Durante aparição no podcast “Wild Ride”, de Steve-O (Jackass), Dee Snider falou sobre o uso de “We’re Not Gonna Take It”, sua música mais conhecida, em uma série de situações que envolvem manifestações populares, incluindo eventos políticos. O cantor confirmou considerar perigoso quando a canção aparece especificamente em iniciativas como a última mencionada.
O frontman do Twisted Sister já ganhou uma ação para que um político australiano de extrema-direita não veiculasse a composição em sua campanha. Também pediu para Donald Trump que fizesse o mesmo.
Conforme transcrição do Blabbermouth, no entanto, o artista não considera que o ex-presidente dos Estados Unidos seja o que as pessoas imaginam, especialmente quando o assunto é racismo.
“Pedi a Trump para não usar ‘We’re Not Gonna Take It’. Não concordamos politicamente. Éramos amigos antes de ele se envolver na política. Estive no seu programa ‘Celebrity Apprentice’ por três temporadas. Saí com sua família, tive ótimos momentos, ótimas lembranças. Fizemos muitos trabalhos de caridade juntos, ações contra o câncer infantil e todo tipo de coisa. Quando ele anunciou que iria concorrer pediu para usar a música. Disse que sim no começo. Até que descobri o que ele representava.”
O pedido, confessa Snider, ganhou um forte componente familiar.
“Depois de alguns meses, meus filhos disseram: ‘Você tem que denunciá-lo. Você tem que fazê-lo parar.’ Eu disse: ‘Deixem-me contar uma coisa, crianças’. Meus filhos estão crescidos. Eu disse: ‘A maioria das pessoas nem se preocupa em pedir permissão. Elas simplesmente fazem. Ele pediu permissão. Eu dei minha permissão’. Eu disse: ‘Se vou impedi-lo, vou dar-lhe o respeito que me mostrou. E vou pegar um telefone.’ Então disse: ‘Escute, preciso que você pare de usar a música. Não estamos na mesma página.’ E foi o que fiz. Não estamos na mesma página e não concordamos. E para seu crédito, ele disse: ‘Tudo bem.’ Parou de usar naquela noite. Nunca mais usou, mesmo sabendo que poderia. Depois liguei de volta e perguntei: ‘Ei, está tudo bem?’ E ele disse: ‘Dee, fizemos muitos trabalhos de caridade juntos.’ E nós fizemos mesmo, muitas coisas. E ele disse, ‘É claro que estamos bem.’”
Apesar de tudo, Dee não considera que Trump seja o que tenta mostrar às pessoas.
“Sou anti-Trump, contra o que ele representa. Acredito que ele é um vendedor e está procurando alguém para comprar seu produto. E as pessoas que encontrou e compraram são pessoas com quem não concordo. E ele assume a posição de que concorda com eles, mas eu o conheci antes. Howard Stern fala longamente sobre isso. Nunca mostrou qualquer evidência de ser evangélico, de ser contra o direito de escolha das mulheres. Ele é um cara de Nova York. Nunca mostrou nenhuma dessas coisas. Só estou dizendo a vocês, pessoal. Eu sei que há pessoas por aí gritando que eu fui político aqui. Só estou dizendo que nunca houve qualquer evidência dessas coisas. E acredito firmemente que a situação seja algo do tipo ‘Ei, olha. Estou vendendo Trump como um produto. São essas pessoas que estão comprando.’”
Quando se trata de preconceitos, a defesa vai além, embora se baseando em argumentos rasos.
“Há pessoas que apoiam ele e que são antissemitas. Mas sua filha é uma convertida. Ela é judia. Seu genro é judeu. Eu sei que ele não é antissemita. Eu sei que ele não é racista. Estive em programas com ele e fizemos tantas coisas. Mas ele está se afiliando a muitas pessoas que são bastante radicais nesse aspecto. Mas isso é para vender seu produto. É assim que eu vejo. E eu não posso ficar ao seu lado enquanto ele estiver com essas pessoas.”
Declarações de Donald Trump
Apesar dos argumentos de Dee Snider, várias evidências apontam Donald Trump como uma figura racista. No livro de memórias “Disloyal: A Memoir”, seu ex-advogado Michael Cohen aponta momentos em que o antigo morador da Casa Branca chegou a declarar aos filhos ainda no período da campanha:
“Eu nunca terei o voto latino-americano. Como os negros, eles são estúpidos demais para votar em Trump. Eles não são meu povo.”
O empresário e politico também chegou a propor um banimento de muçulmanos em terras americanas, além de adotar uma série de declarações estereotipadas sobre asiáticos quando do estouro da pandemia de Covid-19. Ainda citou que a atual vice-presidente, Kamala Harris, não reunia os requisitos para o cargo, se valendo dos mesmos argumentos que usava para questionar a origem étnica do também ex-presidente Barack Obama.
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