Bob Daisley teve seus momentos de maior brilho no aspecto criativo ao lado de Ozzy Osbourne. Embora os guitarristas sempre tenham ganhado maior destaque na banda do Madman, foi o baixista o responsável pela criação de vários dos grandes hits do cantor britânico.
Em 1987, ele “virou a casaca” e se juntou ao Black Sabbath. À época, o grupo se resumia basicamente ao guitarrista Tony Iommi, com o restante dos membros se revezando tal qual treinadores de time de futebol em crise. Gravou o álbum “The Eternal Idol” e acabou se retirando.
Durante entrevista ao Rock Daydream Nation, transcrita pelo Ultimate Guitar, Daisley explicou o motivo de a parceria não ter vingado.
“Gravei o álbum do Black Sabbath com Eric Singer, Ray Gillen, Tony Iommi e Geoff Nicholls. Mas estava feliz tocando na banda de Gary Moore. Não considero que tenha sido contratado exclusivamente para as sessões, mas participei como uma espécie de show único.”
Em seguida, ele foi perguntado se acha que tomou a decisão certa. O artista citou práticas de gestão que considerou questionáveis. Elas também teriam sido a razão por trás da saída de Gillen.
“Eu amo aquele álbum. Acho que foi muito subestimado. Deveria ter mais reconhecimento e há muitas pessoas que dizem isso. Amei o disco, amei a banda e adorei trabalhar com Tony Iommi. Mas eu não estava muito feliz com a gestão e com o que estava acontecendo em termos de negócios. Foi por isso que não fiquei. Não teve nada a ver com a personalidade dos envolvidos ou com o material. Era um ótimo grupo, boa música, caras legais – eu poderia facilmente ter ficado feliz, mas a situação empresarial simplesmente não era boa. Fiz o disco, ajudei Ray com as letras, me diverti, mas não me arrependo de ter saído.”
Além de seguir com Gary Moore, Bob voltaria a trabalhar logo a seguir com… Ozzy Osbourne. Ele gravou os álbuns “No Rest For the Wicked” (1988) e “No More Tears” (1991), embora não tenha realizado as turnês.
Sobre Bob Daisley
Nascido em Sydney, Austrália, Robert John Daisley começou a se destacar na cena tocando com nomes como Chicken Shack, Mungo Jerry e Widowmaker (não a banda de Dee Snider pós-Twisted Sister), com quem lançou dois álbuns.
Seu primeiro trabalho de maior reconhecimento internacional foi com o Rainbow. Gravou o baixo em três faixas do álbum “Long Live Rock ‘N’ Roll” (1978), fez a turnê e se retirou.
O momento de maior exposição viria na parceria com Ozzy Osbourne. Entre idas, vindas, brigas, processos e acusações, participou de quase todos os discos de maior sucesso da carreira do Madman, tendo atuação destacada como compositor.
Nos anos 1980, ainda gravaria e/ou excursionaria com Uriah Heep e Yngwie Malmsteen, entre outros. Desde os 1990s mantém uma carreira low profile como músico de palco, participando de discos de vários artistas. Em 2013 lançou a biografia “For Facts Sake”.
Black Sabbath e “The Eternal Idol”
13º álbum de estúdio do Black Sabbath, “The Eternal Idol” foi o primeiro a contar com o vocalista Tony Martin. Originalmente, Ray Gillen seria o cantor. Ele chegou a gravar o disco, porém, acabou saindo. Após anos rodando em formato pirata, sua versão foi lançada oficialmente na reedição deluxe, em 2010.
Foi o único a contar com o baixista Bob Daisley, além de o último a ter Eric Singer (futuro Kiss e Alice Cooper) na bateria.
A capa foi uma reprodução da obra que leva o nome do disco, esculpida em 1889 por Auguste Rodin. Os dois modelos foram hospitalizados por conta de intoxicação causada pela tinta nos corpos.
A repercussão nas paradas foi discreta, fazendo o contrato com a Warner não ser renovado.
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