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Exclusivo: Hank Shermann promete retorno triunfante do Mercyful Fate ao Brasil

Banda dinamarquesa é uma das atrações principais do Summer Breeze no fim do mês; repertório terá clássicos e duas músicas novas

São Paulo, 24 de agosto de 1996. Os portões do Estádio do Pacaembu se abrem ao meio-dia para receber 50 mil fãs de rock e metal, ávidos por testemunhar o espetáculo que reuniria Iron Maiden, Skid Row, Motörhead, Biohazard, Helloween, King Diamond, Mercyful Fate, Heroes del Silencio e Raimundos. Era a terceira edição do icônico festival Monsters of Rock no Brasil.

Aquele sábado ficou marcado não só na memória dos espectadores, mas também na dos artistas — alguns estreando diante do público brasileiro.

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“Eu nunca tinha ido à América do Sul”, recorda-se Hank Shermann, guitarrista do Mercyful Fate, logo no início de nossa conversa. “Então, todos nós realmente curtimos essa vibe aventureira, conhecendo uma nova parte do mundo, e também descobrindo tantos fãs tão apaixonados pela banda”.

Embora o show, realizado sob o sol escaldante das duas da tarde, tenha durado apenas meia hora, deixou uma impressão impecável. Ele observa: “Recebemos uma ótima recepção na performance, apesar do horário. É possível ver em vídeos no YouTube a galera suando e cantando em coro como se não houvesse amanhã”.

O Mercyful Fate voltaria ao Brasil em mais duas ocasiões: janeiro de 1998 (com cinco datas) e agosto de 1999 (apenas um show na capital paulista). A paixão dos fãs impressionou o grupo “porque é muito mais intensa do que é, digamos, na Europa ou nos Estados Unidos”, segundo Shermann.

Em poucas semanas, o guitarrista terá a oportunidade de conferir se algo mudou em 25 anos, já que o Mercyful Fate é um dos headliners da próxima edição do festival Summer Breeze Brasil, agendado para os dias 26, 27 e 28 de abril, em São Paulo. Abaixo, você confere as expectativas dele para este retorno e muito mais.

O resgate dos clássicos

Shermann está ansioso para tocar no Brasil. O guitarrista, com seus 65 anos, mal pode esperar para subir ao palco do Summer Breeze e, segundo ele, honrar toda a lealdade que o país demonstrou ao Mercyful Fate desde a primeira vez que a banda esteve aqui. A promessa é de uma produção de palco completa — telões, escadarias e um grande show de luzes —, mas também garante um repertório de primeira:

“O setlist terá apenas músicas dos três primeiros trabalhos. Ou seja, o mini álbum [‘Mercyful Fate’ (1982)], ‘Melissa’ (1983) e ‘Don’t Break the Oath’ (1984). E isso é para dar aos fãs velhos e novos a chance de ouvir as músicas que deram início a tudo.”

Embora a discografia de estúdio do Mercyful Fate inclua outros títulos, para Hank, nenhum se compara aos primeiros, que se destacam por músicas mais cativantes e uma melhor composição. De acordo com ele, todas as peças simplesmente se encaixaram nessas músicas, “e é por isso que elas são muito mais populares do que as que fizemos nos anos 1990”.

Não é errado afirmar que os cinco álbuns que a banda lançou naquela década não se tornaram tão populares quanto os lançados nos anos 1980, e o guitarrista tem uma justificativa pronta para isso.

“Mudamos o estilo de composição e a produção; o som do Mercyful Fate mudou. Tudo mudou de certa forma. E isso não ressoou tão bem. Pessoalmente, acho que entregamos algumas músicas que talvez tenham sido muito complicadas ou muito progressivas de certa forma. E com as novas oportunidades de produção que surgiram nos anos 1990, as coisas mudaram totalmente de qualquer maneira. Então, acredito que as músicas de maior sucesso do Mercyful Fate são, sem dúvida, aquelas dos anos 80.”

Ciente da preferência dos fãs por músicas mais diretas ao ponto, o grupo está, de acordo com o guitarrista, de volta ao modo de composição. Shermann afirma ter uma dezena de músicas novas prontas, além de duas totalmente gravadas que serão lançadas como singles dentro de alguns meses. Antecipando a próxima pergunta, ele afirma:

“Definitivamente vamos tocar novas músicas no Brasil. Vamos tocar ‘The Jackal of Salzburg’. Desde que a tocamos ao vivo pela primeira vez [em 2 de junho de 2022], nós a modificamos; eu mudei meu solo de guitarra, Mike Wead mudou seu solo de guitarra, King refez e reescreveu alguns versos. Então vamos apresentar a versão que será lançada. É possível que toquemos outra música nova chamada ‘Sacrifice’. Ainda não a tocamos [ao vivo]. Estamos vendo se podemos incluí-la no show no Brasil.”

