O estouro do álbum homônimo do Metallica – tradicionalmente conhecido como “Black Album” (1991) – ampliou os horizontes sonoros da banda de forma que não havia volta. O thrash metal dos primórdios dava espaço a novas abordagens, que desagradaram muitos os fanáticos, como é comum em um estilo tão ortodoxo.
Só que as mudanças seriam até maiores nos posteriores. “Load” (1996) e “Reload” (1997) eram ainda mais ecléticos, flertando com referências que saíam do espectro que nomeia o grupo. Apesar de tudo, o sucesso comercial falou por si só, com vendas bastante representativas.
Durante entrevista de 2020 à revista Vulture, resgatada pelo site Far Out Magazine, o baterista Lars Ulrich listou os dois plays como os mais subestimados da carreira.
“Se subestimados significa menos apreciados, cito ‘Load’ e ‘Reload’ Acho que são discos bastante decentes. Quando ouço as músicas de qualquer um dos dois, fico muito feliz com o resultado. Se há outros melhores, significam que eles possuem um bom parâmetro.”
O músico ainda mencionou que alguns álbuns são lembrados por situações específicas. No caso dos dois, não dá para negar que foi a mudança visual.
“Se você tiver que colocar todos eles em uma frase de efeito: ‘…And Justice For All’ é o álbum sem o baixo. ‘St. Anger’ o álbum sem a caixa da bateria. Não tem problema, lido muito bem com tudo isso.”
Metallica, “Load” e “Reload”
Sexto álbum de inéditas do Metallica, “Load” causou muita polêmica tanto pela sonoridade quanto pela mudança visual, com todos os integrantes aparecendo com novos penteados e roupas. As músicas contavam com passagens que flertavam com hard, southern e rock alternativo.
Com 78 minutos e 59 segundos, é o álbum simples mais longo da carreira da banda, ocupando todo o espaço disponível na capacidade do CD – a última faixa, “The Outlaw Torn”, chegou a ter uma parte cortada na edição final para se adaptar aos limites do formato. Mesmo com toda a repercussão negativa, chegou ao topo das principais paradas mundiais, vendendo cerca de 15 milhões de cópias. Ganhou disco de ouro no Brasil.
Já “Reload” foi disponibilizado um ano mais tarde, contando com a segunda parte do material criado nas mesmas sessões. Foi o último trabalho autoral a contar com a presença do baixista Jason Newsted. Chegou ao número 1 nos Estados Unidos e vendeu mais de 8 milhões de cópias em todo o mundo.
Ano passado a banda anunciou estar trabalhando em edições deluxe para as duas obras, como havia feito com os antecessores. Até o momento, não há qualquer informação sobre data de lançamento ou conteúdo.
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