O ex-vocalista do Anti-Flag, Justin Sane – cujo nome de batismo é Justin Cathal Geever – supostamente deixou os Estados Unidos em meio a problemas legais e uma onda de alegações de agressão e má conduta sexual. Uma matéria do jornal Pittsburgh City Paper, publicada em 29 de março, alega ter recebido a confirmação da saída do músico do país.
A aparente denúncia veio da equipe jurídica que representa sua acusadora mais proeminente, Kristina Sarhadi. Foi ela quem realizou a alegação anônima original feita no verão passado. A acusação fez com que o resto da banda optasse pela dissolução. As reivindicações trazem à tona um incidente que teria ocorrido em 2010.
Após a primeira denúncia, 12 outras mulheres apresentaram suas próprias histórias com Sane, detalhando incidentes que alegaram ter ocorrido desde a década de 1990. Justin negou publicamente as alegações de Sarhadi, as considerando “categoricamente falsas”. Seus ex-companheiros, entretanto, o condenaram publicamente por suas ações, embora continuem afirmando que não tinham conhecimento de seu comportamento.
Sarhadi entrou com uma ação civil alegando agressão sexual. Ela também processaria a empresa responsável pelos negócio da banda, Hardwork Distribution Inc., alegando que foram negligentes ao permitir que o suposto comportamento acontecesse.
A suposta fuga
Em março passado, a acusação foi atualizada, após oficiais de Justiça não terem conseguido apresentar a ação a Justin, apesar de meses de tentativas. Foi feito pedido para que os tribunais reconhecessem a irmã de Sane como representante autorizada a receber a ação, permitindo o andamento do processo.
A medida ocorre após os acusantes terem recebido indicações de que o artista aparentemente estava liquidando seus ativos, vendendo sua casa em Pittsburgh e transferindo seus fundos para o exterior para “uma conta bancária irlandesa”.
Zachary McConnell, associado sênior de um dos escritórios de advocacia que representa Sarhadi, disse ao Pittsburgh City Paper no final do mês passado:
“Entendemos que Geever deixou o país, mas não sabemos para onde ele foi.”
A versão da acusação
Em carta aberta enviada à imprensa no final do ano passado, Kristina Sarhadi declarou:
“Justin Geever usou sua plataforma como um célebre e autoproclamado ‘astro do punk rock’ para atrair meninas vulneráveis que se sentiam seguras em sua presença. Enquanto cantava sobre proteger as mulheres e enfrentar os abusadores, parece que estava escondendo um vício em poder e controle, prejudicando inúmeras mulheres que não conseguiam falar até agora. Hoje espero encorajar sobreviventes de outros predadores da indústria musical a sentirem esperança novamente.”
Sarhadi revelou sua experiência com Geever no podcast “Enough”, detalhando um encontro angustiante em outubro de 2010 com um cantor punk ativista não identificada que supostamente a agrediu sexualmente quando ela tinha 22 anos. Mais tarde, ela confirmou de quem se tratava.
“Foi a coisa mais aterrorizante que já experimentei. Não posso enfatizar o quão violento ele era e o quanto eu acreditava plenamente que iria morrer, que ele iria me matar.”
A seguir, a revista Rolling Stone publicou uma investigação onde mais 12 mulheres acusaram Geever de comportamento predatório, agressão sexual e estupro nos Estados Unidos e na Europa, desde a década de 1990 e até 2020. Muitas se descreveram como fãs do Anti-Flag. que moldaram suas crenças sociais e políticas em torno do músico e das mensagens da banda.
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