Axl Rose se manifesta sobre processo por estupro que teria ocorrido em 1989

Comunicado foi divulgado por intermédio do advogado do vocalista do Guns N’ Roses, acusado de crime pela ex-modelo Sheila Kennedy

Como noticiado na última quarta-feira (22), uma ex-modelo processou Axl Rose, vocalista do Guns N’ Roses, por crime de estupro que ela alega ter ocorrido em 1989. A ação foi movida na Suprema Corte de Nova York, nos Estados Unidos. O documento está disponível no Scribd.

­

- Advertisement -

De acordo com a Rolling Stone, a acusação partiu de Sheila Kennedy, modelo que trabalhava para a Penthouse. Ela diz que tinha por volta de 26 anos quando conheceu Rose em uma casa noturna na cidade de Nova York. Na mesma noite, foram para um quarto de hotel, onde o cantor teria cometido o abuso.

Em nota ao site Far Out Magazine, o advogado de Rose, Alan S. Gutman, se manifestou sobre as alegações de Kennedy. O profissional afirma:

“Simplificando, este incidente nunca aconteceu. Notavelmente, essas reivindicações fictícias foram apresentadas um dia antes de expirar o prazo de apresentação de processos no estado de Nova York.”

O prazo mencionado se refere à New York’s Adult Survivors Act. A lei abdicava, até a meia-noite da última quarta-feira (22), do estatuto de limitações — incluindo o ano em que o crime supostamente ocorreu — para ações de má conduta sexual em ações cíveis.

Foi por meio dessa possibilidade que outros astros se tornaram réus de acusações similares, a exemplo de Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, processado por alegados delitos na década de 1970. Normalmente, ações do tipo não iriam adiante por “caducarem”, já que teriam ocorrido há muito tempo, mas o regimento temporário permitia a entrada de processos antigos dentro do novo prazo estipulado.

Gutman complementa:

“Embora não negue a possibilidade de uma foto de um fã tirada de passagem, o sr. Rose não se lembra de ter conhecido ou falado com a Requerente e nunca tinha ouvido falar dessas alegações fictícias até então. Sr. Rose está confiante de que este caso será resolvido a seu favor.”

Atenção: supostos crimes de abuso sexual são descritos nos parágrafos seguintes.

Leia também:  Saiba onde assistir ao show de Madonna no Rio e em que horário

As acusações

Na ação, Sheila afirma que foi à casa noturna junto de uma amiga, na tentativa de conhecer integrantes do Guns N’ Roses. A ex-modelo foi convidada para o quarto de hotel onde Rose daria uma festa — a amiga ficou de fora porque Axl não a achou “gostosa o suficiente”, segundo o processo.

O relato destaca que a festa foi regada a cocaína, champanhe e outras bebidas alcoólicas. Sheila diz que foi ao banheiro em dado momento e quando saiu, foi pressionada à parede e beijada à força por Axl. O texto jurídico afirma:

“Kennedy achou Rose atraente e não se importou com esse encontro. Ela estava aberta a dormir com ele se as coisas progredissem.”

Porém, segundo Sheila, houve relação sexual não consentida ainda naquela noite, quando apenas Axl, ela, outra modelo e Riki Rachtman (futuro apresentador da MTV) estavam no local. Rose teria transado com a outra modelo, o que teria deixado Sheila desconfortável.

A partir de então, de acordo com a ex-modelo da Penthouse, “Rose começou a agir de forma agressiva” e a “encorajar sexo grupal”, o que não era do interesse dela. Então, Sheila e Riki saíram e foram para o quarto deste, no mesmo hotel.

Após isso, Axl teria agido de forma violenta com a outra modelo que permaneceu. O cantor, então, teria ido até o quarto de Riki, perguntado a Sheila “o que ela estava fazendo ali”, a empurrado em direção ao chão e a arrastado pelos cabelos até seu quarto.

Foi quando, de acordo com Sheila, ocorreu o estupro. A ex-modelo da Penthouse diz ter sido amarrada com as mãos atrás das costas e penetrada por Axl. O processo afirma:

“Nesse ponto, Kennedy, com as mãos amarradas nas costas, estava trancada no quarto, sangrando e vulnerável com Rose, sozinha, enquanto ele estava em uma fúria sexual e volátil. Kennedy tinha acabado de testemunhar Rose fazendo sexo violentamente com outra mulher. Ele arrastou Kennedy para seu quarto como um homem das cavernas e agiu com fúria descontrolada. Rose a impediu fisicamente de sair e a trancou. Kennedy estava preso. […] Rose então penetrou à força no ânus de Kennedy com seu pênis.

Ele a tratou como uma propriedade usada exclusivamente para seu prazer sexual. Ele não usou camisinha. Kennedy não consentiu e sentiu-se dominada. Ela sentiu que não tinha escapatória ou saída e foi obrigada a concordar. Ela acreditava que Rose iria atacá-la fisicamente, ou fazer algo pior, se ela dissesse ‘não’ ou tentasse afastá-lo. Ela entendeu que a coisa mais segura a fazer era deitar na cama e esperar que Rose terminasse de agredi-la.”

Sheila Kennedy afirma ter pasado a sofrer com sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) sempre que escuta o nome de Axl Rose ou alguma música do Guns N’ Roses. Ela também diz sofrer de ansiedade e depressão desde o caso, comprometendo sua carreira.

Leia também:  Suicidal Tendencies anuncia 5 shows no Brasil para julho

As acusações feitas formalmente a Rose são de agressão física e sexual, imposição intencional de sofrimento emocional e violência motivada por gênero, pedindo que danos não especificados sejam determinados pelo tribunal.

Histórico de Axl Rose

A ação destaca ainda que Axl Rose foi acusado de violência doméstica e abuso sexual várias vezes no passado, citando outras alegações do tipo feitas em décadas passadas, como as de Erin Everly e Stephanie Seymour, detalhadas em uma reportagem da revista People de 1994.

A Rolling Stone lembra que não é a primeira vez que Sheila Kennedy compartilha alegações do tipo. Há relatos similares em sua autobiografia, “No One’s Pet” (2016), e no documentário “Look Away” (2021), sobre casos de abuso na indústria musical.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasAxl Rose se manifesta sobre processo por estupro que teria ocorrido em...
Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades