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Spotify diz ter pago US$ 4,5 bilhões a artistas e selos independentes em 2023

Valor é maior do que a indústria musical de qualquer país do mundo — com exceção dos Estados Unidos — arrecadou no ano

O Spotify anunciou nesta terça-feira (27) que ao longo de 2023, pagou aproximadamente US$ 4,5 bilhões a artistas e selos independentes que possuem trabalhos dentro da plataforma. O valor, na cotação atual e em transação direta, chega a mais de R$ 22 bilhões.

O streaming de música divulgou mais detalhes sobre as cifras em comunicado (via Billboard). Segundo a plataforma, o valor se trata de um novo recorde de direitos autorais pagos aos artistas e selos independentes. Além disso, é quatro vezes maior que os royalties distribuídos para esse nicho da indústria musical no ano de 2017.

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Além disso, o número corresponde à metade do valor que o serviço pagou ano passado para todos os artistas e selos que fazem parte de sua vasta biblioteca.

A plataforma ainda revelou que esses US$ 4,5 bilhões pagos ao mercado indie são maiores do que a indústria musical de qualquer país do mundo arrecadou ao longo de 2023, com exceção dos Estados Unidos.

Richard Burgess, presidente da Associação Americana de Música Independente (A2IM, na sigla em inglês), enalteceu a marca ao dizer:

“Em 2023, a conquista histórica da música independente, gerando quase US$4,5 bilhões no Spotify, reforça o impacto transformador e democratizante do streaming, se tornando um marco na acessibilidade global e no sucesso de artista independentes.”

Maior streaming de música do planeta

O Spotify é uma das maiores fontes de lucro do mercado fonográfico. Sozinho, o streaming foi responsável por 20% dos aproximados US$ 45 bilhões pagos a artistas e selos ao longo de 2023 em todo o planeta.

Apesar da competição de concorrentes como a Apple (Apple Music), Amazon (Amazon Music) e YouTube (YouTube Music), um estudo da MIDiA Research, feito em 2023, mostrou que a plataforma ainda é a número 1 do mercado. Ao todo, o Spotify ocupa um fatia de 31,7% entre os assinantes destes serviços.

Remuneração somente a partir do milésimo play

As informações chegam a público em meio a várias críticas direcionadas ao Spotify. Artistas reclamam há anos das remunerações que recebem das plataformas de streaming, com destaque à mais famosa.

A empresa também comunicou, no fim do ano passado, que somente faixas com mais de mil execuções estariam elegíveis para pagamentos. Mesmo internamente, a situação é complicada, já que a companhia anunciou em dezembro um corte de 1,5 mil empregos, o equivalente a cerca de 17% da força total de trabalho, como forma de reduzir custos.

Apesar disso, em março de 2023, o Spotify afirmou que devolve quase 70% de cada dólar que gera com a música à indústria. A receita musical é gerada de duas fontes: taxas de assinatura de sua plataforma Premium para assinantes pagantes e taxas de publicidade em música de seu serviço gratuito.

Os pagamentos vão primeiro para os detentores dos direitos – que raramente são o artista ou compositor – que depois recebem a sua taxa ou percentagem e pagam aos criadores a sua parte. Os detentores de direitos incluem gravadoras, editoras, distribuidores independentes, organizações de direitos de execução e sociedades de gestão coletiva.

Spotify atualmente

Apesar das críticas e das notícias internas não tão boas, o Spotify adicionou um total de 28 milhões de usuários ativos mensais no trimestre final de 2023. Agora, são 602 milhões de pessoas utilizando a plataforma.

A empresa também recebeu mais 10 milhões de assinantes Premium. Chegou a 236 milhões de clientes nessa modalidade.

Consumo em streaming cresce

Escutar música em formato digital se tornou uma realidade que continua em constante crescimento. Uma prova disso é que, em 2023, o consumo em streaming aumentou 22,3% na comparação com o ano anterior.

A informação vem de um estudo conduzido pela empresa de monitoramento de marketing Luminate (via Metal Injection). Os dados apontaram que em todo o planeta, apenas em 2023, foram gerados 4,1 trilhões de streams de música, considerando todas as plataformas disponíveis no mercado. Em 2022, a marca ficou na casa de 3,4 trilhões.

O estudo ainda mostrou que se considerados os streams de áudio e vídeo somados, o valor chega na impressionante marca de 7,1 trilhões. Isso representa um crescimento de 33,7% em relação a 2022, ano em que foram registrados 5,3 trilhões de reproduções combinadas.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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