Sobre o vindouro álbum de estúdio, o primeiro desde “9” (1999), Hank antecipa que o grupo está no processo de gravá-lo “como nos velhos tempos”. Para ele, essa abordagem garante que a música esteja definitivamente mais voltada para a direção do material oitentista; “um pouco menos complicada, pelo menos dentro da nossa definição do que é complicado”.

Os bastidores da retomada

Em 2019, o Mercyful Fate anunciou uma aguardada retomada das atividades depois de anos de silêncio ensurdecedor. Questionado sobre os catalisadores dessa reunião, Shermann se esquiva — “o momento deve ser sempre oportuno quando você está reunindo a banda novamente” —, mas revela que os períodos de atividade e inatividade dependerão da agenda de seu vocalista. Ele exemplifica antecipando como será o vai e vem nos próximos meses:

“Conseguimos esses dois shows que não estavam previstos para nós na América do Sul. Depois, King passa para o ciclo do King Diamond, compondo novas músicas. Ele sairá em turnê no final deste ano, levando isso para o próximo ano, lançando seu álbum completo, espero que ainda este ano. E depois que tudo isso estiver feito, será hora de reiniciar o Mercyful Fate. Então tenho que esperar até que o King tenha concluído o ciclo do King Diamond. Pelo menos, esse é o plano.”

Shermann reconhece que é uma agenda pesada que King tem, mas, para ele, o vocalista, infartado, está em ótima forma.

“Ele tem se cuidado. Ele é monitorado regularmente por médicos que garantem que tudo esteja bem. E isso se mostrou especialmente nas turnês pelos EUA e Europa.”

Hank destaca que enquanto o colega sobe e desce as escadarias do palco 50 vezes durante um concerto, ele próprio só faz isso duas ou três vezes.

“Todos estamos na casa dos 60, exceto Becky Baldwin, nossa nova baixista. Ela está na casa dos 30. Então, é claro, todos nós estamos nos cuidando muito.”

Becky Baldwin foi a mais recente adição à formação do Mercyful Fate. Shermann reconhece que ninguém jamais imaginaria a banda tendo uma baixista. Em seguida, faz elogios:

“Acho que ela é uma musicista excepcional, uma pessoa excepcional, uma baixista realmente talentosa que tem as qualidades e o som que eu acho que se encaixam perfeitamente no Mercyful Fate. Ela é realmente old school, uma garota britânica pé no chão que realmente se encaixa bem trazendo algo novo.”

Hank conta que a ideia de ter uma baixista veio de King — “ele foi realmente ousado nisso” —, mas reivindica para si a decisão de escolher Becky.

“Eu vinha acompanhando o Instagram dela e realmente gostando do estilo e da atitude dela.”

Michael Denner de fora

Quando foi anunciada a retomada das atividades em 2019, muitos fãs questionaram a ausência de Michael Denner. Em 2020, tive a oportunidade de perguntar ao guitarrista e cofundador o motivo de sua exclusão. A resposta foi a seguinte:

“Sei exatamente por que fiquei de fora. King e eu tivemos um pequeno desentendimento há alguns anos, que nunca foi resolvido, então esse é o resultado. É claro que me sinto triste por estar de fora, principalmente pelos fãs, mas, honestamente, eu não sabia sobre essa reunião até dois dias antes do anúncio oficial. Um detalhe que me deixou muito zangado foi terem chamado de reunião da formação original, mas pensando bem, por que dividir [o dinheiro] por três quando você pode dividir por dois?”

Hank desconhece o tal desentendimento com King ao qual Michael se refere, mas revela: simplesmente escolheram não chamá-lo.

“Ele não é tão dedicado como músico quanto eu e King somos. Foram anos e anos com o [projeto] Denner-Shermann, gravando todas as músicas sozinho, criando todas as músicas sozinho e tudo mais. Michael não tem como se dedicar tanto assim, o que é muito compreensível porque ele tem esposa, filhos e uma loja de discos em Copenhague. Então, por todos esses motivos, optamos por deixá-lo de fora de qualquer plano do Mercyful Fate.”

O substituto de Denner é Mike Wead, que Shermann descreve como “um cara realmente estável”.

“Ele está disposto a viajar, a fazer o que for necessário. E não tenho certeza se Michael pensaria dessa forma. Então, não queríamos lidar com isso. Além disso, Michael pode dizer o que quiser sobre não ter sido chamado; o que quer que ele diga, não é como pensamos.”

O segredo da singularidade

O Mercyful Fate detém um status lendário no universo do heavy metal. Mas além do pioneirismo, Shermann acredita em outros motivos para isso. “Definitivamente são as músicas que criamos juntos. Acho que elas são muito únicas”, opina ele.

