Carlos Santana faz discurso transfóbico durante show nos EUA

Anteriormente, músico já havia causado polêmica ao se posicionar contra a vacina e pregar o perdão a pedófilos

Um discurso realizado por Carlos Santana durante um show recente acabou viralizando online nos últimos dias. A apresentação aconteceu no final do mês passado em Atlantic City, Nova Jérsei, Estados Unidos.

Conforme transcrito pelo Consequence e confirmado por outras pessoas que estiveram no evento, o guitarrista declarou:

“Quando Deus criou você e eu, antes de sairmos do útero, você sabe quem você é e o que você é. Mais tarde, quando você supera isso, você vê coisas e começa a acreditar que poderia ser algo que parece bom, mas você sabe que não está certo. Porque mulher é mulher e homem é homem. É isso. O que quer que você queira fazer no armário, isso é problema seu. Estou bem com isso.”

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A seguir, o instrumentista fez uma saudação a David Chappelle. O comediante vem sendo criticado por piadas de conteúdo transfóbico, que causaram até mesmo cancelamento de shows. Fazendo um sinal de união com as mãos, Carlos disse:

“David Chappelle e eu estamos assim.”

No Reddit uma pessoa escreveu:

“Fui ver Santana esta noite em Atlantic City com meus pais, minha parceira e a mãe dela. Super felizes. Porém, em uma música, Carlos Santana parou e passou 15 minutos inteiros jorrando as besteiras antitrans mais insanas que eu já ouvi. Pensei que a música (especialmente com esta história) deveria nos unir.”

A ciência confirma a existência da transexualidade quando um indivíduo tem identidade de gênero divergente ao sexo biológico. Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a transexualidade da lista de transtornos mentais, ainda que siga na Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID), na categoria “saúde sexual”.

Pessoas transexuais podem sofrer de disforia de gênero, condição também confirmada cientificamente que, de acordo com o site Tua Saúde, caracteriza-se por:

“[…] Insatisfação entre o sexo com que a pessoa nasce (características genitais do nascimento) e a identidade de gênero, que é a experiência emocional e social da pessoa como feminina, masculina ou andrógina. Ou seja, a pessoa que nasce com sexo masculino, mas se identifica como feminino e vice-versa.”

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), que passou a ser conhecido como DSM-5, classifica disforia de gênero como distúrbio mental. A transgeneridade é considerada um transtorno de identidade de gênero pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID 10). No Brasil, é essa classificação que garante às pessoas transgénero o direito à terapia hormonal, psicoterapia e à cirurgia de redesignação sexual.

Uma reportagem do site Uol intitulada “O que é identidade de gênero? Como isso impacta na vida das pessoas?” oferece mais informações sobre o assunto.

Histórico recente de Carlos Santana

Vale citar que Carlos Santana não é exatamente uma pessoa que costuma pregar de acordo com o bom senso. Em 2021, por exemplo, admitiu ao jornal O Globo só ter aceitado se vacinar contra a Covid-19 após uma das filhas ter dito que não o deixaria ver os netos caso não se imunizasse.

“Não estou aqui para dizer o que as pessoas têm que fazer. Este é o planeta da boa vontade. Sou como o vento e a água, também não quero que ninguém me diga o que tenho que fazer.”

Mais recentemente, contou sobre os abusos sexuais que sofreu na infância. Porém, pregou o perdão, argumentando que as pessoas só teriam paz caso seus algozes fossem encaminhados em direção à luz.

“Meu filho e eu estávamos conversando sobre como a aceitação e o perdão são espirituais. Aprendi a olhar para todos que se esforçaram para me machucar ou rebaixar como se tivessem cinco ou seis anos de idade, e sou capaz de olhar para eles com compreensão e compaixão. Por exemplo, essa pessoa que abusou de mim sexualmente, em vez de mandá-lo ao inferno para sempre, eu o visualizei como uma criança, e atrás dele havia muita luz. Então posso mandá-lo para a luz ou mandá-lo para o inferno sabendo que se eu mandá-lo para o inferno, irei com ele. Mas se eu mandá-lo para a luz, então irei com ele também.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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