Apesar de ter saído de forma nada amigável, Mick Mars não se mostra totalmente arredio a voltar a colaborar com o Mötley Crüe. Na verdade, o guitarrista confessou estar de portas abertas para eventuais parcerias futuras no ramo das composições.
Em entrevista ao Audacy, o músico deixou a possibilidade em pauta após ser questionado sobre a sonoridade de seu álbum solo. “The Other Side of Mars” traz canções em um estilo bastante diferente do que o consagrou com a antiga banda.
Ele disse, conforme transcrição da revista Classic Rock:
“Agora que estou aposentado dos palcos, sou só eu, sabe? Quer dizer, se o Mötley quisesse que eu criasse músicas com eles de novo, é claro que eu o faria. Então, estou compondo como me sinto. São as minhas ideias e meu tipo de material, estou tentando me reinventar ou me atualizar.”
Preso nos anos 1980
Quem já ouviu o disco notou que o tracklist explora uma série de influências bastante diferentes do artista que participou de trabalhos como “Shout at the Devil” (1983) ou “Dr. Feelgood” (1988). Mars garante ter sido intencional.
“Eu ouço algumas outras coisas antigas e penso: ‘Uau, eu estava preso nos anos 80 naquela época’. Desta vez, depois da turnê final, realmente tive a chance de me esforçar e tentar fazer algo que seja mais novo para mim, me reinventando, como eu disse.”
“The Other Side of Mars” conta com 10 faixas e tem produção de Michael Wagener, que já havia trabalhado com o músico no álbum de estreia de sua antiga banda, “Too Fast for Love” (1981).
O tecladista e guitarrista Paul Taylor (Winger / ex-Alice Cooper) e o baterista Ray Luzier (Korn) participaram das gravações, assim como os vocalistas Brion Gamboa (em duas canções) e Jacob Bunton, além do baixista Chris Collier — creditado ainda na mixagem e masterização.
O próximo álbum de Mick Mars
Em entrevista exclusiva ao site IgorMiranda.com.br, Mars revelou já estar trabalhando em seu próximo disco. Ele já consegue até mesmo dar uma ideia da sonoridade que o trabalho seguirá.
“O próximo álbum definitivamente terá algumas coisas mais metal. Mas estou realmente me esforçando para não repetir os anos 1980. Se você ouvir as músicas ‘Killing Breed’ e ‘Undone’ [de ‘The Other Side of Mars’], é exatamente isso. Inclinando-me mais para esse estilo de composição. E isso pode soar um pouco cafona, mas é um processo de crescimento que espero que meus fãs entendam. Mas há que se ter parcimônia. Se eu lançasse as músicas que estou fazendo agora como meu primeiro álbum, acho que perderia alguns fãs. E possivelmente ganharia outros, é claro…”
As diferenças sonoras terão maior fluência no futuro por um motivo: a possibilidade de fazer as coisas com calma.
“Várias bandas lançam o mesmo disco duas vezes porque estão em turnê, voltam e o empresário ou a gravadora lhes diz: ‘vocês estão de folga por seis semanas, gravem um álbum’. Esses álbuns [feitos na correria] são os piores. Me recuso a fazer isso. Então, provavelmente, durante todo o próximo ano, estarei trabalhando no meu segundo álbum, como eu disse, para levá-lo para o próximo nível.”
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