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No Rio, Mr. Big e Sebastian Bach promovem celebração hard rock pós-Summer Breeze

Com direito a atração surpresa de abertura, veteranos do estilo fizeram declarações de amor à Cidade Maravilhosa em noite de público não tão numeroso, mas certamente apaixonado

Como atrações do Summer Breeze, grande festival dedicado ao metal que realizou sua segunda edição em São Paulo, Mr. Big e Sebastian Bach resolveram esticar a passagem pelo Brasil para uma apresentação conjunta, no Vivo Rio, no último domingo (28). Os veteranos do hard rock fizeram a alegria dos cariocas que não foram ao evento principal, mas puderam assistir aos shows bem de perto e com bastante tranquilidade, sem atingir lotação máxima da casa situada no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro.

Em um ambiente climatizado, bem diferente do calorão intenso que fez no festival Open Air em terras paulistanas, o público foi surpreendido com uma banda de abertura não anunciada previamente pela produção do evento. Às 20h, diante da grande cortina vermelha ainda fechada no palco, sons de guitarra despertaram a curiosidade dos fãs que estavam ansiosos por Bach, primeira atração da noite, com previsão para iniciar sua performance às 21h. Era, porém, Jelusick, banda de hard rock com pitadas de heavy metal liderada pelo cantor e compositor croata Dino Jelusick.

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O músico ganhou reconhecimento por representar a Croácia no Festival de Eurovisão da Canção Júnior, onde saiu como o vencedor mais jovem da história do concurso. Depois, formou o Animal Drive, encerrado em 2020, e envolveu-se com artistas e grupos como Whitesnake, Trans-Siberian Orchestra, Michael Romeo e Dirty Shirley.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Jelusick, a banda, entregou uma apresentação vibrante, cheia de energia e elogios ao público. Mesmo com a plateia desavisada, conseguiram prender a atenção com as performances repletas de peso e virtuososimo.

Acompanhado por Luka Broderick (baixo), Ivan Keller (guitarra) e Mario Lepoglavec (bateria), o vocalista — que precisou fazer uma apresentação mais breve — focou no repertório com músicas de seu álbum de estreia “Follow the Blind Man” (2023). Por vezes assumia o piano e se comunicava bem com o público, não nos fazendo esquecer de que todos aguardavam outras atrações.

Sebastian Bach

Sebastian Bach chegou ao palco carioca já ovacionado. Mesmo antes de o cantor surgir diante de nossos olhos, as pessoas estavam com celulares a postos para não perderem a chance de capturar o momento exato no qual o ícone do hard rock oitentista começaria a cantar.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos
Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Acompanhado de Brent Woods (guitarra), Clay Eubank (baixo) e Andy Sanesi (bateria), Bach deu início ao set com “What Do I Got To Lose”, um de seus singles mais recentes, mas cujo refrão estava na ponta da língua do público. Em seguida, uma sequência de seis músicas do Skid Row — nenhuma novidade, pois já era esperado um repertório focado na banda. “Sweet Little Sister” levantou demais a plateia e Bach se manteve firme nos vocais, fazendo um bom começo de show e se comunicando muito exclusivamente em português — estava até provido de uma “cola” com frases no idioma.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Ainda segurando na performance vocal, passou pelo empolgante hit “18 and Life”, mas chegando em “Piece of Me” o fôlego começou a faltar. Ao fim de “American Metalhead” (original do Painmuseum) rebatizada de “Brazilian Metalhead” na ocasião, relembrou ao público de sua idade — 56 anos — brincando no palco como se estivesse andando com uma bengala. Era notório um certo cansaço e o desgaste vocal de Bach, que veio de uma conturbada apresentação no Summer Breeze em São Paulo dois dias antes, além de uma data em Curitiba no sábado (27).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

“Everybody Bleeds”, outra nova canção, serviu como um respiro para entrar na pesada e frenética “Slave to the Grind”, faixa-título do álbum de 1991 do Skid Row, cuja capa — pintada por seu pai, o já falecido David Bierk — estampava o fundo do palco. “Rattlesnake Shake”, por sua vez, teve sua execução embolada e precisou ser interrompida por problemas técnicos, aparentemente na caixa do baixo de Clay Eubank. Enquanto a questão não era solucionada, Sanesi precisou ocupar o tempo de palco com um solo de bateria. Depois, foi retomada normalmente.

