Royal Blood faz show pesado e em sintonia com fãs do Rio

Duo britânico encerra curta turnê de duas datas pelo Brasil com apresentação tecnicamente primorosa e forte aceitação do público

Sintonia é a palavra perfeita para definir a noite do Royal Blood em terras cariocas na última terça-feira (16). A apresentação, que aconteceu no tradicional Circo Voador, marcou o fim da curta passagem atual da dupla britânica pelo Brasil. Antes do Rio de Janeiro, Mike Kerr (voz e baixo) e Ben Thatcher (bateria) se apresentaram em São Paulo, no último sábado (13) (clique aqui para saber como foi).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

“Royal Blood, Royal Blood, Royal Blood!”, foram as palavras que os presentes começaram a entonar por volta de cinco minutos antes das 21h, horário marcado para o início da apresentação. As 21h10, quando os primeiros acordes do distorcido baixo de Kerr e o groove poderoso da bateria de Tatcher ecoaram pelo Circo Voador com “Boilermaker”, esses fãs sedentos pelo som da dupla receberam, enfim, o que queriam.

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A partir daqui, nem mesmo um problema no microfone do vocalista/baixista logo após a execução da pesada “Out of the Black” — segunda música de um setlist que percorreu os quatro discos lançados pela banda até hoje — foi capaz de esfriar os ânimos da plateia.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Sólido e caloroso

Apenas um baixo e uma bateria — e por vezes o apoio dos teclados do músico de turnê Darren James em faixas dos seus dois álbuns mais recentes, “Typhoons” (2021) e “Back to the Water Below” (2023) — impressionam por serem o suficiente para o duo entregar um rock marcado pela solidez. A cada uma das músicas executadas de forma tecnicamente perfeita por eles, era, como dito, a sintonia que tomava conta do Circo.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

O clima bom não era só entre banda e público, mas também entre a própria dupla, que, ao longo da noite, trocou não apenas olhares como também um soquinho de punhos em um dos inúmeros instantes em que o baixista se aproxima e até sobe na plataforma da bateria. Já os fãs responderam com entusiasmo e chegaram a competir com os vocais melosos de Mike em canções como as intensas “Come on Over”, “Lights Out” e “Little Monster” e a dançante “Trouble’s Coming”.

Kerr e Thatcher, aliás, demonstraram o oposto de qualquer estereótipo de frieza britânica. Em determinado momento, o vocalista e baixista leu cartazes com pedidos e mensagens do público. O baterista também não decepcionou e chegou a descer na plateia em duas ocasiões, uma no início da apresentação e outra mais ao fim.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

“Eu não vou embora”

Falando em final, se antes mesmo do início os gritos de “Royal Blood” serviram de prenúncio, o canto “Eu não vou embora!” marcou o fim da performance de “Loose Change”, antes da saída para o bis. Duas faixas do álbum de estreia homônimo, de 2014, foram escolhidas para o encore: a pesada “Ten Tonne Skeleton” e obviamente o hit “Figure it Out”, dona de um riff inconfundível.

Após duas visitas ao Brasil que priorizaram festivais (Rock in Rio em 2015 e Lollapalooza em 2018) e grandes shows (abertura para o Pearl Jam no Maracanã também em 2018), ficou claro que presenciar uma banda como o Royal Blood em uma casa mais intimista, como o Circo Voador, é um privilégio. Mike Kerr demonstrou saber disso ao dizer, por fim: “A gente ama vocês para caralh*! Até a próxima!”. Que o retorno seja breve.

*Mais fotos ao fim da página.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos
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Royal Blood – ao vivo no Rio de Janeiro

  • Local: Circo Voador
  • Data: 16 de abril de 2024
  • Turnê: Back to the Water Below

Repertório:

  1. Boilermaker
  2. Out of the Black
  3. Mountains at Midnight
  4. Come on Over
  5. Lights Out
  6. Shiner in the Dark
  7. Supermodel Avalanches
  8. Blood Hands
  9. Trouble’s Coming
  10. Typhoons
  11. Pull Me Through
  12. One Trick Pony
  13. Little Monster + Solo de bateria
  14. How Did We Get So Dark?
  15. Loose Change

Bis:

  1. Ten Tonne Skeleton
  2. Figure It Out
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Guilherme Salomão
Guilherme Salomãohttps://igormiranda.com.br
Guilherme Salomão é Criador de conteúdo, Crítico de Cinema e Produtor Audiovisual carioca apaixonado por Cinema e Música desde que se conhece como gente. Administrador por formação, foi autor do TCC “O Poder da Marca no Cinema: O Caso Star Wars de George Lucas” na PUC-Rio, obtendo nota máxima em forma de reconhecimento pelo seu trabalho e dedicação. Cinéfilo de carteirinha, na produção já se dedicou a projetos que vão desde curtas e longas-metragens até videoclipes de artistas iniciantes.

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