Lançado em 2003, “Through the Ashes of Empires” foi o álbum que reaproximou o Machine Head dos fãs dos primórdios. O quinto álbum de estúdio decretou o fim das experimentações com o nu metal.
A repercussão nos Estados Unidos foi pequena, especialmente por não ter sido lançado logo à época. O motivo foi o rompimento com a filial americana da Roadrunner, o que não aconteceu no exterior. Sendo assim, o trabalho obteve grande popularidade na Inglaterra, rendendo disco de prata – o equivalente ao disco de ouro por aqui.
Em entrevista ao IgorMiranda.com.br, o vocalista e guitarrista Robb Flynn definiu o álbum como um “renascimento total”. E aproveitou a ocasião para traçar um paralelo entre “Imperium”, principal single daquele material, com “Davidian”, uma de suas canções mais populares e responsável por apresentar a banda ao mundo.
“‘Imperium’, para mim, é como a irmã mais nova de ‘Davidian’. Elas foram escritas em situações semelhantes de perigo e pressão, ainda que em diferentes circunstâncias. ‘Dadivian’ é de quando andávamos pelas ruas de Oakland tentando não levar um tiro ou uma facada. ‘Imperium’ foi a mesma coisa por razões diferentes. Fomos rejeitados por 35 gravadoras. Todas que prometeram nos contratar, decidiram que não queriam. Chegou a um ponto depois daquela 30ª rejeição das gravadoras, como se fosse apenas tipo: ‘f#da-se todo mundo’. Foi um renascimento total para a banda.”
O frontman ainda destaca que o Machine Head “teve alguns renascimentos”, o que, em sua visão, “não é o arco típico de uma banda de heavy metal”.
“Vendemos tantos discos na segunda metade da nossa carreira quanto na primeira metade, o que não é nada normal. Eu me sinto muito sortudo, porque os fãs continuam nos apoiando e aparecendo. Sou só um cara que compõe músicas. Não sou um ativista, influenciador, blogueiro. Apenas fiz o que sempre quis fazer, que é tocar música, cantar e tocar guitarra. Ter 32 anos de carreira e músicas que tocaram milhões de pessoas é algo que ainda me surpreende.”
Machine Head e “Burn My Eyes”
“Davidian” faz parte de “Burn My Eyes” (1994), estreia do grupo. O álbum traz letras que refletem a visão de Robb Flynn sobre as revoltas sociais ocorridas nos Estados Unidos à época (especialmente na Califórnia, onde o músico morava), além de questões psíquicas pessoais e críticas à política e religiões organizadas.
É considerado um disco divisor de águas, unindo o thrash da segunda geração da Bay Area com a modernidade do metal naquele momento. Mais de 400 mil cópias foram comercializadas à época do lançamento, se tornando o debut mais vendido da Roadrunner Records, marca que só foi superada pelo Slipknot em 1999.
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