Muitos se lembram que em meio à polarizada eleição presidencial de 2018, Roger Waters passou pelo Brasil com a turnê “Us + Them”. O ex-Pink Floyd causou polêmica ao exibir, no telão do primeiro show, o nome do então candidato Jair Bolsonaro o associando ao ressurgimento do neofascismo no mundo junto a outros políticos.
Após repercussão negativa, o nome do político passou a ser coberto por uma faixa com a inscrição “ponto de vista político censurado”. No entanto, o músico seguiu usando a hashtag #EleNão, parte da campanha contra o candidato que acabou eleito presidente.
Às vésperas de seu retorno ao Brasil, com a turnê “This is Not a Drill”, Waters reafirmou seu posicionamento contra Bolsonaro. Em entrevista ao jornal O Globo, o baixista e vocalista revelou o sentimento de estar do lado certo da história, assim como o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, representa a liberdade do país.
“Bolsonaro é um fascista e continuo dizendo #EleNão. Tentei visitar Lula na prisão em 2018, mas não me permitiram. Sinto que estou do lado certo da História, e acredito que Lula também. Eu amo o Brasil. Quando estou aí, me sinto em casa. Ainda estou de luto por minha amiga Marielle Franco, mas as sementes que ela plantou dão brotos novos a cada dia. Quando chegar aí, quero bradar: ‘Viva o Brasil livre!’”
O músico disse ainda que está mais esperançoso com os caminhos da política mundial, mesmo que a luta contra o fascimo ainda seja uma realidade. Ele também demonstrou empolgação em trazer para o Brasil uma turnê que é sobre amor e democracia.
“Sem qualquer hesitação: mais esperançoso. E a esperança é a de que a chama acesa pelo Iluminismo tenha resistido ao colonialismo e à ganância corporativa. De que a maré esteja mudando. Não sou ingênuo, sei que a luta não acabou, estamos no meio dela e a batalha é feroz. Bolsonaro, Trump e todos os fascistas acreditam em algo como o velho direito divino dos reis, traduzido agora no privilégio dos mais ricos. Eu, e tantos outros, acreditamos é na democracia, nos direitos humanos e na lei para todos, sem distinção de etnia, religião ou saldo bancário. ‘This is Not a Drill’ é, no fim, sobre o amor. Já já chego aí para lutar pelo amor, por Marielle, e contra o ‘fim da Luz’. Até já.”
Mais críticas à Bolsonaro
Não foi só na eleição presidencial de 2018 que Roger Waters se posicionou. Em meio ao pleito de 2022, que elegeu Lula como presidente, o artista criticou em entrevista à Folha de S.Paulo a postura de Bolsonaro durante a pandemia e, mais uma vez, usou o termo “fascista” para definir o político.
“De longe, vi a Covid no Brasil e a bagunça pavorosa que o governo fez disso. Tenho lido muito sobre as coisas que Bolsonaro diz. Ele é um porco fascista convicto, como sabemos.”
Na ocasião, Waters aprofundou suas críticas à figura do ex-presidente.
“Não tem como você sequer pensar na p#rra da ideia de que apoiar um idiota como Bolsonaro pode ser uma coisa boa. […] Esperamos que as pessoas tenham aprendido uma lição e comecem a entender que a falsa promessa de ‘sou um homem forte, cuidarei de você’ enquanto ferra todos os outros não vale nada. A palavra deste homem não vale nada, com exceção de que Bolsonaro parece ser honesto sobre o que fala. Ele apenas diz: ‘eu não me importo com o que você pensa, eu quero ser um ditador e quero que o Exército esteja no controle de tudo’. Pelo menos ele é honesto sobre isso.”
Roger Waters e “This is Not a Drill” no Brasil
Eis a agenda completa da turnê “This is Not a Drill” pelo Brasil:
- 24/10 – Brasília – Arena BRB Mané Garrincha
- 28/10 – Rio de Janeiro – Estádio Nilton Santos / Engenhão
- 01/11 – Porto Alegre – Arena do Grêmio
- 04/11 – Curitiba – Arena da Baixada
- 08/11 – Belo Horizonte – Mineirão
- 11/11 – São Paulo – Allianz Parque
- 12/11 – São Paulo – Allianz Parque
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