Ainda no campo da singularidade, o guitarrista destaca:

“King Diamond é um vocalista que canta como nenhum outro. Ele tem uma voz instantaneamente reconhecível e um estilo único de entoar suas frases vocais. Isso torna muito reconhecível e também se mistura com o talento individual de cada membro da banda.”

Após breve hesitação, alguns elogios são direcionados a si mesmo também.

“Eu tenho um som. Então, quando toco guitarra, crio um som de guitarra que é definitivamente meu e depois se torna parte do som geral do Mercyful Fate. Fora minha loucura na composição de músicas, especialmente nos primeiros dias; não havia limitação. Eu não pensava em nada. Sem saber que isso nos renderia o tipo de status lendário que a banda tem hoje, não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Nós apenas fomos lá e fizemos.”

Discografia comentada por Hank Shermann

Por fim, Hank Shermann foi convidado a compartilhar suas impressões sobre todos os álbuns lançados pelo Mercyful Fate até aqui. Confira:

“Mercyful Fate” (1982)

Embora um compacto de quatro faixas não se qualifique como um álbum, o impacto do EP homônimo do Mercyful Fate (também chamado de “Nuns Have No Fun”) foi tamanho à época de seu lançamento. Shermann recorda-se:

“Fomos para a Holanda de Kombi, com nossos cabeçotes Marshall em cima e tivemos uma das melhores experiências. Talvez tenhamos obtido o som de guitarra mais cru de todos os tempos. Acho o som da guitarra muito, muito legal.”

O guitarrista, é claro, menciona as duas principais faixas do EP.

‘Doomed by the Living Dead’ e ‘A Corpse Without Soul’ são duas músicas que ainda tocamos nos shows. Lembro que elas foram feitas muito rapidamente, muito mesmo.”

“Melissa” (1983)

Quando de seu lançamento, o álbum de estreia do Mercyful Fate soou bastante diferente de qualquer coisa ouvida antes no heavy metal. Como o Metallica mais tarde confirmaria ao regravar um medley com “Satan’s Fall”, “Curse of the Pharaohs”, “Into the Coven” e “Evil” em “Garage Inc” (1998), “Melissa” possui um caráter único e irresistível. Não surpreendentemente, é o álbum do Mercyful Fate favorito de Shermann.

“Acho que é realmente um álbum fantástico. São apenas sete músicas e todas se tornaram clássicos.”

Entre essas músicas está aquela que o guitarrista considera a definitiva do Mercyful Fate.

‘Black Funeral’, por sua simplicidade. Tem um ritmo legal. É melódica, mas também tem alguns acordes meio malignos no meio. É uma música curta, menos de três minutos. Então eu diria que ‘Black Funeral’ também é uma das minhas favoritas para tocar ao vivo. Acho que é a canção marca registrada do Mercyful Fate.”

Ainda assim, para Shermann, há uma música que se destaca, não de uma maneira boa.

“Acho que ‘At the Sound of the Demon Bell’ está um pouco aquém das outras.”

“Don’t Break the Oath” (1984)

O segundo e altamente influente álbum do Mercyful Fate se resume a uma palavra-chave para Shermann: “camadas”.

“É audível que mais tempo foi dedicado à produção, e acho que isso acabou dando um resultado único também. ‘Melissa’ é um pouco mais simples no espectro sonoro. ‘Don’t Break the Oath’ tem mais camadas.”

O guitarrista também enaltece o fato de King Diamond ter mostrado a que veio como compositor.

“Ele criou algumas músicas fantásticas. ‘Gypsy’, ‘The Oath’, ‘Come to the Sabbath’; todas elas demonstram suas habilidades de composição e agregaram ao que ficou conhecido como nosso estilo característico.”

“In the Shadows” (1993)

O primeiro álbum do Mercyful Fate após sua reunião em 1992 foi um retorno e tanto. Por isso, é citado por Shermann como seu favorito entre todos os álbuns lançados pela banda na década de 1990.

“Estávamos com uma nova mentalidade. Todos estavam tão empolgados que o Mercyful Fate estava de volta que essa energia e empolgação definitivamente se refletiram nas composições.”

Entre essas composições, o guitarrista destaca uma: “The Old Oak”.

“Essa é minha música favorita do álbum. Você pode ouvir a empolgação na performance de todos.”

“Time” (1994)

Shermann vai direto ao ponto ao justificar por que este é o álbum do Mercyful Fate de que menos gosta.

“Acho que todos experimentaram demais. King fez alguns experimentos. Tentamos ir para outros lugares. Também criei algumas músicas, talvez uma ou duas, que eram um pouco diferentes do que costumava fazer. Mas também tivemos ‘The Mad Arab’, né? Ela é a prova de que há algumas boas músicas no disco, com certeza. Mas é meu álbum menos querido do Mercyful Fate.”

