Por que Bono não consegue ouvir músicas do próprio U2

Anteriormente, vocalista já havia expressado abertamente sua reprovação ao nome da banda e como cantava nos primeiros discos

Não são poucos os casos de músicos que não escutam a própria obra. O envolvimento no processo criativo é tão grande que acaba não gerando uma necessidade real de ouvir aquilo que já faz parte do artista por si só. Bono é um desses, conforme resgate do Far Out Magazine para conversa com o Awards Chatter.

O vocalista do U2 destacou apenas uma canção de toda sua obra que foge à regra. Ela faz parte do projeto Passengers, desenvolvido pela banda irlandesa em parceria com o produtor britânico Brian Eno.

“A que mais ouço é ‘Miss Sarajevo’, com Luciano Pavarotti. Honestamente, a maioria das outras me constrange um pouco. Embora ‘Vertigo’ provavelmente seja aquela de que mais me orgulho pela maneira como se conecta com a multidão.”

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Na mesma entrevista, Paul Hewson ainda revelou o descontentamento com o nome do grupo, retirado do avião de espionagem Lockheed U-2, utilizado em locais de grande altitude pela Força Aérea dos Estados Unidos.

“Paul McGuiness, nosso primeiro manager, nos convenceu de que era ótimo e ficaria muito bom nas camisetas. Mas realmente não gosto até hoje. Soava futurista à época. De qualquer modo, também não havia me dado conta àquela altura que The Beatles era um trocadilho ruim.”

Bono sobre a própria voz

Nem a própria voz de Bono escapou de um escrutínio rigoroso.

“Fico vermelho se estou no carro e começa a tocar alguma. Uma vez, Robert Palmer disse a Adam (Clayton, baixista) que eu deveria baixar o tom, pois seria um favor a mim mesmo e a quem me ouve. Não era algo em que eu pensava.”

Sua análise é ainda mais autodepreciativa quando fala sobre “Boy”, álbum de estreia da banda, lançado em 1980.

“O material é muito único, realmente original. Mas eu não preenchia os detalhes onde minha voz deveria se encaixar.”

U2 atualmente

Atualmente o U2 realiza a temporada “Achtung Baby Live at the Sphere Las Vegas”. Construído pela Madison Square Garden Entertainment Corp, o local foi orçado em US$ 2,3 bilhões e possui a maior estrutura esférica do mundo. Tem capacidade para 17,6 mil pessoas sentadas ou 20 mil em pé, além do maior telão de LED do mundo.

O grupo vem se apresentando sem o baterista Larry Mullen Jr, ausente devido a problemas de saúde. Seu substituto foi o holandês Bram van den Berg, da banda Krezip.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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