O público cantava junto a grande maioria do repertório escolhido por Bach, alternando com os gritos em coro de “Tião, Tião, Tião” — apelido que o músico ganhou aqui no Brasil e que ele olhava com ares de que não sabia do que se tratava, mas achando divertido. Perto do fim, a banda tocou “Monkey Business”, entrecortada por um cover bem executado de “Tom Sawyer” (Rush).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos
Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Mas percebemos que o show precisava mesmo acabar e Bach poderia estar ansioso pra isso: por mais que estivesse entregando carisma e simpatia, lhe faltava fôlego durante sua performance a capella de “Wasted Time”. Ainda assim, houve gás para finalizar com “I Remember You” — em homenagem aos que partiram, citando nomes como Taylor Hawkins (Foo Fighters), Joey Ramone (Ramones), Neil Peart (Rush) — e a esperada “Youth Gone Wild”.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Sebastian Bach — ao vivo no Rio de Janeiro

  • Local: Vivo Rio
  • Data: 28 de abril de 2024
  • Produtora: Ride R2

Repertório:

  1. What Do I Got To Lose? (Sebastian Bach)
  2. Big Guns (Skid Row)
  3. Sweet Little Sister (Skid Row)
  4. Here I Am (Skid Row)
  5. 18 and Life (Skid Row)
  6. Piece of Me (Skid Row)
  7. Everybody Bleeds (Sebastian Bach)
  8. Slave to the Grind (Skid Row)
  9. Rattlesnake Shake (Skid Row)
  10. The Threat (Skid Row)
  11. American Metalhead (Painmuseum)
  12. Monkey Business (Skid Row) / Tom Sawyer (Rush)
  13. Wasted Time (Skid Row, a capella)
  14. I Remember You (Skid Row)
  15. Youth Gone Wild (Skid Row)

Mr. Big

Com sua turnê de despedida intitulada “The Big Finish”, o Mr. Big foi a atração principal da noite no Vivo Rio. Os presentes já pareciam satisfeitos com Sebastian Bach, mas era notório que a maioria do público na frente do palco estava ali pela virtuosa banda de hard rock, já que todos naquela parte estavam trajados com camisetas deles. Além de presenciar ao vivo as lendas Eric Martin (voz), Paul Gilbert (guitarra) e Billy Sheehan, os fãs estavam na expectativa de conferir a performance do grupo funcionando com Nick D’Virgilio (Big Big Train, Spock’s Beard), que assumiu o lugar do antecessor Matt Starr nas baquetas — ambos só foram escalados porque Pat Torpey foi diagnosticado com Parkinson no início dos anos 2010 e faleceu em 2018.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Com um tempo de show mais confortável e extenso nessa apresentação única no Rio de Janeiro, já se esperava um espetáculo diferente do que foi visto no Summer Breeze, onde a banda trabalhou com um repertório encurtado para caber na programação. A tour de despedida conta com, entre outros números, a execução na íntegra do álbum “Lean Into It” (1991), que teve três músicas cortadas do show de São Paulo — “Voodoo Kiss”, “A Little to Lose” e “Road to Ruin” —, mas executadas para a plateia carioca.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Por falar em carioquices, o Mr. Big — que abriu o show com três músicas de outros álbuns, sendo “Addicted to That Rush”, “Take Cover” e “Price You Gotta Pay” — não poupou elogios ao caloroso público local. Também chamaram os brasileiros de “o melhor público de rock’n’roll de todos os tempos” e, como agrado, improvisaram um sambinha arranjado ali na hora. 

