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Dave Lombardo voltaria a tocar com o Slayer? E Kerry King solo? O que ele diz

Baterista comentou possibilidades durante entrevista concedida no fim de 2022, antes da banda anunciar seu retorno ao palcos

Dave Lombardo ajudou a fundar o Slayer. Apesar das ausências entre 1986 e 1987 e de 1992 a 2001, o baterista entrou para a banda em 1981 e saiu em definitivo em 2013 — quando alegou que acabou expulso por discordar do modelo de negócios adotado. Diante do retorno do grupo anunciado recentemente, surgiu a dúvida: o músico voltaria a tocar com os antigos colegas?

Durante entrevista concedida em novembro de 2022, ele respondeu à pergunta. Vale destacar que, naquela época, o Slayer permanecia inativo, pois havia, até então, encerrado as atividades em novembro de 2019, após uma turnê de despedida.

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Sendo assim, por meio da Metal Hammer, um fã questionou: “se o Slayer voltasse aos palcos e pedisse para você tocar novamente, você tocaria?”. 

Como o próprio baterista destacou, uma retomada àquela altura parecia pouco provável. Ainda assim, caso recebesse um convite, provavelmente não negaria a oportunidade.

Ele declarou:

“Eu não acho que isso [Slayer retornar ao palcos] vai acontecer. Mas, sim, se eles me convidassem, eu ouviria tudo o que eles teriam para dizer. É isso, não dá para ir além.”

Outro admirador seguiu a mesma linha. Desta vez, indagou se Lombardo integraria a banda solo do guitarrista Kerry King. A devolutiva já não foi tão positiva, com o músico afirmando:

“Estou, neste momento, trabalhando em muitos outros projetos e não seria capaz de aceitar. Dead Cross, Mr. Bungle… a pandemia parou muitas coisas, então precisamos recuperar o atraso. Além disso, ele tem Paul Bostaph, não acho que ele teria necessidade de me chamar.”

Dave Lombardo e a demissão do Slayer

Como mencionado, Dave Lombardo deixou o Slayer em 2013. Por meio de uma postagem do Facebook, ele expôs sua expulsão. Conforme registro do G1, escreveu em fevereiro daquele ano:

“Para que todos vocês saibam a verdade, no final do dia 14 de fevereiro eu fui notificado que não seria o baterista para a turnê na Austrália. Estou triste e, para ser sincero, estou chocado com a situação. No ano passado, descobri que 90% da renda da turnê do Slayer estava sendo deduzida como despesa, incluindo taxas para os empresários, custando milhões de dólares à banda e deixando 10% ou menos para ser dividido entre nós quatro. Na minha opinião, esse não é o jeito que uma banda deve fazer negócios.”

O músico disse ainda que não havia sido pago por todos os shows que fez com a banda no ano de 2012.

“Só ganharia uma porção dos lucros se assinasse um contrato grande que não me dava nenhuma garantia por escrito de quanto seria deduzido e nem me dava acesso aos relatórios financeiros ou registros para revisão. Também me proibia de dar entrevistas ou falar algo a respeito da banda.”

No dia seguinte, o Slayer publicou uma nota rebatendo as alegações:

“O Slayer confirma que Jon Dette será o baterista da banda na turnê da Austrália que começa neste sábado, 23 de fevereiro, em Brisbane. A respeito do post de Dave Lombardo no Facebook, o Slayer não concorda o conteúdo ou com a linha do tempo dos eventos citados pelo Sr. Lombardo, exceto por reconhecer que o Sr. Lombardo veio até a banda menos de uma semana antes de sua partida para a Austrália para apresentar um novo conjunto de termos que era contrário ao anteriormente acordado.

A banda não conseguiu chegar a um acordo sobre estas novas demandas no curto espaço de tempo disponível antes de viajar para a Austrália. Há mais sobre essa situação toda do que o que foi dito pelo Sr. Lombardo, mas em respeito a ele, o Slayer não fará mais comentários. A banda agradece aos fãs australianos pela compreensão desta infeliz mudança de último minuto.”

Dave Lombardo e Kerry King

Kerry King não guardou boas lembranças do antigo colega com tais acontecimentos. Questionado pela Rolling Stone sobre Dave Lombardo em conversa publicada no início deste mês, o guitarrista foi seco e direito:

“Lombardo está morto para mim.”

Após a surpresa inicial do entrevistador, que disse não imaginar a gravidade da situação, ele se aprofundou:

“Ele fez aquele discurso online quando estávamos em um voo para a Austrália e sabia que não poderíamos responder por 14 horas. Jogou-me debaixo do ônibus. Eu era o único que o mantinha na banda. Tom (Araya, baixista e vocalista) queria que ele saísse antes disso, Jeff (Hanneman, falecido guitarrista) tinha acabado de ser picado por uma aranha, então não estava muito presente. Argumentei: ‘Precisamos de Dave. Os fãs não entenderão se o substituirmos agora’. Então veio isso e eu pensei: ‘Fui o cara que manteve você aqui. F*da-se esse cara’.”

Até hoje, King tem uma teoria sobre a pessoa que “envenenou” o baterista.

“Dave é facilmente impressionável. Estava ouvindo uma mulher que era sua advogada na época. Ela achava que tínhamos o dinheiro do Metallica, o que nunca recebemos. Então, ficava soprando m*rda no ouvido dele, que passou a achar que deveria receber mais. É como conversar com alguém que realmente conhece a situação, mas só quer ganhar mais dinheiro de comissão.”

Volta do Slayer

Cinco anos após o encerramento de suas atividades, o Slayer anunciou que retornará à ativa. De surpresa, a banda confirmou duas apresentações em festivais nos Estados Unidos para setembro. No dia 22, os músicos sobem ao palco do Riot Fest, evento que acontece em Chicago. Já no dia 27, será a vez do Louder Than Life, em Lousville.

Logo após a divulgação das datas, os dois cabeças da banda se manifestaram em um breve comunicado enviado à imprensa. O baixista e vocalista Tom Araya e Kerry King concederam declarações breves, sem entrar em maiores detalhes sobre o que acontecerá nos vindouros shows.

Araya se manifestou primeiro, conforme repercussão do Loudwire:

“Nada se compara aos 90 minutos em que estamos no palco tocando ao vivo, compartilhando essa energia intensa com nossos fãs. E para ser honesto, sentimos falta disso.”

A seguir, King arrematou:

“Senti falta de tocar ao vivo? Com certeza. O Slayer significa muito para nossos fãs e eles significam muito para nós. Já faz quase cinco anos desde que os vimos.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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