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“Nunca fiz parte do Sepultura, sempre fui autônomo”, diz Eloy Casagrande

Baterista conta que não manteve contato com ex-colegas de banda desde que optou por sair para se juntar ao Slipknot

A saída de Eloy Casagrande do Sepultura para se juntar ao Slipknot segue rendendo comentários por parte dos envolvidos. Agora, o próprio baterista trouxe um pouco mais de sua própria perspectiva.

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Em entrevista a Rodrigo Ortega para o portal Uol, o músico reforçou o discurso adotado à Veja SP quando garantiu que a aposentadoria do Sepultura, a ser sacramentada após uma turnê de despedida que durará até 2025, motivou sua entrada para o grupo americano. Também acrescentou um argumento: ele diz nunca ter feito parte da banda brasileira como integrante, limitando sua definição a “músico autônomo, contratado”.

Inicialmente, ele declarou:

“O primeiro fator para eu querer tocar no Slipknot foi o fim do Sepultura. Eu tenho 33 anos. Respeitei a decisão do Andreas [Kisser, guitarrista e líder do grupo], mas eu precisava seguir com minha vida. O convite do Slipknot não tinha como esperar um ano. Era sim ou não.”

Casagrande explicou novamente por que precisou comunicar sua saída apenas semanas antes do início da turnê de despedida do Sepultura, “Celebrating Life Through Death”. Segundo ele, um acordo de confidencialidade foi assinado e precisava ser respeitado.

“Só pude falar com eles quando recebi ‘o sim’ do Slipknot. Assinei um acordo de confidencialidade. No dia em que recebi o sim, liguei para o Sepultura e marquei a reunião.”

Por fim, o baterista contou que não manteve contato com os ex-colegas após o rompimento. E destacou que nunca foi um integrante.

“Não sei se o Sepultura entendeu meus motivos. Não conversei mais com eles. A gente tinha uma relação boa, mas eu nunca fiz parte de Sepultura. Sempre fui um músico autônomo, contratado.”

O que diz Andreas Kisser

A reportagem do Uol procurou o Sepultura para comentar as novas declarações. Porém, a banda optou por não se manifestar.

Andreas Kisser tem falado sobre o rompimento em entrevistas. Mais recentemente, o guitarrista compartilhou reflexões em entrevista ao podcast Xablaw, conduzida por apresentadores da 89 A Rádio Rock e republicada no Instagram do artista.

Kisser manteve o argumento utilizado em outra entrevista, à rádio Transamérica, ao definir como “esquisita” a forma como o baterista se desvinculou do grupo. A saída foi anunciada às vésperas do início da turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”, “de surpresa e sem aviso prévio”, nas palavras da própria banda em comunicado à época.

Ele disse:

“O momento e a maneira como ele escolheu fazer foram bem esquisitos. Ele anunciou que estava indo para o Slipknot do nada. Não era a nossa obrigação ou missão anunciar (para onde ele iria). Não temos nada a ver com a história dele e da banda. Mas foi bem esquisito.”

Na opinião de Andreas, não há problema em Eloy se envolver com outro grupo de maior notoriedade. O músico apenas contesta que o modo escolhido pelo colega — embora este tenha dito, à Veja SP, que precisou assinar um contrato de confidencialidade e não poderia revelar a novidade para ninguém.

“Acho que o fato de ele ir para o Slipknot é normal, a qualidade de baterista que ele tem, pode tocar em qualquer banda do mundo. Mas acho que o momento e a maneira como ele escolheu fazer foi bem esquisito.”

Ainda durante a entrevista, fez elogios a Greyson Nekrutman, baterista que assumiu a vaga. A entrada do americano se deu em apenas dois dias, segundo o guitarrista, que voltou a falar de Eloy Casagrande:

“As coisas têm que ser do jeito que têm que ser. Cada um é livre para escolher o que fazer e como fazer e arquem com as consequências. Estamos num momento sensacional. Não podia ser melhor o Greyson estar com a gente. Era o espírito que precisávamos: de celebração, de respeito à história, aos fãs, aos ingressos que já estavam sendo vendidos. Estávamos há dois anos discutindo esse planejamento. O anúncio foi feito em 8 de dezembro do ano passado, com o Eloy incluso. Em janeiro fomos para a NAMM, feira de música, no mesmo voo. Ele não falou nada. Na volta, ele disse que estava fora.”

Por fim, Kisser destacou a receptividade do público em relação à chegada de Nekrutman.

