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Como David Lee Roth arriscou a vida pela capa de “Skyscraper”

Vocalista provou que seria capaz de quase literalmente se sacrificar em nome da própria obra artística

Lançado em 1988, “Skyscraper” dividiu os fãs de David Lee Roth por conta de sua sonoridade. Valendo-se do maior uso de sintetizadores e abordagens pop, o vocalista original do Van Halen sacrificou quase por completo o poder de fogo da fantástica banda de apoio que havia montado.

Mas correr riscos parecia ser a ordem. Até mesmo na hora de fazer a capa, Diamond Dave resolveu que era hora de algo diferente do habitual. Aproveitando o título do disco – “arranha-céu” em português –, o artista resolveu investir em algo que causasse impacto.

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Alpinista relativamente experiente, Roth não tinha feito muita escalada artificial – isto é, ascendendo com o uso de ferramentas como pitões, que são parafusos de metal martelados em fendas na face da rocha. Mas os assistentes Werner Braun e Ron Kauk sentiram que tinham toda a experiência necessária para permitir que o fotógrafo de aventura Galen Rowell obtivesse o registro.

O desafio de Roth

O local escolhido foi o Half Dome, uma extensão de granito no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, que se eleva a 4.373 pés (1,33 km). Braun lembrou que, após pernoitar no parque, a equipe de produção dirigiu-se ao cume do Half Dome e esperou enquanto Rowell procurava sua localização.

Em 2005, falando ao fórum Supertopo, Werner Braun relembrou, conforme transcrição do Loudwire:

“O fotógrafo diz a Ron e a mim para colocarmos David no local que você vê naquela capa. […] Contando a Galen sobre suas preocupações de que não conseguia encontrar nenhum lugar para martelar um pitão, David foi instruído a seguir em frente e respondeu: ‘tudo bem, cara, que seja’.”

Kauk desceu em uma corda para colocar alguns auxílios apropriados para quando uma escalada é classificada como A4 em uma escala de A1 a 5. A4 é descrita por especialistas como um “pesadelo de rocha podre e blocos mortais”, onde o líder da escalada “sofrerá em um estado perpétuo de terror incompreensível enquanto vão de um local horrendo para outro”.

Ele admitiu a Braun que só podia esperar que o último pitão que colocou, que estava “atravessando mais de três quartos do caminho”, aguentasse o peso de Roth.

“Essa coisa vai sair e eu vou morrer”

Braun esperou pelos auxílios instalados enquanto o cantor descia em uma corda separada e via o pitão em questão, uma Black Diamond Lost Arrow medindo 3,4 polegadas, da qual menos de uma polegada estava cravada na rocha. Ele lembrou:

“Roth dá uma olhada naquela coisa e diz: ‘P*rra! Eu não estou pendurado de verdade nessa coisa. Ela vai sair e eu vou morrer’. Ele estava visivelmente tremendo muito e assustado. Respondi que eu estava no comando e ele precisava confiar em mim, pois eu nunca mentiria.”

Não havia saída para o desafeto declarado dos Van Halen a não ser encarar o pavor. O relato continua:

“Finalmente, depois de mais conversa, David acredita e gentilmente sobe naquela coisa, tremendo, até que Galen dispara a câmera. Naquele momento, ele incoroprou sua atitude de rock star, conseguindo proporcionar sorrisos entre tremores e respirações profundas.”

Rowell usou 20 rolos de filme em tempo recorde antes de Roth se reconectar à corda e subir em segurança. Braun lembrou que o pitão saiu com “um movimento da minha mão”. Mais tarde, ele deu aos dois alpinistas um mosquetão de lembrança, banhado a ouro e gravado com as palavras “Diamond Dave”.

David Lee Roth e “Skyscraper”

Segundo álbum solo de David Lee Roth, “Skyscraper” foi o último a contar com o guitarrista Steve Vai e o baixista Billy Sheehan – este último sairia antes mesmo da turnê de divulgação.

