Em mais de seis décadas de carreira, o empresário Jim Simpson teve participação ativa na indústria musical inglesa, ajudando a ditar tendências e revelar uma série de artistas. Porém, poucos lhe deram tanto trabalho quanto o Black Sabbath. Não pelo comportamento selvagem dos músicos – que sim, existia, mas pela dificuldade de encaixá-los no mercado.
Durante entrevista ao jornal Birmingham World, o manager recordou o início da parceria, quando o grupo ainda se chamava Earth e não havia definido de forma concreta o caminho a seguir do ponto de vista artístico. À época, o homem de negócios comandava o selo independente Big Bear Records, que não parecia o local mais apropriado para o quarteto.
Sendo assim, ele decidiu correr atrás de alternativas para os futuros patriarcas do heavy metal – embora os próprios não gostem da alcunha. Foi quando a realidade lhe esmurrou a cara.
“Nós os contratamos para gerenciamento e divulgação, mudamos o nome para Black Sabbath e começamos a buscar um contrato com uma grande gravadora visando reatribuir os direitos que tínhamos em mãos. Levei o que se tornaria o primeiro álbum do Black Sabbath nas grandes gravadoras de Londres e recebi 14 ‘não, obrigado – não estamos interessados’.”
A salvação através da Vertigo
Ainda assim, a persistência acabou se pagando quase que no último minuto, como Simpson recorda. E tudo porque alguém “furou” com o cronograma.
“Eu ainda não tinha decidido arriscar e lançar ‘Black Sabbath’ pela Big Bear quando recebi um telefonema de Olav Wyber, chefe de relações artísticas do selo Phonogram Vertigo. Ele disse: ‘aquela banda de Birmingham que você tocou para mim, não me lembro o nome deles, mas gostaria de assiná-los’. Descobriu-se que quem estava programado para entregar seu próximo lançamento do Vertigo não o fez, e ele se lembrava vagamente ‘daquela banda de Birmingham’ que serviria como substituta.”
Black Sabbath, o álbum
O primeiro disco do Black Sabbath é considerado precursor do que viria a ser conhecido como heavy metal. Embora vários artistas já estivessem se aventurando por sonoridades pesadas nos anos anteriores, a fórmula foi definida no trabalho lançado em 13 de fevereiro de 1970.
As gravações ocorreram em apenas doze horas, no dia 16 de outubro de 1969. Exceção aos efeitos na faixa de abertura, algumas dobras de guitarra e passagens acústicas, tudo foi gravado com os músicos tocando juntos. Além das faixas autorais, o tracklist conta com versões para “Evil Woman”, do Crow (lançada como single) e “Warning”, do The Aynsley Dunbar Retaliation.
A capa foi registrada no Moinho de Mapledurham, à beira do Rio Tâmisa, em Oxfordshire. A banda declarou ter conhecido a modelo que posou para a imagem, embora não saiba qualquer informação sobre ela, assim como ninguém envolvido no registro.
“Black Sabbath”, o álbum, ganhou disco de platina nos Estados Unidos, além de ouro na Inglaterra e Canadá.
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