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Blaze Bayley oferece consistência sonora em “Circle of Stone”

Primeiro trabalho do vocalista após infarto sofrido ano passado flui de forma direta e agradável

Nos anos 1990, Blaze Bayley cometeu a heresia de substituir Bruce Dickinson no Iron Maiden. A oportunidade teria sido aceita por qualquer pessoa. Mesmo assim, o simples ato foi suficiente para que o cantor se tornasse uma das figuras mais odiadas da cena rock e metal, com direito a críticas e chacotas em uma ainda incipiente internet.

É verdade que sua voz não se adequava à banda, especialmente na hora de cantar os clássicos imortalizados pelo antecessor. De qualquer modo, é muito fácil usar o novato como alvo e fazer de conta que os “chefões” não possuem qualquer responsabilidade. Ainda assim, especialmente “The X Factor” (1995) acabou ganhando respeito posterior, inclusive por ter sido o precursor em alguns elementos sonoros que permanecem nos trabalhos atuais.

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O fato é que Blaze criou uma carreira de respeito fora da Donzela. Jamais conseguiu reverter a qualidade em vendas, mas discos como “Silicon Messiah” (2000), “Blood & Belief” (2004) e “The Man Who Would Not Die” (2008) estão entre os exemplares metálicos das últimas décadas que merecem ser conferidos por qualquer headbanger de carteirinha. Mesmo os mais recentes, como a trilogia “Infinite Entanglement” e “War Within Me” (2021) valem a audição atenta.

“Circle of Stone” é o mais novo a integrar a discografia. Trata-se do primeiro desde que Bayley sofreu um infarto, no início do ano passado. Com 12 faixas em menos de 45 minutos, busca uma abordagem mais simplificada e direta. Em vários momentos lembra o Blaze, grupo com o qual o frontman iniciou a história pós-Steve Harris e companhia. O tracklist se deixa ouvir de forma agradável, fluindo e oferecendo consistência.

Destaques individuais podem ser feitos para a melódica “Tears in Rain”, a variada “Rage” e as quase NWOBHM “The Year Beyond This Year” e “The Path of the Righteous Man”. A faixa-título conta com participação de Niklas Stålvind, vocalista e guitarrista da banda sueca Wolf, sendo mais uma que merece ser apreciada – embora o convidado nem represente um acréscimo tão grande ao resultado. Mas o grande momento fica com a grandiosa “A Day of Reckoning”, complexa sem se tornar enfadonha.

É bem possível que “Circle of Stone” não entre em muitas listas de melhores do ano. Ainda assim, se mostra um álbum de fácil assimilação e cheio de momentos dignos de nota. Um bom recomeço para Bayley Alexander Cooke, mais uma entre as provas de fogo a que é submetido desde que decidiu se aventurar pelas estradas roqueiras com um microfone em mãos.

*Ouça “Circle of Stone” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Blaze Bayley – “Circle of Stone”

  1. Mind Reader
  2. Tears in Rain
  3. Rage
  4. The Year Beyond This Year
  5. Ghost in the Bottle
  6. The Broken Man
  7. The Call of the Ancestors
  8. Circle of Stone (feat. Niklas Stålvind)
  9. Absence
  10. A Day of Reckoning
  11. The Path of the Righteous Man
  12. Until We Meet Again

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Primeiro trabalho do vocalista após infarto sofrido ano passado flui de forma direta e agradável

Nos anos 1990, Blaze Bayley cometeu a heresia de substituir Bruce Dickinson no Iron Maiden. A oportunidade teria sido aceita por qualquer pessoa. Mesmo assim, o simples ato foi suficiente para que o cantor se tornasse uma das figuras mais odiadas da cena rock e metal, com direito a críticas e chacotas em uma ainda incipiente internet.

É verdade que sua voz não se adequava à banda, especialmente na hora de cantar os clássicos imortalizados pelo antecessor. De qualquer modo, é muito fácil usar o novato como alvo e fazer de conta que os “chefões” não possuem qualquer responsabilidade. Ainda assim, especialmente “The X Factor” (1995) acabou ganhando respeito posterior, inclusive por ter sido o precursor em alguns elementos sonoros que permanecem nos trabalhos atuais.

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O fato é que Blaze criou uma carreira de respeito fora da Donzela. Jamais conseguiu reverter a qualidade em vendas, mas discos como “Silicon Messiah” (2000), “Blood & Belief” (2004) e “The Man Who Would Not Die” (2008) estão entre os exemplares metálicos das últimas décadas que merecem ser conferidos por qualquer headbanger de carteirinha. Mesmo os mais recentes, como a trilogia “Infinite Entanglement” e “War Within Me” (2021) valem a audição atenta.

“Circle of Stone” é o mais novo a integrar a discografia. Trata-se do primeiro desde que Bayley sofreu um infarto, no início do ano passado. Com 12 faixas em menos de 45 minutos, busca uma abordagem mais simplificada e direta. Em vários momentos lembra o Blaze, grupo com o qual o frontman iniciou a história pós-Steve Harris e companhia. O tracklist se deixa ouvir de forma agradável, fluindo e oferecendo consistência.

Destaques individuais podem ser feitos para a melódica “Tears in Rain”, a variada “Rage” e as quase NWOBHM “The Year Beyond This Year” e “The Path of the Righteous Man”. A faixa-título conta com participação de Niklas Stålvind, vocalista e guitarrista da banda sueca Wolf, sendo mais uma que merece ser apreciada – embora o convidado nem represente um acréscimo tão grande ao resultado. Mas o grande momento fica com a grandiosa “A Day of Reckoning”, complexa sem se tornar enfadonha.

É bem possível que “Circle of Stone” não entre em muitas listas de melhores do ano. Ainda assim, se mostra um álbum de fácil assimilação e cheio de momentos dignos de nota. Um bom recomeço para Bayley Alexander Cooke, mais uma entre as provas de fogo a que é submetido desde que decidiu se aventurar pelas estradas roqueiras com um microfone em mãos.

*Ouça “Circle of Stone” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

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  1. Mind Reader
  2. Tears in Rain
  3. Rage
  4. The Year Beyond This Year
  5. Ghost in the Bottle
  6. The Broken Man
  7. The Call of the Ancestors
  8. Circle of Stone (feat. Niklas Stålvind)
  9. Absence
  10. A Day of Reckoning
  11. The Path of the Righteous Man
  12. Until We Meet Again

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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