O trabalho chegou ao sexto lugar no The Billboard 200, ultrapassando um milhão de cópias vendidas só nos Estados Unidos. O único hit single foi a faixa “Just Like Paradise”, cujo videoclipe contou com algumas imagens registradas durante a sessão de fotos da capa.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Lançado em 1988, “Skyscraper” dividiu os fãs de David Lee Roth por conta de sua sonoridade. Valendo-se do maior uso de sintetizadores e abordagens pop, o vocalista original do Van Halen sacrificou quase por completo o poder de fogo da fantástica banda de apoio que havia montado.

Mas correr riscos parecia ser a ordem. Até mesmo na hora de fazer a capa, Diamond Dave resolveu que era hora de algo diferente do habitual. Aproveitando o título do disco – “arranha-céu” em português –, o artista resolveu investir em algo que causasse impacto.

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Alpinista relativamente experiente, Roth não tinha feito muita escalada artificial – isto é, ascendendo com o uso de ferramentas como pitões, que são parafusos de metal martelados em fendas na face da rocha. Mas os assistentes Werner Braun e Ron Kauk sentiram que tinham toda a experiência necessária para permitir que o fotógrafo de aventura Galen Rowell obtivesse o registro.

O desafio de Roth

O local escolhido foi o Half Dome, uma extensão de granito no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, que se eleva a 4.373 pés (1,33 km). Braun lembrou que, após pernoitar no parque, a equipe de produção dirigiu-se ao cume do Half Dome e esperou enquanto Rowell procurava sua localização.

Em 2005, falando ao fórum Supertopo, Werner Braun relembrou, conforme transcrição do Loudwire:

“O fotógrafo diz a Ron e a mim para colocarmos David no local que você vê naquela capa. […] Contando a Galen sobre suas preocupações de que não conseguia encontrar nenhum lugar para martelar um pitão, David foi instruído a seguir em frente e respondeu: ‘tudo bem, cara, que seja’.”

Kauk desceu em uma corda para colocar alguns auxílios apropriados para quando uma escalada é classificada como A4 em uma escala de A1 a 5. A4 é descrita por especialistas como um “pesadelo de rocha podre e blocos mortais”, onde o líder da escalada “sofrerá em um estado perpétuo de terror incompreensível enquanto vão de um local horrendo para outro”.

Ele admitiu a Braun que só podia esperar que o último pitão que colocou, que estava “atravessando mais de três quartos do caminho”, aguentasse o peso de Roth.

“Essa coisa vai sair e eu vou morrer”

Braun esperou pelos auxílios instalados enquanto o cantor descia em uma corda separada e via o pitão em questão, uma Black Diamond Lost Arrow medindo 3,4 polegadas, da qual menos de uma polegada estava cravada na rocha. Ele lembrou:

“Roth dá uma olhada naquela coisa e diz: ‘P*rra! Eu não estou pendurado de verdade nessa coisa. Ela vai sair e eu vou morrer’. Ele estava visivelmente tremendo muito e assustado. Respondi que eu estava no comando e ele precisava confiar em mim, pois eu nunca mentiria.”

Não havia saída para o desafeto declarado dos Van Halen a não ser encarar o pavor. O relato continua:

“Finalmente, depois de mais conversa, David acredita e gentilmente sobe naquela coisa, tremendo, até que Galen dispara a câmera. Naquele momento, ele incoroprou sua atitude de rock star, conseguindo proporcionar sorrisos entre tremores e respirações profundas.”

Rowell usou 20 rolos de filme em tempo recorde antes de Roth se reconectar à corda e subir em segurança. Braun lembrou que o pitão saiu com “um movimento da minha mão”. Mais tarde, ele deu aos dois alpinistas um mosquetão de lembrança, banhado a ouro e gravado com as palavras “Diamond Dave”.

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Segundo álbum solo de David Lee Roth, “Skyscraper” foi o último a contar com o guitarrista Steve Vai e o baixista Billy Sheehan – este último sairia antes mesmo da turnê de divulgação.

O trabalho chegou ao sexto lugar no The Billboard 200, ultrapassando um milhão de cópias vendidas só nos Estados Unidos. O único hit single foi a faixa “Just Like Paradise”, cujo videoclipe contou com algumas imagens registradas durante a sessão de fotos da capa.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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