvidas de que seriam, pelo menos, tão grande quanto o Metallica.
    “Long live Rock’n’Roll

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