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Marky Ramone’s Blitzkrieg faz show mais curto, mas agrada público em São Paulo

Apesar de bis mais enxuto, setlist seguiu longo e celebrou praticamente toda a discografia dos Ramones

O Marky Ramone’s Blitzkrieg finalizou sua passagem pelo Brasil no último domingo (15). Após shows em Porto Alegre, Curitiba e Londrina, foi a vez de São Paulo receber o baterista e sua banda.

Durante cerca de uma hora e meia, o quarteto apresentou um setlist recheado de clássicos dos Ramones, incluindo também covers que a banda costumava fazer. Apesar da pouca interação com o público, foi o suficiente para conquistar a plateia.

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*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos.

Foto: Gabriel Ramos

Da escola de rock a Supla

Antes da principal atração da noite, outras quatro bandas de abertura se apresentaram. A primeira foi a School of Rock, alunos da escola musical de mesmo nome. Formado apenas por adolescentes, o sexteto tocou, entre outros, covers de Rage Against the Machine, Black Sabbath, Deep Purple e Raimundos, ganhando a simpatia do público que começava a chegar ao local.

Foto: Gabriel Ramos

Em seguida foi a vez do Apnea. Formado por Marcus Vinícius (vocal e guitarra), Nando Zambeli (guitarra), Gabriel Imakawa (baixo) e Boka (bateria), o grupo de Santos (SP) é mais influenciado pelo stoner metal, destoando um pouco da noite punk. Todavia, os riffs lentos e agressivos, misturados aos vocais melódicos, tiveram boa recepção da plateia.

Foto: Gabriel Ramos

O Electric Punk entrou na sequência, executando clássicos do gênero que carrega no nome. No repertório, sons de Dead Kennedys, Johnny Thunders & The Heartbreakers, Dead Boys e a icônica “Eu Vou Ramones”, do Inocentes, acompanhadas em coro pelos presentes. Monster Johnny (vocal e guitarra), Ronaldo Passos (guitarra), William Vazquez (baixo) e Edgar Avian (bateria) apresentaram também “Last Chance”, música autoral ainda a ser lançada, que contará com imagens deste show em seu clipe.

Foto: Gabriel Ramos

No ato final antes de Marky Ramone, Supla subiu ao palco acompanhado dos Punks de Boutique – Henrique Cabreira (guitarra), Edu Hollywood (baixo) e Alê Iafelice (bateria). Os clássicos “Garota de Berlim”, “São Paulo” e “Charada Brasileiro” se fizeram presentes, assim como versões punk de “As It Was”, de Harry Styles, e “Dancing with Myself”, de Billy Idol.

Foto: Gabriel Ramos
Foto: Gabriel Ramos

Além disso, também teve espaço para material mais recente. “Supla Ego”, “Transa Amarrada” e “Ratazana de Iphone” (esta última com direito a uma pequena encenação na introdução) também estiveram no setlist. A performance do “Papito”, que interage a todo momento com os fãs mais próximos do palco e com os companheiros de banda, fez do vocalista o nome com mais presença de palco da noite.

Foto: Gabriel Ramos
Foto: Gabriel Ramos

Marky Ramone’s Blitzkrieg

Por fim, Pela (Vocal), Marcelo Gallo (guitarra) e Marin Sauan (baixo), tomaram o palco do Carioca Club juntos de Marky Ramone. O lendário baterista saudou o público, se dirigiu ao seu posto e iniciou “Rock ‘n’ Roll High School”, levando os fãs ao delírio.

Foto: Gabriel Ramos

O êxtase da plateia se estendeu às duas faixas seguintes quando, sem mais nem menos, João Gordo irrompeu ao lado dos músicos para cantar “Havana Affair” e “Commando”. O frontman do Ratos de Porão, fã declarado dos Ramones, se demonstrou tão empolgado quanto o público de estar ali.

Foto: Gabriel Ramos

As canções eternizadas pelos Ramones ganharam a participação especial dos espectadores, que cantavam a plenos pulmões junto com Pela. O vocalista, aliás, possui timbre inegavelmente semelhante ao de Joey. Assim, músicas como “Lobotomy”, “Beat On the Brat” e “Sheena is a Punk Rocker” têm grande parte de sua essência preservada, ficando bem próximas às suas origens em termos vocais.

