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Os 6 “hinos satânicos” favoritos de Tobias Forge (Ghost)

Lista elaborada em 2018 pelo líder do grupo sueco não se resume às vertentes do heavy metal

Em 2018 o Ghost divulgava o álbum “Prequelle”, quando a Metal Hammer desafiou Tobias Forge a selecionar seus “hinos satânicos” favoritos. Mantendo a alusão ao demônio, o músico sueco não escolheu 5 nem foi até 10, ficando no 6.

Ao contrário do que muitos poderiam esperar, a lista não se resume ao heavy metal, embora ele domine as referências amplamente.

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As escolhidas, conforme resgate do site da publicação britânica, estão listadas abaixo.

Os 6 “hinos satânicos” favoritos de Tobias Forge (Ghost)

The Rolling Stones – Sympathy For The Devil (do álbum Beggars Banquet, 1968)

“Tal como Cândido de Voltaire – ou mesmo Forrest Gump – isto é escrito a partir da perspectiva do diabo estar envolvido em todos estes acontecimentos traumáticos e dramáticos da história mundial. É uma música muito legal em termos sonoros e bastante estranha: se você ouvir qualquer versão ao vivo dos últimos 25 anos, soa diferente de como soava em ‘Beggars Banquet’. Eu descobri os Rolling Stones pela minha mãe, ela adorava os Beatles, os Stones e Jimi Hendrix, mas eu realmente me concentrei neles depois de ver o documentário ‘Let’s Spend The Night Together’, que era o filme do show: achei a coisa mais legal eu já tinha visto.”

Iron Maiden – The Number Of The Beast (The Number Of The Beast, 1982)

“Meu irmão mais velho gostava de metal. Descobri o Iron Maiden através dele quando tinha 9 ou 10 anos. Essa foi uma das faixas que me deixou fascinado. Do ponto de vista da composição, uma das coisas que é notável nela, assim como em ‘Run To The Hills’, é que foi escrita em tom maior, o que é muito incomum no heavy metal. Eu sei que o Maiden não era adorador do diabo, mas aquele refrão “666! O número da Besta!’ dificilmente poderia ser mais satânico. Mas embora isso possa ter assustado os pais no Centro-Oeste americano, não causou qualquer alarme na Suécia dos anos 80.”

Black Sabbath – N.I.B. (Black Sabbath, 1970)

“O Black Sabbath tem tantas músicas com referências a Lúcifer, mas geralmente havia um tom bastante humano, triste e romântico nas letras de Geezer Butler. São uma grande inspiração para mim e para o que fazemos, não tanto os dois primeiros álbuns, mas certamente o ‘Sabotage’ e o ‘Sabbath Bloody Sabbath’. Muitas das bandas de sludge and doom reivindicam uma influência do Sabbath, mas elas estão apenas pegando emprestadas certas músicas, então elas são bastante unidimensionais, é sempre ‘Symptom Of The Universe’ ao invés de, digamos, ‘Laguna Sunrise’. ‘N.I.B.’ é uma ótima música, e ‘Meu nome é Lúcifer, por favor, pegue minha mão’ é uma letra memorável.”

Mercyful Fate – Come To The Sabbath (Don’t Break The Oath, 1984)

“Os primeiros álbuns do Mercyful Fate – ‘Melissa’ e ‘Don’t Break The Oath’ – são dois dos meus discos favoritos. Quando descobri King Diamond, pensei que ele era o mais legal, o que ainda acho. Ele parecia perigoso para mim quando criança. Muitos dos outros representantes da música obscura, subversiva e demoníaca em que você não conseguia acreditar, pareciam crianças também. Mas ele tinha um ar de sofisticação – e esse é um termo relativo aqui! – e parecia muito mais velho, alguém que poderia viver em um castelo escuro com muitos grimórios antigos ligados ao obscuro. Eu poderia facilmente ter imaginado que seus pais haviam morrido há 200 anos.”

Morbid Angel – Angel Of Disease (Abominations of Desolation, 1991)

“‘Louvado seja a besta com sangue virgem!’ Esta foi outra banda influente para mim. ‘Altars Of Madness’ e ‘Abominations Of Desolation’ são muito superiores à maioria de seu gênero. Aos 15 anos, eu definitivamente acreditei na estética maligna, poderia imaginar que David Vincent (vocalista e baixista) e Trey Azagthoth (guitarrista) estavam sacrificando gatos e profanando túmulos. Do ponto de vista adulto, você pode ver que é uma encenação, mas eles foram convincentes para um adolescente de olhos arregalados que só conseguia ter acesso a fotos em algumas revistas.”

Venom – In League With Satan (Welcome To Hell, 1981)

“Em 1979, o Venom deve ter comprado um livro, como ‘A Rough Guide To The Occult’ e simplesmente o decoraram do início ao fim, porque cada assunto é abordado em suas músicas. Eles eram uma banda tão legal, seus três primeiros álbuns são incríveis. Toda a sua estética é a base fundamental do metal satânico. Representaram exatamente como eu me sentia quando tinha 12 anos, eram apenas um grande ‘F*da-se!’ para o mundo.”

Sobre Tobias Forge

Nascido em Linköping, Suécia, Tobias é a mente por trás do Ghost, uma das bandas mais bem-sucedidas em anos recentes no cenário do rock. Além de tocar quase todos os instrumentos nos discos, assume o papel de frontman com uma caracterização diferente a cada novo ciclo de turnê.

Do pop ao black metal, passando pelo punk e hard rock, tocou em bandas como Superior, Crashdïet, Repugnant, Onkel Kankel, Magna Carta Cartel e Subvision. Participou de gravações com o Candlemass, Scurvy e Emigrate. Também realizou aparições ao vivo com Kreator e The Hellacopters.

Seu irmão, Sebastian, foi figura primordial na formação musical, lhe apresentando vários artistas que se tornariam referências na carreira. Ele morreu em 12 de março de 2010 devido a problemas cardíacos, mesmo dia em que a primeira demo do Ghost foi disponibilizada online.

Em 2018, foi questionado pelo News Review sobre se considerar um satanista. Respondeu:

“Satanista? Se a referência for quem acredita em um ser metade homem metade carneiro não me considero. Perante quem teme Deus e a bíblia talvez sim, pois não sou um temente. Mas há muitas interpretações para o que é satanismo.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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