“Sepultura é movido a isso. ‘Bring me more’. Mais desafios. A equipe do Sepultura é fantástica, os fãs são fantásticos. No primeiro show, a galera já estava gritando ‘Greyson, Greyson’. Um abraço maravilhoso, com muito amor e respeito. O Sepultura é isso: respeito, ser honesto com você mesmo e encarar as coisas de frente, sem medo.”

O comunicado sobre a saída de Eloy Casagrande

Relembre, abaixo, a íntegra da nota à imprensa em que o Sepultura anunciou a saída de Eloy Casagrande.

“Depois de 2 anos de concepção e muito trabalho, que envolve a banda, os empresários, a equipe de roadies, gravadoras, advogados, promotores locais e agentes de viagem…

Depois de firmar um acordo com a 30e no Brasil e a Cobra Agency no resto do mundo para anunciar uma tour de despedida, anúncio feito no dia 8 de dezembro de 2023, para celebrar 40 anos de história intitulada ‘Celebrating Life through Death’…

Depois de abrir as vendas dos ingressos e de ter tido uma resposta maravilhosa dos nossos fãs, esgotando várias praças pelo mundo, abrindo novas datas e criando uma expectativa mágica e muito positiva…

Depois dos ensaios marcados e confirmados, de toda a estrutura pronta para encarar os próximos 18 meses de shows e celebrações…

No último dia 6 de fevereiro, em uma reunião extraordinária, o baterista Eloy Casagrande comunicou à banda e aos empresários que está se desligando do Sepultura pra seguir carreira em outro projeto.

Fomos pegos de surpresa, sem aviso prévio ou qualquer tipo de debate sobre como fazer a transição. A comunicação foi feita e ele se desligou imediatamente da banda, abandonando tudo relacionado ao Sepultura.

A nossa história é feita de desafios e são eles que alimentam nossa criatividade e determinação. Não seria agora, depois de tudo que passamos nesses 40 anos, que iriamos desistir, pelo contrário!

Sendo assim, estamos muito felizes em anunciar o espetacular baterista Greyson Nekrutman, que será o nosso parceiro nas baquetas para honrar o compromisso que temos com a Sepulnation e com todos que fazem parte desta celebração!

Sempre fortes e unidos na energia positiva de respeito e gratidão.

Nos vemos na estrada! Vamos celebrar,

Andreas Kisser, Derrick Green e Paulo Xisto”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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A saída de Eloy Casagrande do Sepultura para se juntar ao Slipknot segue rendendo comentários por parte dos envolvidos. Agora, o próprio baterista trouxe um pouco mais de sua própria perspectiva.

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Em entrevista a Rodrigo Ortega para o portal Uol, o músico reforçou o discurso adotado à Veja SP quando garantiu que a aposentadoria do Sepultura, a ser sacramentada após uma turnê de despedida que durará até 2025, motivou sua entrada para o grupo americano. Também acrescentou um argumento: ele diz nunca ter feito parte da banda brasileira como integrante, limitando sua definição a “músico autônomo, contratado”.

Inicialmente, ele declarou:

“O primeiro fator para eu querer tocar no Slipknot foi o fim do Sepultura. Eu tenho 33 anos. Respeitei a decisão do Andreas [Kisser, guitarrista e líder do grupo], mas eu precisava seguir com minha vida. O convite do Slipknot não tinha como esperar um ano. Era sim ou não.”

Casagrande explicou novamente por que precisou comunicar sua saída apenas semanas antes do início da turnê de despedida do Sepultura, “Celebrating Life Through Death”. Segundo ele, um acordo de confidencialidade foi assinado e precisava ser respeitado.

“Só pude falar com eles quando recebi ‘o sim’ do Slipknot. Assinei um acordo de confidencialidade. No dia em que recebi o sim, liguei para o Sepultura e marquei a reunião.”

Por fim, o baterista contou que não manteve contato com os ex-colegas após o rompimento. E destacou que nunca foi um integrante.

“Não sei se o Sepultura entendeu meus motivos. Não conversei mais com eles. A gente tinha uma relação boa, mas eu nunca fiz parte de Sepultura. Sempre fui um músico autônomo, contratado.”

O que diz Andreas Kisser

A reportagem do Uol procurou o Sepultura para comentar as novas declarações. Porém, a banda optou por não se manifestar.

Andreas Kisser tem falado sobre o rompimento em entrevistas. Mais recentemente, o guitarrista compartilhou reflexões em entrevista ao podcast Xablaw, conduzida por apresentadores da 89 A Rádio Rock e republicada no Instagram do artista.

