Edu Falaschi põe público para cantar em pleno calor do meio-dia no Summer Breeze

Horário ingrato no “dia do hard rock” não atrapalhou missão do vocalista, que atraiu bastante gente para ouvir hits de sua fase no Angra

Sexta-feira, dia útil, entre 13h10 e 14h25. Mal tinha passado da hora de almoço — ou se chegara nela — e Edu Falaschi, de sobretudo preto, já enfrentava o sol escaldante ao se apresentar no Ice Stage do Summer Breeze Brasil 2024.

Se havia dúvidas sobre o potencial de seu apelo para trazer o público bem cedo ao Memorial da América Latina, a fanbase do Angraverso não decepcionou e já se acumulava em frente ao palco enquanto o Flotsam & Jetsam ainda se apresentava no Hot Stage ao lado.

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Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Outra dúvida era se o repertório teria grandes alterações em relação aos shows solo que Falaschi havia feito no início do ano, talvez com uma prévia de sua próxima turnê, executando seu disco ao vivo com sua ex-banda, “Rebirth – Live in São Paulo”. Ou um show mais focado em sua carreira solo, se considerarmos que o próprio Angra também é parte da escalação do festival no dia seguinte

Dúvida sanada ao enfileirar logo de cara quatro músicas de sua fase no Angra, Falaschi controlou o público na base do carisma, pedindo várias vezes para que saísse do chão e o acompanhasse nos refrãos. Era sempre atendido, sugerindo desde palmas até que a plateia cantasse as partes de Kai Hansen em “Temple of Hate”, e por vezes registrando a reação em seu próprio celular.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Em um palco com as “estátuas” enormes em cada lateral enquanto o telão centralizado passava a capa de “Eldorado” (2023), Edu, vestido a caráter, reclamou do calor — não tinha como não o fazer naquele sobretudo —, além de acenar ao público estrangeiro no Summer Breeze. Se sua potência nos tons altos não foi a mesma de vinte anos atrás, o cantor nunca chegou a decepcionar, melhorando sua performance conforme sua voz se aquecia ao longo da apresentação.

Antes de executar a bem recebida “Sacrifice”, de seu disco mais recente — também representado nesta tarde pela faixa-título —, Falaschi avisou que já está apenas em carreira solo desde 2017. Nem parecia, a julgar pelo repertório focado quase exclusivamente em sua antiga banda, exceto por seus competentes músicos de apoio — a dupla de guitarristas Roberto Barros e Diogo Mafra, o baterista Jean Gardinalli (substituindo Aquiles Priester), o baixista Raphael Dafras e o tecladista Fabio Laguna —, que receberam elogios superlativos ao serem apresentados pelo frontman.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Mesmo em um dia repleto de atrações ligadas ao hard rock, um pedido do próprio Falaschi, em suas palavras, ao se confessar fã do gênero, o vocalista entregou um show de hits de sua fase do Angra — com direito à power-ballad bem oitentista “Bleeding Heart”, ao gosto do público majoritário da sexta-feira. Quando seu violão teve problemas técnicos, o vocalista improvisou “Pegasus Fantasy” e aqueceu o público para o final com “Rebirth” e “Nova Era”. Era difícil encontrar quem não as estivesse cantando nos arredores do Ice Stage.

*A página será atualizada com mais fotos em breve.

**Este conteúdo faz parte da cobertura Summer Breeze Brasil 2024. Algumas atrações terão resenhas + fotos publicadas primeiro. A cobertura completa, de (quase) todas as atrações, sairá nos próximos dias.

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

Edu Falaschi — ao vivo no Summer Breeze Brasil 2024

Repertório:

  1. Live and Learn (Angra)
  2. Acid Rain (Angra)
  3. Waiting Silence (Angra)
  4. Heroes of Sand (Angra)
  5. Sacrifice
  6. Millennium Sun (Angra)
  7. Temple of Hate (Angra)
  8. Eldorado
  9. Bleeding Heart (Angra)
  10. Spread Your Fire (Angra)
  11. Pegasus Fantasy (trilha de Os Cavaleiros do Zodíaco)
  12. Rebirth (Angra)
  13. Nova Era (Angra)

Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show
Foto: Gabriel Gonçalves @dgfotografia.show

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Thiago Zuma
Thiago Zuma
Formado em Direito na PUC-SP e Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, Thiago Zuma, 43, abandonou a vida de profissional liberal e a faculdade de História na USP para entrar no serviço público, mas nunca largou o heavy metal desde 1991, viajando o mundo para ver suas bandas favoritas, novas ou velhas, e ocasionalmente colaborando com sites de música.

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