Mantendo a tradição do divertido uso das furadeiras nas performances de Gilbert e Sheehan, “Daddy, Brother, Lover, Little Boy” levantou demais a plateia e seus respectivos celulares. O show seguiu em clima bem gostoso de assistir, com ares mais contemplativos do que explosivos. O quarteto entregou envolvimento e sintonia ao vivo, amor à música e ao seu público, que retribuiu com extrema atenção e carinho.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Os olhos estavam vidrados, em especial, em Gilbert e Sheehan, lendas de seus instrumentos. A habilidade do primeiro citado se mostra em momentos como a introdução repleta de harmônicos de “Just Take My Heart”. Um virtuosismo controlado, ajustado e elegante, ainda brilhante bem na nossa frente. Paul troca de guitarra diversas vezes, exibindo seu leque estiloso de instrumentos. Já Billy faz a mudança apenas uma vez, optando por um imponente double bass verde-limão a partir de “CDFF-Lucky This Time”. Os citados harmônicos também são exibidos pelo baixista — de forma ainda mais impressionante, seja por duração ou execução. 

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Experiente, Martin se adaptou como deu. O cantor de 63 anos dá umas disfarçadas, joga vários trechos das músicas para o público, desce o tom de seus berros e falsete, mas nada que não seja compreensível dentro de uma carreira tão longeva. O frontman provoca risos quando, antes de “Green-Tinted Sixties Mind”, dá pulos muito empolgados e logo na sequência reclama de sua coluna. Uma lembrança de que a idade, embora limitante, pode ser algo encarado com leveza.

O show assume seu momento mais acústico, com “To Be With You”, quando Martin aproveita para apresentar os colegas, e “Wild World”, original de Cat Stevens. Uma passagem solo de Gilbert oferece um pot-pourri contendo trechos de, entre outras, “Gonna Fly Now” (de Bill Conti, conhecida por ser tema do filme “Rocky Balboa”) e a romântica “Nothing But Love” (presente no álbum “Bump Ahead”, de 1993).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Aproximando-se do fim, há os esperados covers com direito a uma também conhecida troca de instrumentos. Eric assumiu o baixo, Sheehan o vocal, D’Virgilio a guitarra e Gilbert a bateria. Aconteceu em “Good Lovin’”, do The Olympics, tocada depois de “30 Days in the Hole”, canção de 1972 do Humble Pie. “Baba O’Riley” do The Who, encerrou a noite e deixou o público satisfeito com o que viu — embora ciente de que esta pode ter sido a última passagem da história do Mr. Big pelo Brasil, país que também visitou em 1994, 2011, 2015 e 2017.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Mr. Big — ao vivo no Rio de Janeiro

  • Local: Vivo Rio
  • Data: 28 de abril de 2024
  • Turnê: The Big Finish
  • Produtora: Ride R2

Repertório:

  1. Addicted to That Rush
  2. Take Cover
  3. Price You Gotta Pay
  4. Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)
  5. Alive and Kickin’
  6. Green-Tinted Sixties Mind
  7. CDFF-Lucky This Time
  8. Voodoo Kiss
  9. Never Say Never
  10. Just Take My Heart
  11. My Kinda Woman
  12. Little to Lose
  13. Road to Ruin
  14. To Be With You
  15. Wild World (original de Cat Stevens)
  16. Solo de Guitarra / pot-pourri Gonna Fly Now de Bill Conti, Nothing but Love
  17. Colorado Bulldog
  18. Solo de baixo
  19. Shy Boy
  20. 30 Days in the Hole (cover de Humble Pie)
  21. Good Lovin’ (cover de The Olympics)
  22. Baba O’Riley (cover do The Who)

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Mari Dertoni é jornalista, fotógrafa e social media. Obcecada por cinema e música!

