Pacto? O que Eric Clapton pensa sobre a lenda de Robert Johnson

Guitarrista tem visão bem mais cética sobre boatos em torno de supostos pactos demoníacos que cercam o trabalho do lendário bluesman

Eric Clapton é uma das maiores autoridades quando se fala em blues. Naturalmente, ele conhece muito bem a obra do lendário Robert Johnson, um bluesman pioneiro dos anos 1930 que rendeu e ainda rende uma série de histórias — que vão desde o seu talento e habilidades notáveis a boatos de pactos com o demônio.

Não é segredo que Clapton é um admirador de Johnson. Chegou a gravar um álbum só com releituras das canções do antigo bluesman, “Me and Mr. Johnson” (2004), além de ter escrito uma espécie de prefácio para um box de gravações dele.

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No texto do material, resgatado pelo site Far Out Magazine, fica claro o que o “Slowhand” pensa do lendário músico. Não só isso: Eric expõe como a obra do ídolo se conecta com o que ele viria a fazer ao longo de toda a sua carreira.

“Robert Johnson é para mim o músico de blues mais importante que já viveu. Ele era absolutamente verdadeiro com sua própria visão. E até onde eu cheguei na música nos últimos 30 anos, nunca encontrei nada mais profundo e cheio de alma do que Robert Johnson. Sua música permanece sendo o grito mais poderoso que eu acho que você pode encontrar na voz humana, realmente… parece ecoar algo que eu sempre senti.”

Sobre as lendas demoníacas que cercam o nome de Johnson, Clapton tem uma visão bem mais cética, comparando os seres infernais a problemas da vida. Ele comentou o assunto em entrevista ao Music Radar, em 2004, citando cita a clássica “Hellhound On My Trail” como exemplo disso.

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“Nas letras, é mais provável que ele estivesse falando de uma namorada, ou problemas em geral. Acho que ‘Hellhound On My Trail’ é assim. Quando eu era mais jovem, ‘Hellhound…’ costumava me apavorar quando eu ouvia. A ideia de que ele realmente estava cantando sobre ser perseguidos por demônios era demais para mim. Por um tempo, eu não aguentava isso.

Então eu comecei a pensar nisso como uma metáfora para problemas. Eu acredito na presença do mal. Eu acho que é possível conceber algo tão ruim que pode levar a um outro mundo – um mundo onde há pouca esperança. E eu acho que é disso que ele ia atrás. E quando ele cantou sobre as encruzilhadas… as encruzilhadas são sobre escolher qual caminho seguir. É sobre as decisões morais que você toma todo dia.”

Eric Clapton e Robert Johnson

Na mesma entrevista, Eric Clapton foi questionado sobre algum elemento da obra de Robert Johnson que ele passou a entender só com o tempo e a experiência. Ele citou aspectos técnicos, que diz não conseguir reproduzir até os dias atuais.

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“Pegue ‘Kindhearted Woman Blues’. Tem uma instância em um dos versos onde ele toca uma nota única estranha, meio que acompanhando o acorde IV. Eu não consigo fazer isso. Eu não vejo como alguém poderia (risos).”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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