“Into the Unknown” (1996)

Apesar do que seu título sugere, a maioria dos fãs concorda que “Into the Unknown” foi a bola de segurança do Mercyful Fate nos anos 1990. O terceiro álbum após a reunião em 1992 manteve a fórmula clássica sem lançar mão de nada que os admiradores de longa data já não conhecessem.

O fato de Shermann não citar nenhuma faixa em específico denota esse caráter de mera continuidade.

“Acho que algumas das músicas definitivamente têm partes vocais muito legais e alguns bons riffs de guitarra. A única coisa de que não gosto no álbum é a capa. Creio que estivéssemos sem tempo para fazer uma capa adequada. Pelo que me lembro, foi um ex-membro do King Diamond que trouxe essa imagem de um horizonte com um sol nascendo ou se pondo, e nós apenas a viramos de cabeça para baixo. Então, realmente, não é lá uma capa de álbum das mais geniais.”

“Dead Again” (1998)

O primeiro álbum após a saída do guitarrista e fundador Michael Denner introduziu um novo compositor no Mercyful Fate ao ter o baixista Sharlee D’Angelo contribuindo com a música de encerramento, “Crossroads”. Mas o disco é muito mais lembrado pela imponente faixa-título de 14 minutos.

“Começamos a ficar um pouco ambiciosos; pelo menos nas músicas que eu compus. Eu impus esse desafio louco para mim mesmo de compor uma música que fosse mais longa do que ‘Satan’s Fall’ [11:23] apenas pelo simples fato de ser mais longa do que ‘Satan’s Fall’. Essa não é exatamente a melhor maneira de começar a compor uma música. [Risos.]”

A banda também voltou a um estilo de capa de álbum mais “old school” — o qual o guitarrista aprova.

“Usamos a silhueta do álbum ‘Don’t Break the Oath’. E dentro dessa silhueta, havia muitas cenas que representavam parte das letras de algumas das músicas. Por fim, também gosto do som de bateria em ‘Dead Again’. Era um som bem legal. Lembro-me de que foi obra de um cara que costumava trabalhar com o Pantera na época [o produtor Sterling Winfield].”

“9” (1999)

Talvez o Mercyful Fate estivesse contando com os apanhados de sobras e raridades “The Beginning” (1987) e “Return of the Vampire” (1992) quando batizou seu sétimo e, até o momento, último álbum de estúdio de “9”. Lançado pouco mais de um ano após “Dead Again”, ele foi amplamente aclamado como um aceno às antigas.

“Tínhamos essa mentalidade, ou pelo menos eu tinha, de que queríamos soar mais metal, mais na linha de por onde começamos, e você definitivamente pode ouvir isso. É o puro heavy metal acontecendo. Talvez um pouco mais até do que costumávamos ser.”

Shermann destaca duas músicas do repertório: “Insane” e “Church of Saint Anne”.

“‘Insane’ tem partes de bateria totalmente insanas. [Risos.] E as guitarras de ‘Church of Saint Anne’, hein? Normalmente tocamos em E (mi), a afinação padrão. Em ‘Church of Saint Anne’, afinamos a corda E (mi) em C# (dó sustenido). Talvez você não note, mas definitivamente tem um tipo de vibe mais pesado. E afinamos apenas a corda E (mi) em C# (dó sustenido). Isso significa que não dá para realmente montar acordes. Se quiser montar acordes, precisa afinar as outras cordas um tom e meio abaixo, também.”

Por fim, o guitarrista elogia a capa — embora não se lembre do nome do artista responsável.

“A arte do álbum realmente se assemelha em estilo à dos primeiros álbuns. Não tenho certeza se é o mesmo que fez, mas pode ter sido.”

Pode ter certeza, Hank: o artista, Thomas Holm, é o mesmo das capas de “Melissa” e “Don’t Break the Oath”.

*O Mercyful Fate se apresenta no terceiro e último dia de Summer Breeze Brasil, festival que acontece nos dias 26, 27 e 28 de abril, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Ingressos seguem à venda no Clube do Ingresso.

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

1 COMENTÁRIO

  1. Poxa que entrevista massa! Assisti o MF e KD no Monsters de 1996 e um show do MF no Teatro dos Vampiros em 1998. Sou muito fã da banda e me surpreendi com a citação dele sobre o Time. Poxa acho um baita álbum, perfeito uma atmosfera absurda, uma bateria impecável do Snowy Shaw… Aliás acho todos álbuns dos anos 90 ótimos. E fico até meio decepcionado com a falta de sons desses álbuns no set list.
    Não sei ainda se vou no Summer, festival com muita banda e muita gente já não me apetece mais. Quem sabe.
    Obrigado pela entrevista com o mestre da guitarra do Mercyful Fate \,,/

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Exclusivo: Hank Shermann promete retorno triunfante do Mercyful Fate ao Brasil

Banda dinamarquesa é uma das atrações principais do Summer Breeze no fim do mês; repertório terá clássicos e duas músicas novas

São Paulo, 24 de agosto de 1996. Os portões do Estádio do Pacaembu se abrem ao meio-dia para receber 50 mil fãs de rock e metal, ávidos por testemunhar o espetáculo que reuniria Iron Maiden, Skid Row, Motörhead, Biohazard, Helloween, King Diamond, Mercyful Fate, Heroes del Silencio e Raimundos. Era a terceira edição do icônico festival Monsters of Rock no Brasil.

