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Adrian Belew desabafa sobre triste demissão do Nine Inch Nails em 2013

Parceria com Trent Reznor durou 17 dias e acabou devido a um desconforto coletivo entre os músicos

Adrian Belew já era um nome de grande representatividade quando foi convidado a se juntar ao Nine Inch Nails em 2013. Esperava-se que a natureza aventureira do artista se encaixasse com aquilo que Trent Reznor sempre se desafiou a oferecer através da banda.

Porém, na vida nem tudo corre como planejamos. Antes mesmo de a turnê do ano em questão ter início, o guitarrista já estava fora do grupo.

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Em recente entrevista ao On the Record, podcast do Ultimate Guitar, o próprio se manifestou sobre o ocorrido.

Sem esconder o desconforto com a situação, ele revelou:

“Sim, não me importo de falar sobre isso agora. Mas na época foi tão perturbador que achei melhor não dizer nada. Aqui está minha versão disso. Você poderia perguntar a outra pessoa e então ela diria algo diferente, mas quando Trent me ligou, ele ficou muito animado com a ideia de que ele e eu reinventaríamos o Nine Inch Nails.

Ele até me disse: ‘Não se preocupe em aprender as músicas literalmente. Basta conhecê-las’. Então, eu as ouvi e realmente não tentei descobrir as partes. Fiz um pouco só por curiosidade. Teríamos 12 semanas de ensaio, mais ou menos o tempo de quando toquei com Frank Zappa. Eu poderia aprender qualquer coisa nesse prazo.”

Os 17 dias no Nine Inch Nails

Porém, não demorou muito para que tudo mudasse. Coube ao dono da empreitada transmitir a notícia.

“Depois de 17 dias, ele disse que alguns caras da banda não estavam confortáveis comigo. Eles não achavam que eu estava fazendo minhas partes direito e que não conhecia as músicas tão bem quanto deveria. Argumentei: ‘Escute, posso te dizer com certeza – já faz 17 dias. Ainda estou trabalhando em ideias de sons e coisas assim. Não estou nem preocupado com as músicas’. Mas os outros eram ‘músicos do tipo LA’, sabe? E na minha opinião, eles têm muito pouca imaginação, vou colocar dessa forma. Então ele disse: ‘É hora de você ir’.”

Belew deixa claro ter sentido que o próprio Trent estava desconfortável com a situação, mas ficou de mãos atadas.

“Ele mesmo ficou muito chateado com isso. Disse: ‘Você é meu músico favorito no mundo, mas se não querem você na banda… então não há nada que eu possa fazer’. Foi terrível, realmente. Eu tinha colocado tudo em suspenso pelo próximo ano e meio. Tudo. Cancelei todos os meus shows, voltei para casa e não fiz nada por seis meses. Não conseguia nem mental e emocionalmente entrar no estúdio que fica na minha própria casa e tentar trabalhar em qualquer coisa. Tinha acabado de perder tudo… tudo.”

E não parou por aí. Logo a seguir, outro bilhete azul surgiu.

“Três meses depois que isso aconteceu, Robert Fripp decidiu que eu não deveria mais estar no King Crimson. Foi o prego extra no caixão. Depois de cerca de seis meses, eu disse: ‘Bem, o lado positivo é que agora sou Adrian Belew. Vou fazer a música de Adrian Belew’. E daquele ponto em diante, escrevi algo chamado ‘Flux’. Escrevi uma peça orquestral, toquei-a com uma orquestra. Fiz um filme com a Pixar que ganhou um Oscar (‘Piper: Descobrindo o Mundo’ de 2016). Então funcionou para mim também.”

Sobre Adrian Belew

Nascido em Covington, estado americano do Kentucky, Robert Steven Belew é conhecido pelo método pouco convencional de tocar guitarra, criando sons impressionistas.

Além do Nine Inch Nails e King Crimson, trabalhou com nomes como Talking Heads, David Bowie, Frank Zappa, Joe Cocker, Jean Michel Jarre, Cyndi Lauper, Mike Oldfield e Porcupine Tree. Também lançou mais de 20 álbuns solo, misturando música pop com experimentalismo.

Ainda colaborou como desenvolvedor de instrumentos da Parker Guitars, criando seu próprio modelo, a Parker Fly.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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