A carreira fonográfica da formação original do Black Sabbath durou menos de uma década, deixando oito registros de estúdio. Duas tentativas de reencontro foram feitas. A primeira, no final do século passado, trouxe duas faixas inéditas no álbum ao vivo “Reunion” (1998) – embora a presença do baterista Bill Ward se faça apenas em uma, “Psycho Man”.
Em “13” (2013), a ideia sequer passou do anúncio oficial de reencontro, com o próprio Bill sendo novamente escanteado e substituído para as gravações por Brad Wilk, membro do Rage Against the Machine. Porém, as desavenças já aconteciam em plenos anos 1970, como lembra Geezer Butler à Metal Edge.
O baixista chega até mesmo a reconhecer um mérito do vocalista Ozzy Osbourne, sempre tido como o menos apto do quarteto em termos artísticos.
“A questão é que estávamos tentando progredir muito musicalmente. Perdemos completamente a noção, eu acho. Paramos de fazer as coisas que faziam do Black Sabbath o que ele era e começamos a partir para abordagens mais melódicas, o que foi um erro analisando hoje. Ozzy sempre quis soar como a versão antiga da banda, enquanto Tony e eu desejávamos expandir musicalmente. Olhando para trás, Ozzy provavelmente estava certo porque nossa expansão nos fez perder o que o Sabbath deveria ser.”
Sendo assim, não surpreende que Geezer escolha o segundo álbum como o melhor da banda, mesmo ele ainda representando uma versão bastante primitiva do que os envolvidos eram capazes.
“‘Paranoid’ é um álbum completo. Nada ali foi forçado, a química entre nós quatro era muito fluida. Lembro-me de nos reunirmos para fazer aquele disco e escrevemos literalmente tudo imediatamente. Cada música veio facilmente e todas eram poderosas. Íamos ensaiar e saíamos do estúdio com uma composição pronta. Por isso que esse trabalho é especial, pela forma como as coisas aconteceram naturalmente. Foi o disco mais orgânico que o Sabbath já fez, em qualquer época. Completamente natural, como deveria ter sido sempre.”
Black Sabbath e “Paranoid”
Lançado em 18 de setembro de 1970, “Paranoid” é o álbum mais vendido do Black Sabbath até hoje, com cerca de 12 milhões de cópias comercializadas em todo o mundo. As gravações ocorreram apenas quatro meses após o lançamento do debut. Ao invés das doze horas do anterior, desta vez os músicos ganharam cinco dias para trabalhar em estúdio.
As letras deixavam o aspecto fantasioso da estreia um pouco de lado, abordando temas políticos e sociais com maior ênfase. Primeiro single e maior sucesso da carreira do grupo, a faixa-título foi a última criada, visando ocupar o tempo que faltava para completar o material. Deu tão certo que mudou o nome do disco, que incialmente seria “War Pigs”.
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