Deen Castronovo está em sua segunda passagem como baterista (e eventual vocalista) do Journey. Anteriormente, ele havia feito parte da banda entre 1998 e 2015. Saiu após alguns escândalos de ordem pessoal, que o levaram à prisão e posterior tratamento de reabilitação da dependência química. Retornou em 2021.
Como todo músico que entra em uma banda consagrada, coube a ele dar sua interpretação ao que havia sido feito antes, principalmente, por Aynsley Dunbar e Steve Smith. Papel que vem sendo cumprido com precisão, a despeito de o que saudosistas possam achar.
Mas quais seriam os momentos mais difíceis do repertório? Disse o instrumentista em entrevista ao Ultimate Classic Rock:
“É engraçado, mas já foi ‘Don’t Stop Believin’. Achava que Smith tocava no formato convencional, mas era open hand (nota da redação: tocar com braços abertos em vez de cruzados, forma mais tradicional). Eu não fazia ideia! Tentei e ele começou a rir. Então disse: ‘É open hand. O chimbal está aqui e você está fazendo todas essas coisas aqui’. Demorei um pouco.”
Outro motivo para a dificuldade é que, ao contrário do que alguns podem imaginar, o baterista muda o arranjo durante a canção.
“Há três partes diferentes nela, não é sempre a mesma coisa. A primeira são apenas os tons, depois o tom com o prato de condução e, por fim, o tom com um padrão de prato de condução diferente nos tons. Eu tive que aprender. Foi ótimo porque eu conhecia a maioria das outras coisas, mas era o sentimento e a emoção dele quando tocava. Steve tem um grande swing. Eu era um cara do rock, com tanto balanço quanto um tijolo (risos).”
Deen Castronovo e Steve Smith
Deen reconheceu que treinar com o sucessor acabou gerando certo desconforto. Afinal, se tratava de um artista bem mais completo.
“Fiquei sentado lá por talvez uma hora, trabalhando em duas ou três músicas e então estávamos trocando quatro e ele estava varrendo o chão comigo. Foi inacreditável. Eu ficava tipo: ‘O que você está fazendo aí com aquela coisa do prato?’. Ele teve algumas aulas com um cara chamado Freddie Gruber. Neil Peart, do Rush, também teve aulas com essa pessoa. É tudo uma questão de movimento. Não se trata de tocar a bateria, mas sim de tirar o som dela. Você sabe, puxar para fora em vez de empurrar. Então aprendi muito.
Mas ele estava fazendo essas coisas e disse: ‘Bem, você pode fazer isso? Deixe-me ir devagar’. Ele me mostrava e eu dizia: ‘Não consigo’. Acho que se eu dedicasse bastante tempo e realmente estudasse – tipo, sentasse com Smith por seis meses todos os dias, seis horas por dia, eu poderia tocar esse tipo de coisa. Mas ele é tão incrível, cara. Ele ainda é meu baterista favorito de todos os tempos. Não há ninguém que o alcance no meu ranking. Realmente não existe.”
Deen Castronovo atualmente
Além do Journey, Deen comanda atualmente o Revolution Saints. O grupo lançou seu quinto álbum, “Against the Winds”, no último dia 9 de fevereiro, via Frontiers Music. O trabalho reúne 11 faixas inéditas.
É o segundo desde a mudança de formação ocorrida em 2022, quando o baterista e vocalista passou a contar com o baixista Jeff Pilson (Foreigner, ex-Dokken) e o guitarrista Joel Hoekstra (Whitesnake, ex-Night Ranger) como companheiros.
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