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Amorphis acerta nas escolhas em meio à penumbra no Summer Breeze Brasil

Finlandeses encerraram os trabalhos do Sun Stage no último domingo (28) com execução cirúrgica de suas músicas mais conhecidas e grande performance vocal de Tomi Joutsen

A trajetória musical do Amorphis é marcada por uma evolução constante, passando por diferentes estilos e influências ao longo das três décadas e meia desde que o baterista Jan Rechberger e o guitarrista solo Esa Holopainen formaram a banda em Helsinki, Finlândia. De lá para cá, o grupo, atualmente completado por Tomi Joutsen (vocais), Tomi Koivusaari (guitarra base), Santeri Kallio (teclados) e Olli-Pekka Laine (baixo) foi do death metal ao metal melódico passando por períodos mais doom e experimentais/progressivos.

O que nunca mudou em meio a quinze álbuns de estúdio e tantas reinvenções foi o pano de fundo temático, amplamente inspirado no folclore finlandês.

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Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Havia tantas opções para escolher, tendo que pensar nos fãs que preferem essa ou aquela fase, e não se podia extrapolar a uma hora e pouco que lhe cabia enquanto headliner do Sun Stage no último dia de Summer Breeze Brasil. O grupo, então, optou por uma versão abreviada, mas nem tanto, do setlist da presente Halo Latin America Tour 2024, que teve sua última parada em São Paulo no último domingo (28).

Sendo assim, o foco recaiu, inevitavelmente, no ainda fresco “Halo” (2022) e nos trabalhos que produziram as músicas pelas quais o Amorphis se tornou no cenário metálico mundial, como “Eclipse” (2006) e “Skyforger” (2009). Espantou o igualmente popular “Silent Waters” (2007) ter sido ignorado por completo, bem como o mítico “Tales from the Thousand Lakes” (1994) comparecer com apenas duas de suas dez canções (“The Castaway” e “Black Winter Day”).

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Outro espanto foi de ordem visual. Pense num show que deve ter sido um pesadelo para os fotógrafos; a penumbra na qual o palco ficou imerso durante boa parte do set não só prejudicou o trabalho dos profissionais de imprensa, mas também a experiência dos fãs, que a certos momentos precisaram se contentar com sombras e silhuetas de seus ídolos, camuflados pela escuridão. Vale lembrar que o palco Sun, assim como o Waves, não contava com telões, exclusivos dos principais Hot e Ice.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Sem se dar conta disso — ou ignorando solenemente o fato —, o sexteto fez o seu de modo cirúrgico, pouco ou nada modificando o que se ouve nos discos e com Joutsen se destacando por ir do canto limpo aos vocais guturais como quem desvia de uma poça. Além disso, o cara consegue imprimir a emoção e/ou a agonia certa; seja nas passagens mais atmosféricas e viajandonas, seja nas mais pesadas e agressivas. Que sirvam de exemplo “Sky Is Mine”, “Silver Bride” e, lógico, “House of Sleep”, na qual o público foi conclamado a cantar junto e, incluindo-me nessa, não decepcionou no volume nem no inglês.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

**Este conteúdo faz parte da cobertura Summer Breeze Brasil 2024 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Amorphis — ao vivo no Summer Breeze Brasil 2024

Repertório:

  1. Northwards
  2. Sky Is Mine
  3. The Moon
  4. Thousand Lakes / The Castaway
  5. The Four Wise Ones
  6. Silver Bride
  7. The Wolf
  8. Wrong Direction
  9. Black Winter Day
  10. My Kantele
  11. House of Sleep
  12. The Bee
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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A trajetória musical do Amorphis é marcada por uma evolução constante, passando por diferentes estilos e influências ao longo das três décadas e meia desde que o baterista Jan Rechberger e o guitarrista solo Esa Holopainen formaram a banda em Helsinki, Finlândia. De lá para cá, o grupo, atualmente completado por Tomi Joutsen (vocais), Tomi Koivusaari (guitarra base), Santeri Kallio (teclados) e Olli-Pekka Laine (baixo) foi do death metal ao metal melódico passando por períodos mais doom e experimentais/progressivos.

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Havia tantas opções para escolher, tendo que pensar nos fãs que preferem essa ou aquela fase, e não se podia extrapolar a uma hora e pouco que lhe cabia enquanto headliner do Sun Stage no último dia de Summer Breeze Brasil. O grupo, então, optou por uma versão abreviada, mas nem tanto, do setlist da presente Halo Latin America Tour 2024, que teve sua última parada em São Paulo no último domingo (28).

Sendo assim, o foco recaiu, inevitavelmente, no ainda fresco “Halo” (2022) e nos trabalhos que produziram as músicas pelas quais o Amorphis se tornou no cenário metálico mundial, como “Eclipse” (2006) e “Skyforger” (2009). Espantou o igualmente popular “Silent Waters” (2007) ter sido ignorado por completo, bem como o mítico “Tales from the Thousand Lakes” (1994) comparecer com apenas duas de suas dez canções (“The Castaway” e “Black Winter Day”).

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Outro espanto foi de ordem visual. Pense num show que deve ter sido um pesadelo para os fotógrafos; a penumbra na qual o palco ficou imerso durante boa parte do set não só prejudicou o trabalho dos profissionais de imprensa, mas também a experiência dos fãs, que a certos momentos precisaram se contentar com sombras e silhuetas de seus ídolos, camuflados pela escuridão. Vale lembrar que o palco Sun, assim como o Waves, não contava com telões, exclusivos dos principais Hot e Ice.

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Sem se dar conta disso — ou ignorando solenemente o fato —, o sexteto fez o seu de modo cirúrgico, pouco ou nada modificando o que se ouve nos discos e com Joutsen se destacando por ir do canto limpo aos vocais guturais como quem desvia de uma poça. Além disso, o cara consegue imprimir a emoção e/ou a agonia certa; seja nas passagens mais atmosféricas e viajandonas, seja nas mais pesadas e agressivas. Que sirvam de exemplo “Sky Is Mine”, “Silver Bride” e, lógico, “House of Sleep”, na qual o público foi conclamado a cantar junto e, incluindo-me nessa, não decepcionou no volume nem no inglês.

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Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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