Uma das trilogias mais populares da história do cinema, “De Volta Para o Futuro” quase foi parar nas mãos da Disney. No entanto, a Casa do Mickey Mouse não quis saber dela por conta de uma cena no primeiro filme da franquia.
Bob Gale, produtor da trilogia, fez a revelação à CNN no 25º aniversário do primeiro filme, em 2010. Segundo o cineasta, a Disney ficou horrorizada quando soube que Lorraine McFly se apaixonaria pelo filho, o protagonista Marty McFly, durante sua ida ao passado.
Ele disse:
“Isso foi antes do Michael Eisner (diretor executivo da Disney entre 1984 e 2005) chegar e a reinventar. Foi um dos últimos vestígios do antigo regime da família Disney. Nos encontramos com um executivo deles, que disse: ‘Caras, vocês estão doidos? Estão insanos? Não podemos gravar um filme assim. Você colocaram o filho e a mãe em um carro! É incesto. Aqui é a Disney. Isso é muito baixo para nós!’.”
“De Volta Para o Futuro”, o renegado
Na mesma entrevista, Gale afirmou que foi muito difícil encontrar um estúdio que topasse tirar “De Volta Para o Futuro” do papel. O produtor citou duas razões — distintas em relação à apontada pela Disney.
“O roteiro foi rejeitado umas 40 vezes por todos os grandes estúdios — por alguns, mais de uma vez. Nós os procurávamos sempre que havia uma mudança de gestão. Era sempre uma de duas desculpas. Uma era: ‘bem, isso é viagem no tempo e esses filmes não dão dinheiro’. Escutamos isso demais. E também havia o seguinte: ‘tem muita doçura nisso, é muito bonzinho, nós queremos algo mais vulgar como ‘Porky’s – A Casa do Amor e do Riso”.”
Em conversa com o jornal Los Angeles Times na época em que estava prestar a lançar o primeiro filme da trilogia, o diretor Robert Zemeckis revelou que ele e Bob Gale só procuraram a Disney por conta dessas várias recusas que receberam.
“Levamos o roteiro para vários lugares, mas ninguém queria fazê-lo. O comentário que sempre recebemos foi: mandem para a Disney.”
Zemeckis ainda revelou que o primeiro “De Volta Para o Futuro” só saiu do papel graças a um cineasta pra lá de conhecido.
“A única pessoa que quis fazê-lo instantaneamente foi o Steven Spielberg.”
História de sucesso
No fim das contas, a Universal topou bancar a trilogia, que foi um enorme sucesso. Somados, os três filmes arrecadaram cerca de US$ 966,4 em bilheteria — com destaque para o primeiro, que chegou a US$ 388,8 mi.
A história também rendeu uma série animada, um jogo de videogame, um musical e até mesmo uma área nos parques temáticos da Universal nos Estados Unidos e Japão.
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