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É possível ter mais músicas inéditas dos Beatles, diz Peter Jackson

Diretor da série documental "Get Back" acredita que, com tecnologia, criação de novas músicas é "certamente concebível"

A chamada “música final” dos Beatles foi lançada na última semana. Intitulada “Now and Then”, a faixa é uma “criação genuína” do Fab Four. John Lennon, responsável pela composição, marcou presença com os vocais, gravados numa demo supostamente de 1978, assim como há contribuições deixadas por George Harrison.

Depois de muitos anos, Paul McCartney e Ringo Starr finalizaram a obra, com a ajuda da inteligência artificial. O recurso “limpou” o material original – um registro em fita – e ajustou questões técnicas, facilitando a mixagem. 

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Diante desse cenário, na opinião de Peter Jackson, diretor da série documental “Get Back” (2021) e do clipe de “Now and Then”, é possível que outras canções inéditas do quarteto sejam lançadas. Com a tecnologia, como o próprio destacou ao The Times (via Ultimate Classic Rock), tudo é executável.

O cineasta afirmou:

“Podemos pegar uma performance da série ‘Get Back’, separar John e George, e depois fazer com que Paul e Ringo adicionem um refrão ou harmonias. Isso pode acabar virando uma música aceitável, mas eu não tive conversas com Paul sobre isso. É uma ideia de fã, mas certamente é concebível.”

Beatles e “Now and Then”

“Now and Then” foi composta e cantada por John Lennon em 1977, quando a banda não existia mais. Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr desenvolveram a canção na década de 1990, quando o músico já havia nos deixado.

Anos atrás, em 1995, havia rumores de que a música seria disponibilizada como um single do projeto “The Beatles Anthology” (1995) – que lançou ao público “Free as a Bird” e “Real Love”. Mais tarde, em 2007, o jornal Daily Express revelou que Paul tinha planos de soltar uma versão finalizada da canção, com uma performance de arquivo do guitarrista George Harrison, morto em 2001, além de Ringo Starr na bateria e eventuais acréscimos na letra.

A ideia foi deixada de lado no período, mas em 2021, desta vez para a The New Yorker, o eterno baixista do Fab Four confirmou o desejo de concluir a música. Ao tomar conhecimento das novas possibilidades, o músico se sentiu ainda mais encorajado a seguir em frente no trabalho.

Sobre a faixa, os envolvidos dizem:

Paul McCartney: “Lá estava a voz de John, cristalina. É muito emocionante. E todos nós tocamos; é uma gravação genuína dos Beatles. Em 2023, ainda estar trabalhando na música dos Beatles e estar prestes a lançar uma nova música que o público ainda não ouviu é algo emocionante.”

Ringo Starr: “Foi o mais perto que chegamos de tê-lo de volta na sala de estúdio, então foi muito emocionante para todos nós. Foi como se John estivesse lá, sabe?”

Olivia Harrison (viúva de George Harrison): “Em 1995, depois de vários dias no estúdio trabalhando na faixa, George sentiu que os problemas técnicos da demo eram intransponíveis e concluiu que não era possível terminar a faixa com um padrão suficientemente alto. Se ele estivesse aqui hoje, Dhani (Harrison, filho) e eu sabemos que ele teria se juntado de todo o coração a Paul e Ringo para completar a gravação de ‘Now and Then’.”

Sean Ono Lennon (filho de John Lennon): “Foi muito comovente ouvi-los juntos depois de todos os anos que meu pai se foi. É a última música que meu pai, Paul, George e Ringo a fizeram juntos. É como uma cápsula do tempo.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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