Uma das grandes polêmicas que sempre rende em entrevistas é o uso ou não de playback em shows, especialmente quando a relação se dá entre vocais e performances de bandas antigas. Quando faltar assunto no bate-papo, é só recorrer a isso que vai gerar manchetes – e não estamos reclamando, pois também reproduzimos as falas.
Em conversa com o The Metal Voice, transcrita pelo Blabbermouth, Blackie Lawless revelou como o W.A.S.P. lida com a situação. O vocalista, guitarrista e membro fundador não se fez de desentendido e reconheceu se valer do recurso. Ele até deu uma justificativa baseada em um álbum específico.
“Até cerca de cinco anos atrás, fazíamos tudo – era literalmente uma banda de quatro integrantes; o que você ouvia era o que acontecia. Acabou quando fizemos a turnê de aniversário para ‘The Crimson Idol’. Trouxemos toda aquela parte de orquestração. Lembro-me de ouvir isso no ensaio pela primeira vez. Foi como uma experiência fora do corpo. Quero dizer, era inacreditável. Lembro-me de ter pensado: ‘Nunca ouvi isso soar assim além do disco.’ E eu pensei, ‘isso é o que eu quero fazer de agora em diante. Quero que soe exatamente como o álbum’.”
Porém, Lawless garante que a máxima não se aplica a seus vocais.
“Como cantor, tenho muito orgulho do que faço. Quando você recebe um presente como eu, a maioria que conheço quer mostrar isso. Não sou diferente. Sim, sou eu cantando o tempo todo. Mas no que diz respeito a qualquer outra faixa de orquestra ou backing vocal, sinto muito, não há gente suficiente no palco para fazer com que soe como no estúdio, é impossível. Então, novamente, o artista tem que tomar a decisão de como ele quer soar. E desde aquela primeira vez, como eu disse, fiquei no meio da sala e ouvi aquela orquestração, me surpreendeu. E eu pensei: ‘Isso é o que estou fazendo daqui em diante. Agora eu sei por que o The Who ou outras bandas fazem isso. Eles querem que soe como o disco.”
Blackie Lawless e W.A.S.P. atualmente
O W.A.S.P. volta à estrada em 2024 com sua turnê de 40 anos de carreira. O giro deveria ter acontecido nos últimos meses, mas acabou adiado. O motivo foi a saúde de Blackie Lawless, que enfrenta duas hérnias de disco, além de ter quebrado uma vértebra durante a mais recente passagem pela Europa, que precisou finalizar se apresentando sentado.
Além do frontman, a formação atual conta com o guitarrista Doug Blair, o baixista Mike Duda e o baterista brasileiro Aquiles Priester. As comemorações de quatro décadas do grupo tiveram início ano passado. Um dos destaques foi o resgate da música “Animal (F*ck Like a Beast)”, que por muitos anos o líder se recusou a cantar, baseado em suas renovadas crenças religiosas.
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