Desde que o Ghost confirmou a vinda da “Re-Imperatour” para São Paulo, muitos questionamentos surgiram a respeito do tamanho do local escolhido. Inicialmente, a banda anunciou show único na capital paulista e, depois, com o esgotamento de ingressos, uma data extra. Ambas as apresentações aconteceram neste mês no Espaço Unimed, casa para cerca de 8 mil pessoas.
Diante da quantidade de público do Ghost — que viralizou no TikTok no ano passado com a faixa “Mary on a Cross” — e da estrutura utilizada na turnê, os fãs reclamaram do espaço nas redes sociais, alegando que o grupo merecia performar em um lugar maior. No fim das contas, até o líder Tobias Forge concorda.
Em entrevista ao podcast argentino Un Dinamo Podcast (via @kissthejojoat), o vocalista e multi-instrumentista abordou o assunto. Conforme transcrição do site, ele comparou o tamanho do Espaço Unimed ao da Movistar Arena — onde tocaria na sequência em Buenos Aires —, que tem capacidade para 15 mil pessoas, e revelou a vontade de voltar ao Brasil para “consertar o erro”.
“No Brasil, o lugar era meio pequeno, gostaria que tivéssemos tocado em um lugar maior como esse, porque teria sido melhor. Mas isso acrescenta uma coisa na minha lista, que é ‘vamos voltar ao Brasil e fazer um pouco melhor’.”
Anteriormente no mesmo bate-papo, Tobias comentou sobre a segurança ao realizar shows em arenas indoor. Além dos espaços proporcionarem maior liberdade, na opinião do músico, não há preocupações relacionadas ao tempo.
Especificamente em São Paulo, o Espaço Unimed é a maior casa de shows fechada. Não existe um local de capacidade “intermediária” na capital: shows maiores se concentram obrigatoriamente em estádios, como Allianz Parque e Morumbi, geralmente utilizados para públicos grandiosos, acima dos 40 mil.
Em algumas apresentações específicas, a capacidade do Allianz chegou a ser reduzida pela metade. Foi o caso, por exemplo, da Alicia Keys, com show projetado para 25 mil pessoas, e do Def Leppard + Mötley Crüe, devido à baixa procura de ingressos.
O Centro Esportivo Tietê, Memorial da América Latina, Novo Anhangabaú e Arena Anhembi, que acomodam o “meio termo”, são lugares abertos. Para o uso, ainda geralmente dependem do poder público.
A Live Nation promete a construção de uma arena indoor com capacidade para 20 mil pessoas no Distrito do Anhembi. Até o momento, o projeto segue sem previsão de entrega.
Tobias Forge e o público argentino
A respeito do público sul-americano, Tobias Forge rasgou elogios. Ainda durante a conversa no Un Dinamo Podcast, transcrita pelo site, o vocalista e multi-instrumentista elegeu a plateia argentina como uma das melhores em todo o mundo e desabafou sobre a frustração sentida na última passagem pelo local, em 2017, quando tocou no Lollapalooza e também comandou um show no Teatro Vorterix.
“Todas as vezes que viemos para a Argentina, o público se destacou, o público sempre mostrou tanta paixão e entusiasmo, que eu sentia, até hoje, que não havíamos entregado o suficiente, o que era frustrante. Uma das melhores plateias que já tivemos, em toda a nossa carreira, foi na última vez que viemos para cá, quando tocamos no Teatro Vorterix. Foi maravilhoso, mesmo que não tenha sido o maior público que já tivemos. E eu fiquei tão frustrado por não termos mais coisas para entregar ao público, mais ‘truques’. Meu plano era: ‘não voltarei para lá enquanto não puder fazer o show completo’.”
Próximos planos do Ghost
Os shows finais da “Re-Imperatour” acontecem na Austrália, em outubro. A tendência é que o Ghost não retorne aos palcos nos primeiros meses de 2024 para que Tobias Forge possa compor e dar início às gravações de um novo álbum, sucedendo “Impera” (2022).
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