Quando o Van Halen cedeu música a ação comercial para não ser plagiado

Banda cedeu “Right Now” a campanha da Pepsi para que ela não fosse refeita com músicos de estúdio

Uma acusação de plágio repercutiu na mídia nacional na última quarta-feira (18). Tudo começou quando Juliette e Duda Beat lançaram a colaboração “Magia Amarela, em ação da Bauducco. O conceito da obra remete a “AmarElo”, de Emicida.

Evandro Fióti, CEO da Lab Fantasma e irmão de Emicida, abordou o assunto em uma live no Instagram.

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Conforme transcrição do Uol, ele declarou:

“A gente levou 12 anos pra ganhar o Grammy e o trabalho que a gente ganhou o Grammy acabou de ser roubado conceitualmente. Tem noção do ódio que isso gera? Tem noção da vontade que dá de botar fogo em tudo?”

Ele ainda revelou que a empresa entrou em contato visando negociar a obra original antes de partir para uma “alternativa”.

“Essa marca negociou com a gente, só que a gente não chegou num acordo tanto por cronograma, quanto por prazo, quanto por questões financeiras, porque a verba que eles tinham não justificava a entrega que a gente tinha que fazer.”

A situação não difere de uma que o Van Halen precisou enfrentar em 1992. À época, a Pepsi estava lançando a Crystal Pepsi, variação da bebida que consagrou a empresa. O comercial tinha como trilha “Right Now”, música lançada pela banda um ano antes, no álbum “For Unlawful Carnal Knowledge”.

Alguns fãs se surpreenderam, pois não era do feitio do grupo ceder sua obra para campanhas do tipo. Porém, houve um motivo, que talvez não tenha passado pela cabeça de Emicida. Em entrevista de 1996 à Guitar World, Eddie Van Halen explicou:

“A única razão pela qual demos a música à Pepsi foi porque eles iriam usá-la de qualquer maneira, regravando com músicos de estúdio, como fazem em alguns filmes de TV quando não podem usar o original… Se usarem a gravação original, terão que pagar. Caso contrário, tudo o que fazem é dar crédito e depois pagar os artistas de estúdio.”

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Sendo assim, a banda se viu de mãos atadas e acabou cedendo.

“A Pepsi nos disse que eles iriam fazer isso, então dissemos: ‘Ei, espere um minuto, podemos muito bem conseguir o dinheiro’. Não tenho orgulho, você sabe. Mas era isso ou dizer: ‘Não, vá em frente, engane-nos. E fique com o dinheiro também!’”

Van Halen e “Right Now”

Não foi a única vez que “Right Now” causou dores de cabeça ao Van Halen. Em vários momentos posteriores, ela foi usada em campanhas políticas, especificamente de republicanos, como John McCain e Donald Trump.

Eddie e Alex Van Halen sempre se opuseram. Contudo, a lei americana não possui alguns métodos de proteção ao copyright como outros países – incluindo o Brasil.

Em 2004, o troco foi dado quando uma imagem de George W. Bush foi projetada nos telões dos shows com a frase “Right now, nothing is more expensive than regret” (“Neste momento, nada é mais caro que o arrependimento”) projetada. O vocalista Sammy Hagar foi um financiador do então presidente americano na disputa eleitoral.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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