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No Rio, Mr. Big e Sebastian Bach promovem celebração hard rock pós-Summer Breeze

Com direito a atração surpresa de abertura, veteranos do estilo fizeram declarações de amor à Cidade Maravilhosa em noite de público não tão numeroso, mas certamente apaixonado

Como atrações do Summer Breeze, grande festival dedicado ao metal que realizou sua segunda edição em São Paulo, Mr. Big e Sebastian Bach resolveram esticar a passagem pelo Brasil para uma apresentação conjunta, no Vivo Rio, no último domingo (28). Os veteranos do hard rock fizeram a alegria dos cariocas que não foram ao evento principal, mas puderam assistir aos shows bem de perto e com bastante tranquilidade, sem atingir lotação máxima da casa situada no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro.

Em um ambiente climatizado, bem diferente do calorão intenso que fez no festival Open Air em terras paulistanas, o público foi surpreendido com uma banda de abertura não anunciada previamente pela produção do evento. Às 20h, diante da grande cortina vermelha ainda fechada no palco, sons de guitarra despertaram a curiosidade dos fãs que estavam ansiosos por Bach, primeira atração da noite, com previsão para iniciar sua performance às 21h. Era, porém, Jelusick, banda de hard rock com pitadas de heavy metal liderada pelo cantor e compositor croata Dino Jelusick.

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O músico ganhou reconhecimento por representar a Croácia no Festival de Eurovisão da Canção Júnior, onde saiu como o vencedor mais jovem da história do concurso. Depois, formou o Animal Drive, encerrado em 2020, e envolveu-se com artistas e grupos como Whitesnake, Trans-Siberian Orchestra, Michael Romeo e Dirty Shirley.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Jelusick, a banda, entregou uma apresentação vibrante, cheia de energia e elogios ao público. Mesmo com a plateia desavisada, conseguiram prender a atenção com as performances repletas de peso e virtuososimo.

Acompanhado por Luka Broderick (baixo), Ivan Keller (guitarra) e Mario Lepoglavec (bateria), o vocalista — que precisou fazer uma apresentação mais breve — focou no repertório com músicas de seu álbum de estreia “Follow the Blind Man” (2023). Por vezes assumia o piano e se comunicava bem com o público, não nos fazendo esquecer de que todos aguardavam outras atrações.

Sebastian Bach

Sebastian Bach chegou ao palco carioca já ovacionado. Mesmo antes de o cantor surgir diante de nossos olhos, as pessoas estavam com celulares a postos para não perderem a chance de capturar o momento exato no qual o ícone do hard rock oitentista começaria a cantar.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos
Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Acompanhado de Brent Woods (guitarra), Clay Eubank (baixo) e Andy Sanesi (bateria), Bach deu início ao set com “What Do I Got To Lose”, um de seus singles mais recentes, mas cujo refrão estava na ponta da língua do público. Em seguida, uma sequência de seis músicas do Skid Row — nenhuma novidade, pois já era esperado um repertório focado na banda. “Sweet Little Sister” levantou demais a plateia e Bach se manteve firme nos vocais, fazendo um bom começo de show e se comunicando muito exclusivamente em português — estava até provido de uma “cola” com frases no idioma.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Ainda segurando na performance vocal, passou pelo empolgante hit “18 and Life”, mas chegando em “Piece of Me” o fôlego começou a faltar. Ao fim de “American Metalhead” (original do Painmuseum) rebatizada de “Brazilian Metalhead” na ocasião, relembrou ao público de sua idade — 56 anos — brincando no palco como se estivesse andando com uma bengala. Era notório um certo cansaço e o desgaste vocal de Bach, que veio de uma conturbada apresentação no Summer Breeze em São Paulo dois dias antes, além de uma data em Curitiba no sábado (27).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

“Everybody Bleeds”, outra nova canção, serviu como um respiro para entrar na pesada e frenética “Slave to the Grind”, faixa-título do álbum de 1991 do Skid Row, cuja capa — pintada por seu pai, o já falecido David Bierk — estampava o fundo do palco. “Rattlesnake Shake”, por sua vez, teve sua execução embolada e precisou ser interrompida por problemas técnicos, aparentemente na caixa do baixo de Clay Eubank. Enquanto a questão não era solucionada, Sanesi precisou ocupar o tempo de palco com um solo de bateria. Depois, foi retomada normalmente.

O público cantava junto a grande maioria do repertório escolhido por Bach, alternando com os gritos em coro de “Tião, Tião, Tião” — apelido que o músico ganhou aqui no Brasil e que ele olhava com ares de que não sabia do que se tratava, mas achando divertido. Perto do fim, a banda tocou “Monkey Business”, entrecortada por um cover bem executado de “Tom Sawyer” (Rush).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos
Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Mas percebemos que o show precisava mesmo acabar e Bach poderia estar ansioso pra isso: por mais que estivesse entregando carisma e simpatia, lhe faltava fôlego durante sua performance a capella de “Wasted Time”. Ainda assim, houve gás para finalizar com “I Remember You” — em homenagem aos que partiram, citando nomes como Taylor Hawkins (Foo Fighters), Joey Ramone (Ramones), Neil Peart (Rush) — e a esperada “Youth Gone Wild”.

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Sebastian Bach — ao vivo no Rio de Janeiro

  • Local: Vivo Rio
  • Data: 28 de abril de 2024
  • Produtora: Ride R2

Repertório:

  1. What Do I Got To Lose? (Sebastian Bach)
  2. Big Guns (Skid Row)
  3. Sweet Little Sister (Skid Row)
  4. Here I Am (Skid Row)
  5. 18 and Life (Skid Row)
  6. Piece of Me (Skid Row)
  7. Everybody Bleeds (Sebastian Bach)
  8. Slave to the Grind (Skid Row)
  9. Rattlesnake Shake (Skid Row)
  10. The Threat (Skid Row)
  11. American Metalhead (Painmuseum)
  12. Monkey Business (Skid Row) / Tom Sawyer (Rush)
  13. Wasted Time (Skid Row, a capella)
  14. I Remember You (Skid Row)
  15. Youth Gone Wild (Skid Row)

Mr. Big

Com sua turnê de despedida intitulada “The Big Finish”, o Mr. Big foi a atração principal da noite no Vivo Rio. Os presentes já pareciam satisfeitos com Sebastian Bach, mas era notório que a maioria do público na frente do palco estava ali pela virtuosa banda de hard rock, já que todos naquela parte estavam trajados com camisetas deles. Além de presenciar ao vivo as lendas Eric Martin (voz), Paul Gilbert (guitarra) e Billy Sheehan, os fãs estavam na expectativa de conferir a performance do grupo funcionando com Nick D’Virgilio (Big Big Train, Spock’s Beard), que assumiu o lugar do antecessor Matt Starr nas baquetas — ambos só foram escalados porque Pat Torpey foi diagnosticado com Parkinson no início dos anos 2010 e faleceu em 2018.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Com um tempo de show mais confortável e extenso nessa apresentação única no Rio de Janeiro, já se esperava um espetáculo diferente do que foi visto no Summer Breeze, onde a banda trabalhou com um repertório encurtado para caber na programação. A tour de despedida conta com, entre outros números, a execução na íntegra do álbum “Lean Into It” (1991), que teve três músicas cortadas do show de São Paulo — “Voodoo Kiss”, “A Little to Lose” e “Road to Ruin” —, mas executadas para a plateia carioca.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Por falar em carioquices, o Mr. Big — que abriu o show com três músicas de outros álbuns, sendo “Addicted to That Rush”, “Take Cover” e “Price You Gotta Pay” — não poupou elogios ao caloroso público local. Também chamaram os brasileiros de “o melhor público de rock’n’roll de todos os tempos” e, como agrado, improvisaram um sambinha arranjado ali na hora. 