Aquele sábado ficou marcado não só na memória dos espectadores, mas também na dos artistas — alguns estreando diante do público brasileiro.

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“Eu nunca tinha ido à América do Sul”, recorda-se Hank Shermann, guitarrista do Mercyful Fate, logo no início de nossa conversa. “Então, todos nós realmente curtimos essa vibe aventureira, conhecendo uma nova parte do mundo, e também descobrindo tantos fãs tão apaixonados pela banda”.

Embora o show, realizado sob o sol escaldante das duas da tarde, tenha durado apenas meia hora, deixou uma impressão impecável. Ele observa: “Recebemos uma ótima recepção na performance, apesar do horário. É possível ver em vídeos no YouTube a galera suando e cantando em coro como se não houvesse amanhã”.

O Mercyful Fate voltaria ao Brasil em mais duas ocasiões: janeiro de 1998 (com cinco datas) e agosto de 1999 (apenas um show na capital paulista). A paixão dos fãs impressionou o grupo “porque é muito mais intensa do que é, digamos, na Europa ou nos Estados Unidos”, segundo Shermann.

Em poucas semanas, o guitarrista terá a oportunidade de conferir se algo mudou em 25 anos, já que o Mercyful Fate é um dos headliners da próxima edição do festival Summer Breeze Brasil, agendado para os dias 26, 27 e 28 de abril, em São Paulo. Abaixo, você confere as expectativas dele para este retorno e muito mais.

O resgate dos clássicos

Shermann está ansioso para tocar no Brasil. O guitarrista, com seus 65 anos, mal pode esperar para subir ao palco do Summer Breeze e, segundo ele, honrar toda a lealdade que o país demonstrou ao Mercyful Fate desde a primeira vez que a banda esteve aqui. A promessa é de uma produção de palco completa — telões, escadarias e um grande show de luzes —, mas também garante um repertório de primeira:

“O setlist terá apenas músicas dos três primeiros trabalhos. Ou seja, o mini álbum [‘Mercyful Fate’ (1982)], ‘Melissa’ (1983) e ‘Don’t Break the Oath’ (1984). E isso é para dar aos fãs velhos e novos a chance de ouvir as músicas que deram início a tudo.”

Embora a discografia de estúdio do Mercyful Fate inclua outros títulos, para Hank, nenhum se compara aos primeiros, que se destacam por músicas mais cativantes e uma melhor composição. De acordo com ele, todas as peças simplesmente se encaixaram nessas músicas, “e é por isso que elas são muito mais populares do que as que fizemos nos anos 1990”.

Não é errado afirmar que os cinco álbuns que a banda lançou naquela década não se tornaram tão populares quanto os lançados nos anos 1980, e o guitarrista tem uma justificativa pronta para isso.

“Mudamos o estilo de composição e a produção; o som do Mercyful Fate mudou. Tudo mudou de certa forma. E isso não ressoou tão bem. Pessoalmente, acho que entregamos algumas músicas que talvez tenham sido muito complicadas ou muito progressivas de certa forma. E com as novas oportunidades de produção que surgiram nos anos 1990, as coisas mudaram totalmente de qualquer maneira. Então, acredito que as músicas de maior sucesso do Mercyful Fate são, sem dúvida, aquelas dos anos 80.”

Ciente da preferência dos fãs por músicas mais diretas ao ponto, o grupo está, de acordo com o guitarrista, de volta ao modo de composição. Shermann afirma ter uma dezena de músicas novas prontas, além de duas totalmente gravadas que serão lançadas como singles dentro de alguns meses. Antecipando a próxima pergunta, ele afirma:

“Definitivamente vamos tocar novas músicas no Brasil. Vamos tocar ‘The Jackal of Salzburg’. Desde que a tocamos ao vivo pela primeira vez [em 2 de junho de 2022], nós a modificamos; eu mudei meu solo de guitarra, Mike Wead mudou seu solo de guitarra, King refez e reescreveu alguns versos. Então vamos apresentar a versão que será lançada. É possível que toquemos outra música nova chamada ‘Sacrifice’. Ainda não a tocamos [ao vivo]. Estamos vendo se podemos incluí-la no show no Brasil.”

