Blaze Bayley conta como cantou com o Iron Maiden ainda em 1990

Wolfsbane abriu a turnê europeia da Donzela de Ferro, que divulgava o álbum “No Prayer for the Dying”

Quando o Iron Maiden escolheu Blaze Bayley para substituir Bruce Dickinson, na metade dos anos 1990, boa parte do planeta se surpreendeu. Mas não os fãs britânicos.

Afinal de contas, a admiração de Steve Harris pelo cantor era declarada. A ponto de o Wolfsbane, que revelou o vocalista, ter sido atração de abertura em 1990, quando a banda divulgava o álbum “No Prayer for the Dying” pela Europa.

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A excursão serviu não apenas para estreitar relação, mas também para que o frontman tivesse o primeiro gostinho de assumir o microfone de seu futuro emprego. Aconteceu no dia 18 de outubro de 1990, durante show no Hammersmith Odeon, em Londres – espaço bem menor que a Wembley Arena, onde o grupo havia se apresentado nas turnês anteriores, mostrando que os tempos começariam a ser bicudos.

Em entrevista à nova edição da revista Metal Hammer, o próprio Blaze relembrou a situação.

“Já vínhamos participando da parte do show em que eles chamavam pessoas para fazer o coro de ‘Heaven Can Wait’. Mas naquela noite fui além e cantei um trecho de ‘Bring Your Daughter… to the Slaughter’. Eu estava me sentindo realmente atrevido.”

Gravação em áudio

Um registro em áudio pode ser conferido abaixo. Nele, podemos ouvir Bruce fazendo referência à similaridade visual que muitos diziam haver entre ele e Bayley à época:

“Este é o senhor Blaze Bayley da banda Wolfsbane. É assim que ele se parece, é assim que eu me pareço. Só queremos agradecer ao Wolfsbane por estar na turnê, eles são bons rapazes, têm péssimo gosto para cerveja e não sabem jogar futebol.”

Blaze então responde, antes de passar a cantar:

“Bruce, só gostaria de dizer que sou muito mais bonito do que você.”

Relembrando o momento, Bayley destaca a reação dos outros músicos do Maiden.

“Eles ficaram surpresos e me disseram ‘Uau, Bruce nunca entrega o microfone para ninguém no palco’. Então, isso nunca é registrado em artigos, mas eu cantei com o Iron Maiden ainda em 1990.”

Ao recordar como o Wolfsbane encarou a oportunidade, ele não esconde que a banda foi para a competição. E ao contrário do que alguns podem imaginar, Steve Harris não achou ruim.

“Parece tão arrogante, mas nós demos o melhor para roubar os fãs do Iron Maiden. Subíamos ao palco e entregávamos tudo. Eu escalava os alto-falantes e corria por todo o lugar. Steve veio até nós e disse: ‘P*ta que pariu, é bom ter uma banda que faz a gente precisar se superar.’ Aquilo era confiança. Ele não mandou o gerente da turnê nos dizer para não subir nos alto-falantes. Sua atitude foi: ‘Bem, teremos que nos intensificar se esses rapazes estiverem fazendo isso’. Foi brilhante.”

Blaze Bayley, Iron Maiden e Wolfsbane

Blaze Bayley gravou dois álbuns de estúdio com o Iron Maiden. “The X Factor” (1995) e “Virtual XI” (1998) dividiram os fãs, embora o primeiro conte com uma legião de admiradores atualmente.

Após um tempo parado, o Wolfsbane segue na ativa de forma esporádica, sendo conciliado às outras atividades dos envolvidos – e a formação não muda desde 1986, que se ressalte. “Genius”, disco mais recente, saiu em 2022.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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