Slash retorna ao Brasil com Myles Kennedy and the Conspirators para uma série de 4 shows no início desse ano. Esta será a quinta passagem nacional do projeto solo do guitarrista do Guns N’ Roses, uma figurinha carimbada pelo país.
Atualmente, o grupo promove “4”, seu 4º trabalho em estúdio. O registro também marca a estreia do selo Gibson Records, que pertence à famosa marca de instrumentos.
A carreira solo do músico é marcada pela parceria com o vocalista Myles Kennedy (Alter Bridge) e também com Todd Kerns (baixo e vocais), Frank Sidoris (guitarra) e Brent Fitz (bateria), que formam o The Conspirators. Eles tocam juntos desde 2011 (Sidoris chegou em 2012), antes da reunião do homem da cartola com o Guns N’ Roses, em 2016.
O setlist
Quem espera ouvir os clássicos do Guns N’ Roses em um show de Slash pode sair decepcionado. Conforme os álbuns com Myles Kennedy and the Conspirators foram lançados, o guitarrista eliminou cada vez mais as músicas de sua banda principal do setlist. Além disso, ele voltou a trabalhar com Axl Rose em 2016, então os fãs podem ouvi-lo tocar essas canções com o próprio GN’R.
Mas há um fio de esperança para essa parcela do público latino-americano. Na primeira apresentação dessa parte da turnê, realizada na Cidade do México, foi executada “Don’t Damn Me”.
A faixa, lançada em “Use Your Illusion I” (1991), nunca havia sido tocada ao vivo, nem mesmo pelo Guns. O Setlist.fm aponta que outras duas canções “raras” do GN’R foram listadas como alternativas para ela: “Perfect Crime” e “Bad Apples”.
Além de “Don’t Damn Me”, há um cover de “Rocket Man” (Elton John) com direito a slide guitar; uma versão para “Always on the Run” (Lenny Kravitz), faixa com solo gravado originalmente por Slash e aqui cantada por Todd Kerns; e um resgate de “Speed Parade”, do Slash’s Snakepit, banda do artista nos anos 90.
Já em relação aos álbuns solo, todos eles são representados. “Slash” (2010), gravado com convidados, tem três inserções no repertório. “Apocalyptic Love” (2012), o primeiro com Myles Kennedy and the Conspirators, emplaca cinco faixas. “World on Fire” (2014) conta com três, enquanto “Living the Dream” (2018) está com duas e “4” (2022), trabalho promovido na turnê, apresenta sete ao todo.
Confira o setlist executado na Cidade do México, que deve ter pouca ou nenhuma mudança para os shows no Brasil:
- The River Is Rising
- Driving Rain
- Halo
- Apocalyptic Love (primeira vez desde 2019)
- Back From Cali
- Whatever Gets You By
- C’est La Vie
- Actions Speak Louder Than Words
- Always on the Run (Lenny Kravitz, Todd Kerns no vocal)
- Bent to Fly (primeira vez desde 2019)
- Sugar Cane (primeira vez desde 2019)
- Spirit Love
- Speed Parade (Slash’s Snakepit)
- We Will Roam (primeira vez desde 2013)
- Don’t Damn Me (Guns N’ Roses, Todd Kerns no vocal, primeira vez ao vivo)
- Fill My World
- Wicked Stone (primeira vez desde 2019)
- April Fool
- Starlight
- Doctor Alibi (Todd Kerns no vocal)
- You’re a Lie
- World on Fire
Bis:
- Rocket Man (I Think It’s Going to Be a Long, Long Time) (Elton John)
- Anastasia
Expectativa para o show
Desde que começou a excursionar com o nome Slash feat. Myles Kennedy and the Conspirators, o grupo tem recebido bons reviews. Apesar das comparações por vezes injustas com o Guns N’ Roses, o projeto costuma ser citado como um sopro de ar fresco na cena hard rock. “4” pode não ser o seu melhor álbum, mas as cerca de 7 músicas dele que fazem parte do set acabam ganhando força ao vivo.
Um review do site The Rockpit de uma apresentação realizada em fevereiro de 2022, em Prior Lake, Estados Unidos, exalta os talentos individuais de cada um dos músicos, embora todos “joguem para o time”. E como o texto deixa claro, nem é preciso ser fã do Guns para curtir Slash feat. Myles Kennedy and the Conspirators ao vivo. Veja:
“Há muitas coisas que eu aprecio nessa banda. Myles Kennedy deve ser um dos maiores cantores de rock vivos hoje. Ele poderia cantar a lista telefônica e eu ouviria. Mas eu poderia dizer o mesmo de Todd Kerns, o baixista. Eu vi Todd tocando com Bruce Kulick e seu talento vocal é inegável. Brent Fitz, o baterista, também é incrível de seu próprio jeito. Na guitarra base, Frank Sidoris é igualmente talentoso. E finalmente, o próprio Slash. Eu nunca fui um grande fã do Guns N’ Roses, mas eu realmente gosto do que ele está fazendo com Myles Kennedy and the Conspirators. Seu jeito de tocar é incrível. O que eu mais gosto nele é a natureza melódica. Não soa como um monte de abelhas zunindo.”
Em comparação ao Guns, são performances mais simples em estrutura. O fã tem em sua frente os cinco músicos tocando, com uma bandeira ou uma imagem estática no telão de fundo, um bom jogo de luzes e nada além. Sem pirotecnia, animações elaboradas ou mesmo longas interações — Myles não costuma perder tempo batendo papo.
Outra avaliação, feita pelo site SquatchRocks também sobre o evento em Prior Lake, destaca:
“O público adorou e não vi quase ninguém sair do local além do cara ao meu lado — e tenho certeza que a esposa dele o fez ir embora. Slash tocou alguns solos de dez minutos, deu ao público um gostinho das músicas do último álbum e simplesmente tocou o mais puro rock and roll. No fim, a banda inteira passou muito tempo no palco depois de distribuir palhetas, baquetas, setlists e cumprimentos na primeira fila. Eles fizeram isso a ponto de a segurança basicamente encorajar Slash a deixar o palco. Para mim, isso mostra verdadeiro apreço aos fãs por estarem lá.”
Slash no Brasil e além
A atual turnê de Slash feat. Myles Kennedy and The Conspirators recebeu o título de “The River Is Rising – Rest of the World Tour ’24”. Ela começou com o retorno ao Pepsi Center WTC, na Cidade do México e em seguida, passará por 21 países e 32 cidades ao redor do mundo.
O Brasil vai receber quatro apresentações do grupo, com produção da 30e:
- no dia 29 de janeiro, na Arena Hall, em Belo Horizonte;
- no dia 31 de janeiro, no Espaço Unimed, em São Paulo;
- no dia 1º de fevereiro, no Qualistage, no Rio de Janeiro
- e, por fim, no dia 4 de fevereiro, em Porto Alegre, no Pepsi On Stage.
Ingressos podem ser adquiridos através deste link.
Feitos os shows no Brasil, a banda segue ainda para o Uruguai, Argentina e Chile antes de dar início à etapa australiana da tour, no final de fevereiro. Em março, a excursão continua no Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Filipinas e Tailândia antes de ir para a Europa, onde terá apresentações na Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Países Baixos, Dinamarca, Polônia, Tchéquia, Hungria, Itália, Suíça, Luxemburgo e França, já no final de abril.
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