Quando o Metallica lançou seu trabalho homônimo, o popular “Black Album”, parte do mundo caiu sobre as cabeças dos músicos. Enquanto um público mais abrangente passava a conhecer a banda, os headbangers de carteirinha os acusavam de “traição”. O problema é que eles estavam atrasados.
Não foram poucas as vezes em que os integrantes do grupo lembravam que eles eram taxados de vendidos desde o segundo disco. Em “Ride the Lightning” (1984), o quarteto se atreveu a escrever uma balada, a hoje clássica “Fade to Black”. Também incluíram no tracklist a música “Escape”, com uma estrutura mais acessível para os padrões do que faziam até então.
Agora, um vídeo mostrando uma entrevista do período de “Master of Puppets” (1986) foi resgatado pela Metal Hammer. Nela, o vocalista/guitarrista James Hetfield e o baixista Cliff Burton – que morreria pouco tempo depois em um acidente com o tour bus da banda – são questionados sobre como reagiam às críticas.
O frontman declarou:
“Minha resposta não poderia ser dita em frente às câmeras. Mas não nos importamos com eles.”
Cliff arrematou:
“Fazemos o que queremos. Se nos consideram vendidos por isso, então… tanto faz!”
A partir de então, se estabelece quase um jogral entre os músicos, que dizem:
“James: Muitas pessoas pensam que você se vendeu só porque está em uma grande gravadora e é muito popular.
Cliff: Ou talvez porque você não toca a 1.600 km/h o tempo todo!
James: Estaríamos fazendo a mesma coisa se ainda estivéssemos em uma gravadora independente.”
A seguir, o entrevistador pede que os músicos expliquem uma fala do baterista e colega Lars Ulrich, que disse: “O Metallica vai ser grande, mas vamos fazer isso do nosso jeito.”
Coube a James teorizar sobre o tema:
“Estamos em 30º lugar nas paradas, sem nenhuma reprodução de rádio nas principais estações. Muitas emissoras universitárias estão ajudando, mas não temos vídeos nem mídia de massa. Ainda há um grande burburinho acontecendo e acho que é por causa da nossa música. Estamos fazendo do nosso jeito e muitas das principais revistas estão percebendo isso, o que é ótimo.”
Metallica atualmente
Hoje, com mais de 125 milhões de cópias dos seus discos vendidas em todo o planeta, o Metallica não precisa provar nada a ninguém. E mesmo os radicais que criticam a banda têm muito a agradecer a ela. Até porque ninguém começa ouvindo a demo do grupo da cena underground de Botsuana, é pelos clássicos mesmo.
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