Roger Waters disponibilizou mais uma prévia de sua regravação do álbum “The Dark Side of the Moon”, clássico do Pink Floyd que completou 50 anos. Nesta quinta-feira (21), saíram suas versões de “Speak to Me” e “Breathe”, para promover “The Dark Side of the Moon Redux” antes do lançamento, em 6 de outubro.
Em relação a “Breathe”, a principal diferença residiu no trecho falado de “Free Four”, faixa do álbum “Obscured By Clouds” (1972), presente no início da canção, como uma espécie de prefácio. Já “Speak To Me” é uma reformulação total da original.
Anteriormente, o artista já havia liberado as releituras de “Time” – com um pequeno trecho em spoken word nos segundos iniciais – e de “Money” – influenciada pelo country e blues. Ouça a seguir:
“The Dark Side of the Moon Redux”
Produzido por Roger ao lado de Gus Seyffert, “The Dark Side of the Moon Redux” promete “desnudar as orquestrações psicodélicas do Pink Floyd em algo mais cru e delicado, mas não menos experimentalmente inventivo, primorosamente texturizado e rico em intertexto musical”. Além das 10 faixas originais, o artista criou uma composição inédita de 13 minutos (ainda sem título informado) que estará presente na versão em vinil.
Em nota, Waters declara:
“O ‘The Dark Side Of The Moon’ original parece, de certa forma, o lamento de um ser mais velho na condição humana. Mas David (Gilmour, guitarrista), Rick (Wright, tecladista), Nick (Mason, baterista) e eu éramos tão jovens quando o fizemos. E quando você olha para o mundo ao nosso redor, claramente a mensagem não foi absorvida. É por isso que comecei a considerar o que a sabedoria de um homem de 80 anos poderia trazer para uma versão reimaginada.
Quando mencionei pela primeira vez a ideia de regravar ‘The Dark Side of the Moon’ para Gus (Seyffert, produtor) e Sean (Evans, cineasta), todos nós pensamos que eu estava louco, mas quanto mais consideramos isso, mais pensamos: ‘não é esse o ponto?’. Estou imensamente orgulhoso do que criamos, um trabalho que pode ficar ao lado do original, de mãos dadas ao longo de meio século.”
O jornalista Tristram Fane Saunders, do The Telegraph, teve acesso ao material e explicou que a grande mudança são partes de spoken word por cima das faixas instrumentais, com Roger Waters declamando poemas. Além disso, os ritmos das canções foram alterados, explorando outros gêneros.
Ao mesmo veículo, Roger concedeu uma entrevista onde anunciou o projeto. Na ocasião, declarou ter feito a regravação do material por ter sido o compositor. Autor do conceito, ele é creditado como responsável sozinho de todas as letras. Já a parte musical foi concebida de forma dividida: Roger fez três canções por conta própria e coassinou outras duas.
“Eu escrevi ‘The Dark Side of the Moon’. Vamos nos livrar desse negócio de ‘nós’. Claro que nós éramos uma banda, tinham quatro de nós, todos contribuímos – mas é meu projeto e fui eu que escrevi.”
Roger Waters explica projeto
A notícia dividiu os fãs, com muitos entendendo que as eternas discordâncias do músico para com seus antigos colegas o tenha instigado a tomar tal decisão.
Porém, o próprio garante não ter sido essa a motivação. Em postagem nas redes sociais, o músico falou sobre como surgiu a ideia.
“Quando gravamos músicas da minha carreira de forma simplificada durante as Lockdown Sessions, o 50º aniversário do lançamento de ‘Dark Side of The Moon’ estava surgindo no horizonte. Ocorreu-me que o álbum poderia muito bem ser um candidato adequado para uma reformulação semelhante, em parte como uma homenagem ao trabalho original, mas também para abordar novamente a mensagem política e emocional dele.
Eu discuti isso com Gus (Seyffert, produtor) e Sean (Evans, cineasta). Quando paramos de rir e gritar ‘Você deve estar louco’ um com o outro, decidimos levar adiante. Estamos agora no processo de finalização da mixagem. Ficou muito bom e estou animado para que todos ouçam. Não substitui o original que, obviamente, é insubstituível. Mas é uma maneira de um homem de 79 anos olhar para trás, através dos 50 anos intermediários, nos olhos do homem de 29 anos e dizer, citando um poema meu sobre meu pai: ‘Fizemos o nosso melhor, mantivemos sua confiança, nosso pai teria ficado orgulhoso de nós’. E também é uma maneira de homenagear uma gravação da qual Nick, Rick, Dave e eu temos todo o direito de nos orgulhar.
Feliz 50 anos para #DarkSideOfTheMoon”
Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”
Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana, entre 1973 e 1988.
O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações. Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968.
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Desculpa aí Roger, mas ainda prefiro as versões originais, Time principalmente.