Sobre o vindouro álbum de estúdio, o primeiro desde “9” (1999), Hank antecipa que o grupo está no processo de gravá-lo “como nos velhos tempos”. Para ele, essa abordagem garante que a música esteja definitivamente mais voltada para a direção do material oitentista; “um pouco menos complicada, pelo menos dentro da nossa definição do que é complicado”.

Os bastidores da retomada

Em 2019, o Mercyful Fate anunciou uma aguardada retomada das atividades depois de anos de silêncio ensurdecedor. Questionado sobre os catalisadores dessa reunião, Shermann se esquiva — “o momento deve ser sempre oportuno quando você está reunindo a banda novamente” —, mas revela que os períodos de atividade e inatividade dependerão da agenda de seu vocalista. Ele exemplifica antecipando como será o vai e vem nos próximos meses:

“Conseguimos esses dois shows que não estavam previstos para nós na América do Sul. Depois, King passa para o ciclo do King Diamond, compondo novas músicas. Ele sairá em turnê no final deste ano, levando isso para o próximo ano, lançando seu álbum completo, espero que ainda este ano. E depois que tudo isso estiver feito, será hora de reiniciar o Mercyful Fate. Então tenho que esperar até que o King tenha concluído o ciclo do King Diamond. Pelo menos, esse é o plano.”

Shermann reconhece que é uma agenda pesada que King tem, mas, para ele, o vocalista, infartado, está em ótima forma.

“Ele tem se cuidado. Ele é monitorado regularmente por médicos que garantem que tudo esteja bem. E isso se mostrou especialmente nas turnês pelos EUA e Europa.”

Hank destaca que enquanto o colega sobe e desce as escadarias do palco 50 vezes durante um concerto, ele próprio só faz isso duas ou três vezes.

“Todos estamos na casa dos 60, exceto Becky Baldwin, nossa nova baixista. Ela está na casa dos 30. Então, é claro, todos nós estamos nos cuidando muito.”

Becky Baldwin foi a mais recente adição à formação do Mercyful Fate. Shermann reconhece que ninguém jamais imaginaria a banda tendo uma baixista. Em seguida, faz elogios:

“Acho que ela é uma musicista excepcional, uma pessoa excepcional, uma baixista realmente talentosa que tem as qualidades e o som que eu acho que se encaixam perfeitamente no Mercyful Fate. Ela é realmente old school, uma garota britânica pé no chão que realmente se encaixa bem trazendo algo novo.”

Hank conta que a ideia de ter uma baixista veio de King — “ele foi realmente ousado nisso” —, mas reivindica para si a decisão de escolher Becky.

“Eu vinha acompanhando o Instagram dela e realmente gostando do estilo e da atitude dela.”

Michael Denner de fora

Quando foi anunciada a retomada das atividades em 2019, muitos fãs questionaram a ausência de Michael Denner. Em 2020, tive a oportunidade de perguntar ao guitarrista e cofundador o motivo de sua exclusão. A resposta foi a seguinte:

“Sei exatamente por que fiquei de fora. King e eu tivemos um pequeno desentendimento há alguns anos, que nunca foi resolvido, então esse é o resultado. É claro que me sinto triste por estar de fora, principalmente pelos fãs, mas, honestamente, eu não sabia sobre essa reunião até dois dias antes do anúncio oficial. Um detalhe que me deixou muito zangado foi terem chamado de reunião da formação original, mas pensando bem, por que dividir [o dinheiro] por três quando você pode dividir por dois?”

Hank desconhece o tal desentendimento com King ao qual Michael se refere, mas revela: simplesmente escolheram não chamá-lo.

“Ele não é tão dedicado como músico quanto eu e King somos. Foram anos e anos com o [projeto] Denner-Shermann, gravando todas as músicas sozinho, criando todas as músicas sozinho e tudo mais. Michael não tem como se dedicar tanto assim, o que é muito compreensível porque ele tem esposa, filhos e uma loja de discos em Copenhague. Então, por todos esses motivos, optamos por deixá-lo de fora de qualquer plano do Mercyful Fate.”

O substituto de Denner é Mike Wead, que Shermann descreve como “um cara realmente estável”.

“Ele está disposto a viajar, a fazer o que for necessário. E não tenho certeza se Michael pensaria dessa forma. Então, não queríamos lidar com isso. Além disso, Michael pode dizer o que quiser sobre não ter sido chamado; o que quer que ele diga, não é como pensamos.”

O segredo da singularidade

O Mercyful Fate detém um status lendário no universo do heavy metal. Mas além do pioneirismo, Shermann acredita em outros motivos para isso. “Definitivamente são as músicas que criamos juntos. Acho que elas são muito únicas”, opina ele.