Kisser manteve o argumento utilizado em outra entrevista, à rádio Transamérica, ao definir como “esquisita” a forma como o baterista se desvinculou do grupo. A saída foi anunciada às vésperas do início da turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”, “de surpresa e sem aviso prévio”, nas palavras da própria banda em comunicado à época.

Ele disse:

“O momento e a maneira como ele escolheu fazer foram bem esquisitos. Ele anunciou que estava indo para o Slipknot do nada. Não era a nossa obrigação ou missão anunciar (para onde ele iria). Não temos nada a ver com a história dele e da banda. Mas foi bem esquisito.”

Na opinião de Andreas, não há problema em Eloy se envolver com outro grupo de maior notoriedade. O músico apenas contesta que o modo escolhido pelo colega — embora este tenha dito, à Veja SP, que precisou assinar um contrato de confidencialidade e não poderia revelar a novidade para ninguém.

“Acho que o fato de ele ir para o Slipknot é normal, a qualidade de baterista que ele tem, pode tocar em qualquer banda do mundo. Mas acho que o momento e a maneira como ele escolheu fazer foi bem esquisito.”

Ainda durante a entrevista, fez elogios a Greyson Nekrutman, baterista que assumiu a vaga. A entrada do americano se deu em apenas dois dias, segundo o guitarrista, que voltou a falar de Eloy Casagrande:

“As coisas têm que ser do jeito que têm que ser. Cada um é livre para escolher o que fazer e como fazer e arquem com as consequências. Estamos num momento sensacional. Não podia ser melhor o Greyson estar com a gente. Era o espírito que precisávamos: de celebração, de respeito à história, aos fãs, aos ingressos que já estavam sendo vendidos. Estávamos há dois anos discutindo esse planejamento. O anúncio foi feito em 8 de dezembro do ano passado, com o Eloy incluso. Em janeiro fomos para a NAMM, feira de música, no mesmo voo. Ele não falou nada. Na volta, ele disse que estava fora.”

Por fim, Kisser destacou a receptividade do público em relação à chegada de Nekrutman.

“Sepultura é movido a isso. ‘Bring me more’. Mais desafios. A equipe do Sepultura é fantástica, os fãs são fantásticos. No primeiro show, a galera já estava gritando ‘Greyson, Greyson’. Um abraço maravilhoso, com muito amor e respeito. O Sepultura é isso: respeito, ser honesto com você mesmo e encarar as coisas de frente, sem medo.”

O comunicado sobre a saída de Eloy Casagrande

Relembre, abaixo, a íntegra da nota à imprensa em que o Sepultura anunciou a saída de Eloy Casagrande.

“Depois de 2 anos de concepção e muito trabalho, que envolve a banda, os empresários, a equipe de roadies, gravadoras, advogados, promotores locais e agentes de viagem…

Depois de firmar um acordo com a 30e no Brasil e a Cobra Agency no resto do mundo para anunciar uma tour de despedida, anúncio feito no dia 8 de dezembro de 2023, para celebrar 40 anos de história intitulada ‘Celebrating Life through Death’…

Depois de abrir as vendas dos ingressos e de ter tido uma resposta maravilhosa dos nossos fãs, esgotando várias praças pelo mundo, abrindo novas datas e criando uma expectativa mágica e muito positiva…

Depois dos ensaios marcados e confirmados, de toda a estrutura pronta para encarar os próximos 18 meses de shows e celebrações…

No último dia 6 de fevereiro, em uma reunião extraordinária, o baterista Eloy Casagrande comunicou à banda e aos empresários que está se desligando do Sepultura pra seguir carreira em outro projeto.

Fomos pegos de surpresa, sem aviso prévio ou qualquer tipo de debate sobre como fazer a transição. A comunicação foi feita e ele se desligou imediatamente da banda, abandonando tudo relacionado ao Sepultura.

A nossa história é feita de desafios e são eles que alimentam nossa criatividade e determinação. Não seria agora, depois de tudo que passamos nesses 40 anos, que iriamos desistir, pelo contrário!

Sendo assim, estamos muito felizes em anunciar o espetacular baterista Greyson Nekrutman, que será o nosso parceiro nas baquetas para honrar o compromisso que temos com a Sepulnation e com todos que fazem parte desta celebração!

Sempre fortes e unidos na energia positiva de respeito e gratidão.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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