Além dos grandes hits, o set também contou com composições menos frequentes em shows na trajetória do grupo. Ainda assim, não foram momentos ignorados pela audiência. Fosse em “Chain Saw”, “You Sound Like You’re Sick”, “She’s a Sensation” ou “Tomorrow She Goes Away”, o coro dos fãs não cessou durante a performance de uma hora e meia.

Foto: Gabriel Ramos

Hits, lado B e covers

Apesar de contar com Marky, que integrou os Ramones durante 15 anos, a banda não deixa de ser um tributo. Dessa forma, a intenção é proporcionar uma experiência que remeta a um show do lendário grupo, que costumava se apresentar engatando as canções em sequência, sem longas interações com o público ou intervalos.

Foto: Gabriel Ramos

Esses elementos, sem dúvidas, estão presentes na performance de Marky e seus companheiros. Àqueles que são fãs “religiosos” e/ou de longa data, talvez não seja um problema. Mas não há um momento específico de homenagem à memória da banda ou que faça referência aos outros integrantes dos Ramones.

Foto: Gabriel Ramos

Canções que ficaram famosas após ganharem uma versão punk nas mãos de Johnny Ramone e cia também se fizeram presentes. “Let’s Dance”, de Chris Montez, e “California Sun”, de Joe Jones, foram incluídas, mas a mais celebrada foi “Surfin’ Bird”, do The Trashmen, que contou com o retorno de João Gordo ao microfone, incendiando novamente o público.

Foto: Gabriel Ramos

¡Adios Amigos!

O fim do set tradicional se deu com mais um cover. “R.A.M.O.N.E.S”, homenagem feita pelo Motorhead, foi a 32ª música a ser executada.

Foto: Gabriel Ramos

Ao fim, a banda se retirou do palco para uma curta pausa que, como o resto do show, não foi silenciosa: durante os minutos de descanso dos músicos, os gritos de “Hey, ho! Let’s go!” ecoavam pela casa. Ainda bem, já que em sua última passagem pelo Brasil, Marky encerrou seu show no Rio de Janeiro antes da hora ao não ouvir pedidos de bis e chegou a dizer que não voltaria à Cidade Maravilhosa por não ter gostado de lá na visita anterior.

Foto: Gabriel Ramos

Na volta ao palco, o baterista novamente cumprimentou o público e os músicos se posicionaram para o bis. O show foi retomado com “You’re Gonna Kill That Girl”, seguida por “What a Wonderful World”.

Foto: Gabriel Ramos

A expectativa era por um encore mais longo, como feito nos shows anteriores em solo brasileiro, contando com seis músicas. Contudo, após o cover de Louis Armstrong, rolou a conclusão com “Blitzkrieg Bop”. Como esperado, cada palavra da canção definitiva dos Ramones foi seguida de perto por todos os que assistiam.

Ao fim desta, fim da apresentação. Assim como no início, uma saída silenciosa. O baixista Marin, sozinho, ainda permaneceu no palco por um momento, arremessando algumas baquetas e palhetas para a plateia. E nada além disso.

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos.

Foto: Gabriel Ramos

Marky Ramone’s Blitzkrieg — repertório:

  1. Rock ‘n’ Roll High School
  2. Havana Affair (part. João Gordo)
  3. Commando (part. João Gordo)
  4. Teenage Lobotomy
  5. Beat On The Brat
  6. I Don’t Care
  7. Sheena Is A Punk Rocker
  8. Now I Wanna Sniff Some Glue
  9. We’re A Happy Family
  10. You Sound Like You’re Sick
  11. Rockaway Beach
  12. Gimme Gimme Shock Treatment
  13. Let’s Dance
  14. Surfin’ Bird (part. João Gordo)
  15. Judy Is A Punk
  16. I Wanna Be Your Boyfriend
  17. She’s A Sensation
  18. The KKK Took My Baby Away
  19. Pet Sematary
  20. I Wanna Be Sedated
  21. Oh Oh I Love Her So
  22. California Sun
  23. I Don’t Wanna Walk Around With You
  24. Pinhead
  25. Cretin Hop
  26. Tomorrow She Goes Away
  27. I Just Want To Have Something To Do
  28. Chain Saw
  29. She’s The One
  30. Listen To My Heart
  31. Anxiety
  32. R.A.M.O.N.E.S.

Bis:

  1. You’re Gonna Kill That Girl
  2. Wonderful World
  3. Blitzkrieg Bop

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