Ainda no campo da singularidade, o guitarrista destaca:

“King Diamond é um vocalista que canta como nenhum outro. Ele tem uma voz instantaneamente reconhecível e um estilo único de entoar suas frases vocais. Isso torna muito reconhecível e também se mistura com o talento individual de cada membro da banda.”

Após breve hesitação, alguns elogios são direcionados a si mesmo também.

“Eu tenho um som. Então, quando toco guitarra, crio um som de guitarra que é definitivamente meu e depois se torna parte do som geral do Mercyful Fate. Fora minha loucura na composição de músicas, especialmente nos primeiros dias; não havia limitação. Eu não pensava em nada. Sem saber que isso nos renderia o tipo de status lendário que a banda tem hoje, não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Nós apenas fomos lá e fizemos.”

Discografia comentada por Hank Shermann

Por fim, Hank Shermann foi convidado a compartilhar suas impressões sobre todos os álbuns lançados pelo Mercyful Fate até aqui. Confira:

“Mercyful Fate” (1982)

Embora um compacto de quatro faixas não se qualifique como um álbum, o impacto do EP homônimo do Mercyful Fate (também chamado de “Nuns Have No Fun”) foi tamanho à época de seu lançamento. Shermann recorda-se:

“Fomos para a Holanda de Kombi, com nossos cabeçotes Marshall em cima e tivemos uma das melhores experiências. Talvez tenhamos obtido o som de guitarra mais cru de todos os tempos. Acho o som da guitarra muito, muito legal.”

O guitarrista, é claro, menciona as duas principais faixas do EP.

‘Doomed by the Living Dead’ e ‘A Corpse Without Soul’ são duas músicas que ainda tocamos nos shows. Lembro que elas foram feitas muito rapidamente, muito mesmo.”

“Melissa” (1983)

Quando de seu lançamento, o álbum de estreia do Mercyful Fate soou bastante diferente de qualquer coisa ouvida antes no heavy metal. Como o Metallica mais tarde confirmaria ao regravar um medley com “Satan’s Fall”, “Curse of the Pharaohs”, “Into the Coven” e “Evil” em “Garage Inc” (1998), “Melissa” possui um caráter único e irresistível. Não surpreendentemente, é o álbum do Mercyful Fate favorito de Shermann.

“Acho que é realmente um álbum fantástico. São apenas sete músicas e todas se tornaram clássicos.”

Entre essas músicas está aquela que o guitarrista considera a definitiva do Mercyful Fate.

‘Black Funeral’, por sua simplicidade. Tem um ritmo legal. É melódica, mas também tem alguns acordes meio malignos no meio. É uma música curta, menos de três minutos. Então eu diria que ‘Black Funeral’ também é uma das minhas favoritas para tocar ao vivo. Acho que é a canção marca registrada do Mercyful Fate.”

Ainda assim, para Shermann, há uma música que se destaca, não de uma maneira boa.

“Acho que ‘At the Sound of the Demon Bell’ está um pouco aquém das outras.”

“Don’t Break the Oath” (1984)

O segundo e altamente influente álbum do Mercyful Fate se resume a uma palavra-chave para Shermann: “camadas”.

“É audível que mais tempo foi dedicado à produção, e acho que isso acabou dando um resultado único também. ‘Melissa’ é um pouco mais simples no espectro sonoro. ‘Don’t Break the Oath’ tem mais camadas.”

O guitarrista também enaltece o fato de King Diamond ter mostrado a que veio como compositor.

“Ele criou algumas músicas fantásticas. ‘Gypsy’, ‘The Oath’, ‘Come to the Sabbath’; todas elas demonstram suas habilidades de composição e agregaram ao que ficou conhecido como nosso estilo característico.”

“In the Shadows” (1993)

O primeiro álbum do Mercyful Fate após sua reunião em 1992 foi um retorno e tanto. Por isso, é citado por Shermann como seu favorito entre todos os álbuns lançados pela banda na década de 1990.

“Estávamos com uma nova mentalidade. Todos estavam tão empolgados que o Mercyful Fate estava de volta que essa energia e empolgação definitivamente se refletiram nas composições.”

Entre essas composições, o guitarrista destaca uma: “The Old Oak”.

“Essa é minha música favorita do álbum. Você pode ouvir a empolgação na performance de todos.”

“Time” (1994)

Shermann vai direto ao ponto ao justificar por que este é o álbum do Mercyful Fate de que menos gosta.

“Acho que todos experimentaram demais. King fez alguns experimentos. Tentamos ir para outros lugares. Também criei algumas músicas, talvez uma ou duas, que eram um pouco diferentes do que costumava fazer. Mas também tivemos ‘The Mad Arab’, né? Ela é a prova de que há algumas boas músicas no disco, com certeza. Mas é meu álbum menos querido do Mercyful Fate.”

