Por que Steve Harris não gostou do Marillion inicialmente

Assim como muitos fãs de rock progressivo, baixista do Iron Maiden viu na banda um pastiche do Genesis

A maior crítica sofrida pelo Marillion em sua fase inicial foi o fato de a banda soar como uma versão menos elegante do Genesis. De fato, apesar de o grupo ter adquirido personalidade própria – o que, ironicamente, afastou alguns fãs do primórdio –, não dá para negar que Peter Gabriel, Phil Collins e companhia foram mais do que uma mera inspiração em vários momentos.

Algumas figuras conhecidas do rock e do metal concordam com a afirmação. Um exemplo é Steve Harris.

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Em entrevista de 2015 à revista Prog, o baixista e líder do Iron Maiden falava sobre álbuns conceituais e foi questionado sobre “Misplaced Childhood”. O terceiro álbum do conjunto então comandado pelo vocalista Fish ganhou premiação de platina no Reino Unido.

Ele respondeu:

“‘Misplaced Childhood’ era um ótimo álbum, mas tenho que ser honesto: quando vi o Marillion pela primeira vez, no Marquee (extinta e tradicional casa de shows de Londres), não consegui deixar de lado o fato de que eles soavam muito como o antigo Genesis.”

Apesar de tudo, Harris reconhece que a opinião mudou lentamente a partir do momento que resolveu dar uma chance.

“Obviamente eu abracei isso mais tarde e realmente gostei deles, mas foi muito difícil para mim, como fã do Genesis, entender uma banda que soava tanto como eles. Assim que mergulhei nas músicas, vi que eles também tinham suas próprias características. São ótimos compositores. Mas sim, esses foram meus pensamentos iniciais [risos].”

Iron Maiden e Marillion

Em 5 de novembro de 1987, dois membros do Iron Maiden subiram ao palco com o Marillion na Wembley Arena, em Londres. O vocalista Bruce Dickinson e o baterista Nicko McBrain participaram do bis da apresentação.

O guitarrista Janick Gers, que entraria na Donzela de Ferro três anos mais tarde (e acompanhou brevemente Fish em carreira solo), também participou, assim como o saudoso Jimmy Bain, baixista que fez história com o Rainbow e o Dio.

Quatro covers foram executados com os músicos se alternando – apenas Nicko e Janick participaram de todos. Foram eles: “The Boys Are Back in Town” (Thin Lizzy), “All the Young Dudes (Mott the Hoople e David Bowie), “Gimme Some Lovin’” (Spencer Davis Group) e “With a Little Help From My Friends” (The Beatles). O último citado, com todos os convidados, pode ser conferido no player abaixo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

2 COMENTÁRIOS

  1. A chamada. Marillion nao! exagerada. Nao foi isso q ele disse na minha opiniao. Tudo bem q realmente foi muito influenciado pelo Genesis. Mas tem suas virtudes. Tem um excepicional guitarrista e discos excelentes. No mais se copiou copiou de uma das maiores bandas de tds tempos. Melhor q copiar porcarias como alguns fazem.

    • O “Marillion, não!” foi utilizado apenas na divulgação via WhatsApp, no que se chama de “chapéu”. Estava bem claro no restante da chamada que ele não disse essa frase, que sequer foi colocada entre aspas.

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