O Sepultura inicia nesta sexta-feira (1º) sua turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”. O giro já tem datas marcadas na América Latina e na Europa e deve durar cerca de 18 meses – ou seja, até setembro de 2025. Para o último show, Andreas Kisser está disposto a chamar os ex-integrantes da banda.
Durante recente entrevista ao canal Rockast, transcrita pelo Whiplash e publicada antes da saída do baterista Eloy Casagrande vir a público, o guitarrista comentou a possibilidade. Segundo o músico, “seria legal” ter todo mundo no palco, mas não há nada concreto até o momento.
Além dos irmãos Max e Iggor Cavalera, figuras como o guitarrista Jairo Guedz e o baterista Jean Dolabella integraram a banda no passado. A ideia seria que, caso viável, eles participassem da apresentação final, provavelmente na capital paulista, como explicou:
“Sepultura é o que a gente faz hoje, com respeito, com atitude, com motivação pra fazer as coisas. Não sei, cara, isso é uma coisa a se pensar. Seria legal num último show chamar todo mundo, né? Mas é uma coisa que talvez a gente trabalhe. Não é um processo agora, a gente tá muito no começo, né? Acho que seria até óbvio, né? Motörhead fez isso, Yes fez isso, várias bandas fizeram isso. Então, é uma possibilidade, estando todo mundo vivo, obviamente, né? Mas não é uma coisa que a gente tá trabalhando agora. Acho que para o derradeiro e último show que a gente quer fazer em São Paulo, seria interessante ter todo mundo. Mas é uma coisa a se pensar.”
Em seguida, Andreas destacou que o maior intuito das performances é celebrar o legado do grupo e não gerar qualquer conflito. Ainda assim, mais uma vez, não descarta a reunião.
“Não é também por isso que a gente vai fazer o último show. Eu acho que eu quero celebrar, não quero criar tensão, criar situações de ego num lugar onde não precisa. Eu acho que a intenção é celebrar, abraçar um o outro e agradecer (…) cada um fez parte um da vida do outro (…). Mas, vamos ver. A gente vai começar agora em BH, não vejo a gora de subir no palco e começar essa saga.”
Portas abertas
Durante a coletiva de anúncio oficial da despedida, realizada em dezembro, o guitarrista deu uma resposta parecida. Ele mencionou, ainda, a vontade de tocar ao lado de bandas parceiras, tanto nacionais quanto internacionais.
“As portas estão sempre abertas. Convidamos os irmãos Cavalera para fazer parte do documentário (‘Sepultura Endurance’) e eles não aceitaram. A ideia é celebrar o presente. Mas as possibilidades estão sempre abertas, a gente nunca fechou qualquer porta em nenhum sentido. Acho que seria muito interessante ter a participação de todos. Não é só para quem fez parte do Sepultura. Bandas amigas também, para que façamos uma grande festa, sejam as nacionais ou as internacionais, para algo memorável.”
Propostas anteriores
No mesmo bate-papo, Andreas Kisser revelou que o Sepultura já recebeu algumas propostas de grandes eventos para reunir a formação clássica. Ao longo dos anos, vieram convites do Ozzfest, festival itinerante de Ozzy Osbourne, como também do Knotfest, idealizado pelo Slipknot.
Contudo, a banda optou por recusar as ofertas, já que entenderam que não era o momento certo:
“Já recebemos propostas de alguns festivais como Ozzfest, como o próprio Knotfest, entre outros, para fazer [a reunião]. Mas nunca foi adiante, porque a nossa intenção nunca foi essa, de fazer por dinheiro ou por outra coisa que seja.”
À Folha de S. Paulo, em 2003, o guitarrista havia comentado a respeito do Ozzfest. Na ocasião, disse que o convite surgiu de Sharon Osbourne, empresária e esposa do Madman. Apesar do bom retorno financeiro que isso traria, decidiram não aceitar – o que ele vê como a melhor escolha.
“Se a gente tivesse feito aquilo, teríamos gastado a grana, o Derrick teria saído, o que seria falta de respeito. Não teria sido saudável. Mas é impossível dizer que uma reunião nunca irá acontecer. Não há uma pedra lançada que impossibilite isso.”
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.