“Into the Unknown” (1996)

Apesar do que seu título sugere, a maioria dos fãs concorda que “Into the Unknown” foi a bola de segurança do Mercyful Fate nos anos 1990. O terceiro álbum após a reunião em 1992 manteve a fórmula clássica sem lançar mão de nada que os admiradores de longa data já não conhecessem.

O fato de Shermann não citar nenhuma faixa em específico denota esse caráter de mera continuidade.

“Acho que algumas das músicas definitivamente têm partes vocais muito legais e alguns bons riffs de guitarra. A única coisa de que não gosto no álbum é a capa. Creio que estivéssemos sem tempo para fazer uma capa adequada. Pelo que me lembro, foi um ex-membro do King Diamond que trouxe essa imagem de um horizonte com um sol nascendo ou se pondo, e nós apenas a viramos de cabeça para baixo. Então, realmente, não é lá uma capa de álbum das mais geniais.”

“Dead Again” (1998)

O primeiro álbum após a saída do guitarrista e fundador Michael Denner introduziu um novo compositor no Mercyful Fate ao ter o baixista Sharlee D’Angelo contribuindo com a música de encerramento, “Crossroads”. Mas o disco é muito mais lembrado pela imponente faixa-título de 14 minutos.

“Começamos a ficar um pouco ambiciosos; pelo menos nas músicas que eu compus. Eu impus esse desafio louco para mim mesmo de compor uma música que fosse mais longa do que ‘Satan’s Fall’ [11:23] apenas pelo simples fato de ser mais longa do que ‘Satan’s Fall’. Essa não é exatamente a melhor maneira de começar a compor uma música. [Risos.]”

A banda também voltou a um estilo de capa de álbum mais “old school” — o qual o guitarrista aprova.

“Usamos a silhueta do álbum ‘Don’t Break the Oath’. E dentro dessa silhueta, havia muitas cenas que representavam parte das letras de algumas das músicas. Por fim, também gosto do som de bateria em ‘Dead Again’. Era um som bem legal. Lembro-me de que foi obra de um cara que costumava trabalhar com o Pantera na época [o produtor Sterling Winfield].”

“9” (1999)

Talvez o Mercyful Fate estivesse contando com os apanhados de sobras e raridades “The Beginning” (1987) e “Return of the Vampire” (1992) quando batizou seu sétimo e, até o momento, último álbum de estúdio de “9”. Lançado pouco mais de um ano após “Dead Again”, ele foi amplamente aclamado como um aceno às antigas.

“Tínhamos essa mentalidade, ou pelo menos eu tinha, de que queríamos soar mais metal, mais na linha de por onde começamos, e você definitivamente pode ouvir isso. É o puro heavy metal acontecendo. Talvez um pouco mais até do que costumávamos ser.”

Shermann destaca duas músicas do repertório: “Insane” e “Church of Saint Anne”.

“‘Insane’ tem partes de bateria totalmente insanas. [Risos.] E as guitarras de ‘Church of Saint Anne’, hein? Normalmente tocamos em E (mi), a afinação padrão. Em ‘Church of Saint Anne’, afinamos a corda E (mi) em C# (dó sustenido). Talvez você não note, mas definitivamente tem um tipo de vibe mais pesado. E afinamos apenas a corda E (mi) em C# (dó sustenido). Isso significa que não dá para realmente montar acordes. Se quiser montar acordes, precisa afinar as outras cordas um tom e meio abaixo, também.”

Por fim, o guitarrista elogia a capa — embora não se lembre do nome do artista responsável.

“A arte do álbum realmente se assemelha em estilo à dos primeiros álbuns. Não tenho certeza se é o mesmo que fez, mas pode ter sido.”

Pode ter certeza, Hank: o artista, Thomas Holm, é o mesmo das capas de “Melissa” e “Don’t Break the Oath”.

*O Mercyful Fate se apresenta no terceiro e último dia de Summer Breeze Brasil, festival que acontece nos dias 26, 27 e 28 de abril, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Ingressos seguem à venda no Clube do Ingresso.

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

1 COMENTÁRIO

  1. Poxa que entrevista massa! Assisti o MF e KD no Monsters de 1996 e um show do MF no Teatro dos Vampiros em 1998. Sou muito fã da banda e me surpreendi com a citação dele sobre o Time. Poxa acho um baita álbum, perfeito uma atmosfera absurda, uma bateria impecável do Snowy Shaw… Aliás acho todos álbuns dos anos 90 ótimos. E fico até meio decepcionado com a falta de sons desses álbuns no set list.
    Não sei ainda se vou no Summer, festival com muita banda e muita gente já não me apetece mais. Quem sabe.
    Obrigado pela entrevista com o mestre da guitarra do Mercyful Fate \,,/

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