Mantendo a tradição do divertido uso das furadeiras nas performances de Gilbert e Sheehan, “Daddy, Brother, Lover, Little Boy” levantou demais a plateia e seus respectivos celulares. O show seguiu em clima bem gostoso de assistir, com ares mais contemplativos do que explosivos. O quarteto entregou envolvimento e sintonia ao vivo, amor à música e ao seu público, que retribuiu com extrema atenção e carinho.

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Os olhos estavam vidrados, em especial, em Gilbert e Sheehan, lendas de seus instrumentos. A habilidade do primeiro citado se mostra em momentos como a introdução repleta de harmônicos de “Just Take My Heart”. Um virtuosismo controlado, ajustado e elegante, ainda brilhante bem na nossa frente. Paul troca de guitarra diversas vezes, exibindo seu leque estiloso de instrumentos. Já Billy faz a mudança apenas uma vez, optando por um imponente double bass verde-limão a partir de “CDFF-Lucky This Time”. Os citados harmônicos também são exibidos pelo baixista — de forma ainda mais impressionante, seja por duração ou execução. 

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Experiente, Martin se adaptou como deu. O cantor de 63 anos dá umas disfarçadas, joga vários trechos das músicas para o público, desce o tom de seus berros e falsete, mas nada que não seja compreensível dentro de uma carreira tão longeva. O frontman provoca risos quando, antes de “Green-Tinted Sixties Mind”, dá pulos muito empolgados e logo na sequência reclama de sua coluna. Uma lembrança de que a idade, embora limitante, pode ser algo encarado com leveza.

O show assume seu momento mais acústico, com “To Be With You”, quando Martin aproveita para apresentar os colegas, e “Wild World”, original de Cat Stevens. Uma passagem solo de Gilbert oferece um pot-pourri contendo trechos de, entre outras, “Gonna Fly Now” (de Bill Conti, conhecida por ser tema do filme “Rocky Balboa”) e a romântica “Nothing But Love” (presente no álbum “Bump Ahead”, de 1993).

Foto: Paty Sigiliano @paty_sigilianophotos

Aproximando-se do fim, há os esperados covers com direito a uma também conhecida troca de instrumentos. Eric assumiu o baixo, Sheehan o vocal, D’Virgilio a guitarra e Gilbert a bateria. Aconteceu em “Good Lovin’”, do The Olympics, tocada depois de “30 Days in the Hole”, canção de 1972 do Humble Pie. “Baba O’Riley” do The Who, encerrou a noite e deixou o público satisfeito com o que viu — embora ciente de que esta pode ter sido a última passagem da história do Mr. Big pelo Brasil, país que também visitou em 1994, 2011, 2015 e 2017.

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Mr. Big — ao vivo no Rio de Janeiro

  • Local: Vivo Rio
  • Data: 28 de abril de 2024
  • Turnê: The Big Finish
  • Produtora: Ride R2

Repertório:

  1. Addicted to That Rush
  2. Take Cover
  3. Price You Gotta Pay
  4. Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)
  5. Alive and Kickin’
  6. Green-Tinted Sixties Mind
  7. CDFF-Lucky This Time
  8. Voodoo Kiss
  9. Never Say Never
  10. Just Take My Heart
  11. My Kinda Woman
  12. Little to Lose
  13. Road to Ruin
  14. To Be With You
  15. Wild World (original de Cat Stevens)
  16. Solo de Guitarra / pot-pourri Gonna Fly Now de Bill Conti, Nothing but Love
  17. Colorado Bulldog
  18. Solo de baixo
  19. Shy Boy
  20. 30 Days in the Hole (cover de Humble Pie)
  21. Good Lovin’ (cover de The Olympics)
  22. Baba O’Riley (cover do The Who)

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